Take It or Leave It - Capítulo 9

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As mãos de Tom percorriam toda extensão do meu corpo, deixando minha pele arrepiada por onde sentia seu toque. O hálito de menta me entorpecia, deixando-me sedenta por mais. O senti puxar delicadamente a minha blusa que estava um pouco dentro da calça, sendo retirada por completo e deixando à amostra o sutiã preto rendado, propositalmente escolhido por causa da transparência. Fiz o mesmo e comecei a desabotoar a camiseta floral que ele usava, expondo o seu abdomem esculpido por deuses. Puta merda, que homem. Tom começou a depositar beijos em meu pescoço e o ato me fez soltar um gemido abafado, fazendo com que um sorriso brotasse em seus lábios sobre a minha pele quente. Não pude evitar explorar o corpo dele com as mãos, do abdomem às costas que também bem trabalhadas. Eu estava ficando mais excitada a cada toque, a cada suspiro.
— Eu quero você, (sn) — ele sussurrava, quase implorando. — Eu preciso de você!
Sem pensar muito, começamos a caminhar em direção a cama, sem nos separarmos. Tom me deitou com delicadeza, mas sem deixar transparecer o desejo em seus olhos escuros. Ele estava por cima de mim e só agora eu havia reparado que ele havia largado a calça preta que usava em algum canto do quarto. Não sei dizer se eu a havia tirado, mas não é como se eu me importasse com isso agora.
— Eu acho que você esta usando roupas demais — ele disse baixinho no meu ouvido.— Você não acha, amor?
Sorri em resposta, o autorizando a tirar o meu jeans. Não demorou muito até que fizesse e jogasse Deus sabe onde. Minha respiração estava ofegante e eu prestava atenção em cada movimento que Tom fazia, como uma águia espia a sua presa. Não precisa dar a ele mais autorizações do que já havia dado.
— Diga-me, (sn) — seus beijos começaram a percorrer o meu corpo, a partir do pescoço.— Diga-me que você é minha!
Ele estava descendo cada vez mais e o meu corpo respondia as suas ações de modo que eu não conseguia controlar. É, biologicamente, inevitável para todo ser. Eu o queria tanto quanto ele me queria, podia ver o luxo transbordando dos olhos de Tom como a água transborda de uma banheira cheia.
— Tom — gemi o seu nome.— Eu sou sua.

Acordei no dia seguinte graças a luz que entrava pela janela aberta. Minhas costas nuas sentiam a brisa gelada, apesar do sol. Por baixo do cobertor branco, senti um braço pesado em minha cintura. Era Tom. Ele ainda dormia ao meu lado, mas não tinha visão de seu rosto. Seu cabelo estava bagunçado, assim como o meu provavelmente estava. Aconcheguei-me mais perto dele, mexendo em seu cabelo. O toque não fez com que ele se movesse, permanecia estático. Continuei acariciando o cabelo escuro e macio por mais alguns minutos, até decidir levantar e recolher as minhas roupas jogadas pelo chão.
— Você não precisava ter parado, estava gostoso— escutei a voz rouca, ainda possuída pelo sono.
— Precisava vestir algo — rio por causa da afirmação.— Londres não é o lugar mais quente do planeta.
Sem me responder, Tom levantou e dirigiu-se para a pequena porta que tinha em seu quarto. Por mais que a bunda dele fosse linda, agradeci por ele estar usando uma box e, assim, evitar constrangimentos por causa da nudez. Eu, por outro lado, só estava de calcinha. Não era um problema até ele ter acordado. A timidez faz com que eu me encolhesse, escondendo a parte superior do meu corpo da maneira mais eficiente que eu conseguisse. Ele logo volta vestindo apenas uma calça de moletom cinza, mas carregando um moletom de mesma cor em suas mãos.
— Por mais que eu gostaria de ver você assim o resto do dia— disse aproximando-se de mim,— é melhor você colocar isso. É mais confortável que as suas roupas e assim você não passa frio.
Nesse momento, eu já havia voltado para a cama e me enrolado na coberta. Estava sentada, contudo. Peguei o casaco com uma de minhas mãos, enquanto a outra cobria o meu corpo com o auxílio da coberta. Agradeci e o encarei, com a expectativa de ele sair para que eu me "vestisse".
— O que foi, amor?
— Eu quero me trocar— ri como se fosse óbvio.— Posso?
— Certo, eu vou me virar— olhei com reprovação.— Eu juro que não vou virar até você mandar.
— Vou confiar em você, Holland.
Ele se virou, ainda parado próximo a cama, do lugar onde estava sentada. Retirei o cobertor e vesti o moletom. Tinha o cheiro dele, como tudo depois da noite de ontem. O travesseiro, cobertor, até mesmo o quarto em si. Levantei a autorizei que ele se virasse, mas fui jogada na cama em seguida. Tom havia agarrado a minha cintura e me derrubado na cama, ficando por cima de mim. Ele preenchia o meu rosto com beijos, muitos beijos.
— Tom — eu ria a cada beijo,— o que você está fazendo?
Depois de mais incontáveis beijos, ele parou e encarou os meus olhos. Ainda sem dizer nada, beijou-me. Não era o mesmo beijo de ontem à noite, não havia luxuria. Havia desejo, mas outro tipo. Desejo de manter próximo, de não querer deixar ir embora.
— Ontem — ele dizia— foi incrível. Você é incrível!
— Você também foi — corei— e... é incrível.
Voltei para o mundo real quando escutei o toque distante do meu celular. Ele estava na bolsa, mais especificamente na sala. Saí dos braços de Tom e abri a porta do quarto, extraindo o caminho das minhas vagas lembranças do dia anterior.
— AI JESUS— escutei uma voz assustada assim que entrei na sala— Eu achei que você já tinha ido embora. Meu Deus, meu Deus...
A situação não seria constrangedora se eu não estivesse apenas de moletom no apartamento de alguém que eu sequer conhecia. O menino, que deduzi ser Harrison, era mais alto que Tom. Tinha o cabelo em um loiro muito claro e os olhos eram verdes igualmente claros. Ele era muito bonito, mas não tão quanto Tom.
— Eu... ermm... eu vim...
Antes que pudesse terminar a sentença, fui salva pelo gongo. Tom ouviu as minhas preces e apareceu na sala, indo em direção ao amigo para abraça-lo. Harrison estava tão constrangido quanto eu, mas pelo menos ele estava devidamente vestido. 
— Harrison... esta é a (sn). (Sn)... este é Harrison.
— Prazer— estiquei a mão para cumprimenta-lo e ele fez o mesmo—  Erm... eu... preciso pegar a minha bolsa. O celular estava tocando.
Sem enrolar muito, peguei a bolsa e corri para o quarto de Tom, deixando ambos para trás. Retirei o celular de minha bolsa e vi que tinha 3 ligações de Mareena. Mensagens? Mais de 20. Ela não sabia que eu iria passar a noite fora, assim como eu. Retornei a ligação, avisando que estava bem e que havia esquecido de responder.
— A comida deve estava boa né?— ela riu— Para fazer você esquecer de algo, deve ter comido bem! 
— Mais tarde, Mare! Eu te conto tudo mais tarde.
Desliguei o telefone e percebi que Tom estava encostado na porta, incrivelmente sexy. Ele ainda estava sem camisa e o cabelo, perfeitamente bagunçado, deixava tudo ainda mais belo de se admirar. Uma visão que eu vou guardar para mim, sem nenhum desejo de compartilhar com mais alguém.
— Desculpe-me pelo Harrison, amor. Ele realmente não sabia que você ia dormir aqui.
— Não o culpo, eu também não sabia.— ri e ele me acompanhou, aproximando-se de mim.
— Ele saiu de novo, para nos deixar mais à vontade — senti seus dedos agarrarem a minha cintura, me puxando para perto de seu corpo.— A gente pode tomar café ou...
A cada palavra que ele dizia, diminuía o tom de sua voz cada vez mais. Conduzindo sua boca para o meu pescoço.
— Tom...
— Sim? — ele disse entre os beijos em meu pescoço e eu lutava cada vez mais para não ceder a ele.
— Eu aceito ir tomar café.
Meu corpo confiava em Tom, mas mesmo assim fiquei tensa ao responder. Algo momentâneo, como pode imaginar. Ele automaticamente parou com os beijos em meu pescoço, apenas depositando um único em minha bochecha. Pegou a minha mão e saímos do quarto novamente, indo em direção a cozinha. Estava uma bagunça. Não havíamos arrumado no dia anterior, apenas colocado tudo dentro da pia. A sala de jantar, por outro lado, estava menos bagunçada. A fim de evitar acidentes, retiramos todas as velas e organizamos as flores.
— Ai, ai— ele suspirou— O que fazer?
— A gente pode ir comer e depois arrumar tudo. Não queria dizer, mas estou com fome.
— Eu não vou deixar você arrumar nada, mocinha.
— Ahhh, mas você vai! — ri da cara séria que ele fazia— E não adianta insistir. Você já teve o trabalho de cozinhar.
— Certo, mas com uma condição.
Franzi a testa, a espera do que ia vir em seguida.
— Qual?
— Você vai me ajudar a cozinhar. Direitos iguais, correto?

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