Sim, Mil Vezes Sim

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Preparem os coletes para os tiros.

Bati a porta atrás de mim com certa força. Miguel e Carol, que estavam sentados no tapete cantando juntos, levaram um susto. Caminhei em direção ao sofá e me joguei, tirando o sapato com bastante raiva. Percebi Miguel e Carol trocarem um olhar duvidoso.

— Oi, Day. Está tudo bem? — Caroline perguntou baixinho.

— Não! Estou muito irritada.

— Por que? Não deu certo a visita ao apartamento? — neguei com a cabeça.

— Não é isso. Estou irritada com o que aconteceu depois.

— Quer falar sobre isso?

— Encontrei a Daniela no caminho. — Carol arregalou os olhos e Miguel voltou a me olhar, extremamente curioso.

— Ah, meu Deus! O que ela queria?

— Ela me beijou. — fui direta e ela olhou para o chão, deixando os ombros caírem.

— Hum.

— Mas eu não retribuí.

— Entendi. — respondeu sem olhar para mim e revirei os olhos.

— Já vai ficar com ciúmes?

— Não estou. — jogou o violão no tapete e rolou o carrinho de Miguel.

— Te conheço.

— Não parece.

— Quer dizer que não está com ciúmes?

— Não.

— Então olha para mim. — pedi e ela negou com a cabeça. — Para de graça. Deixa eu contar o que houve.

— Ok! Estou ouvindo. — me olhou e Miguel tampou os ouvidos, já sabendo que eu pediria.

— Estava voltando para cá. Mamãe passou no shopping e não quis ir e me arrependo, já que dei de cara com Daniela. — senti o sangue ferver ao lembrar da nossa conversa. — Ela me beijou e quando a afastei veio com um papo de que sou mulher dela e que a troquei por você e o que mais me irritou nisso tudo foi ela dizer que a traí.

— Que?

— Pois é. Teve a audácia de dizer que houve traição, sendo que não passou nem perto disso. Mas eu disse umas verdades na cara dela e que não me importo com as coisas que inventa sobre mim. No final, ela disse que vai tomar o Miguel de mim.

— Ela não pode fazer isso.

— Eu sei, por isso não me preocupei. — suspirei. — Daniela ficou louca.

— Acho que está mais para obcecada. Ela é muito possessiva e não consegue aceitar que acabou. — foi doce ao dizer. — Mas no fundo não acho que seja má pessoa ou que tenha coragem de fazer algo que machuque você ou o Miguel.

— Eu sei. Não tenho medo dela.

— Só deixa ela quietinha, evita ao máximo falar com ela quando a ver, mesmo que ela insista e aos poucos ela vai deixar essa obsessão de lado e vai seguir em frente.

— Você é um anjinho, sabia? — sorri e apertei seu nariz da mesma forma que fazia com Miguel. Seu rosto ficou vermelho.

— E o apartamento? Gostou?

— Mano, ele é enorme! Acho que minha mãe é meio louca. — ri. — Tem até uma área de lazer para o Miguel.

— E eu aqui me iludindo, achando que você fosse ficar.

Um Bebê Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora