Um Bebê Entre Nós

Não Conta Nada Para A Sua Mãe

Dias depois...

De longe pude ver os cachos vermelhos serem esvoaçados com o vento enquanto ele corria em minha direção. Fazia alguns dias que não nos víamos, pois Miguel havia faltado aula para se acomodar na nova casa. Rapidamente me abaixei e ele pulou no meu colo, beijando minha bochecha.

— E aí, campeão!

— Oi, amor. — Day me cumprimentou ao se aproximar e beijar minha bochecha.

— Quero bater em você por me causar tanta saudade.

— Desculpa, não foi minha intenção. — se desculpou e eu coloquei Miguel no chão, que saiu correndo ao ver Flávia. Eles eram muito apegados e melhores amigos desde o primeiro dia de aula. — Acho que meu filho está apaixonado.

— Ele é muito novo para isso, Day.

— Que nada! Olha só, eles estão de mãos dadas e ele nem despediu de mim e muito menos continuou a te dar atenção.

— Não é isso. Ele só... — olhei para os dois.

— Não acredito que você está com ciúmes.

— Não estou.

— Está sim. — enlaçou minha cintura, puxando meu corpo para mais perto do seu. — Baixinha ciumenta! Imagina quando o Miguel... — parou de falar de repente e me roubou um selinho demorado. — Sabe o que aconteceu esses dias?

— O que?

— Miguel notou o anel no meu dedo e perguntou.

— O que você disse?

— Inventei uma historinha boba e ele acreditou.

— Acha que está na hora de contar?

— Sim. Ele vai adorar a notícia.

— Será?

— Você ainda tem dúvidas? — a olhei, mas não respondi. — Por falar no Miguel, está chegando o aniversário dele.

— Eu sei. É sábado que vem.

— Sim e não vou te convidar para a festa. — beijou meu nariz e entrei na brincadeira.

— Poxa! Vou mandar buscar o presente que comprei para ele e cancelar o que preparei para nós duas após a festa. — usei meu tom de voz mais safado.

— É o que, Carol?

— Que o que?

— Não entendi o porquê de cancelar o que preparou para nós duas.

— Não estou convidada para a festa, certamente você vai estar ocupada com seus convidados.

— Quem disse isso? Você é a primeira convidada. — falou rapidamente.

— Interesseira. — rimos. — Mas falando sério agora, o que levo de presente para ele?

— A sua presença.

— Sério, Day. Quero presentear ele.

— Não sei, amor. Leva o que escolher.

— Se eu escolher uma pista de skate posso levar?

— Pelo amor de Deus, não vale destruir minha casa.

***

Miguel e Flávia foram os primeiros a terminarem o exercício sobre a escala de dó que passei para a turma. Para a minha supresa, eles foram até a minha mesa de mãos dadas e eu não pude evitar de encara-los.