Point of view Caroline
Depois de muito esforço, consegui me sentar. Meu corpo inteiro doía, mas nada comparado a dor no meu coração. Eu odiava brigar com Day, mas eu não conseguia entender o porquê dela esconder de mim algo tão sério.
Eu estava errada?
Fechei os olhos por rápidos segundos, até abri-los novamente com a presença de Miguel no quarto. Ele estava ao lado de dona Selma e segurava nas mãos um enorme buquê de rosas vermelhas. Sorri ao notar a dificuldade que ele tinha em carregar o buquê.
— Tia, não consigo ver você. — caminhou com a ajuda de Selma e assim que chegou mais perto, praticamente jogou o buquê em mim. — Eu trouxe flores.
— Oh! São lindas. — cheirei as flores.
— Mamãe disse que devo ser cavalheiro e gentil. — deu de ombros. — Continuo achando esse buquê grande, mas eu mesmo escolhi, porque é vermelho e combina com você.
— Por que? Sou vermelha agora é? — brinquei.
— Não, mas é bonita. — suspirei.
— Vem aqui. — chamei e ele subiu na cama cuidadosamente. — Obrigada pelas flores. — as coloquei de lado. — Você é um príncipe.
— E você minha princesa. — falou e ruborizou. — Não deixa a mamãe ouvir isso. Não conta nada para ela, vovó. — pediu e eu simplesmente o abracei. — Tia, posso perguntar algo?
— O que quiser.
— Por que a senhora e a mamãe brigaram?
— Nós não brigamos.
— Brigaram sim. — coçou a nuca. — Ela saiu chorando e não quis entrar comigo. Não gosto disso. — não respondi, apenas olhei para Selma.
— Ela contou, não foi? — Selma perguntou. Como assim? Ela sabia?
— Você sabia?
— Desde o começo. Minha filha ficou muito mal quando tudo aconteceu, ela não conseguia entender o fato de você ir embora, deixá-la grávida.
— Eu não sabia que ela estava grávida, ok? Ela não me contou. — senti a raiva voltar, mas me controlei. — Se a Dayane tivesse falado eu não teria ido embora. Eu dava meu jeito, porque fui embora para protegê-la, mas eu teria ficado e tentado salvar o nosso relacionamento e a nossa criança.
— Você precisa entendê-la e não culpá-la.
— Estou tentando entender e não estou culpando ninguém. Ela não errou sozinha, eu errei junto. Mas o que não entra na minha cabeça é o fato de não ter me dito quando a gente reatou.
— Te entendo, querida. — se aproximou, sentando ao meu lado em uma poltrona. — Mas pensa o quão complicado é tudo isso. A Day é uma pessoa tão correta, mas acredito que deve ser confuso para ela. Minha filha estava casada com outra mulher, que adotou o Miguel. Ele, apesar de ser uma criança muito esperta, é muito pequeno para entender esse tipo de coisa. E o mais importante nisso tudo, como ficaria a sua cabeça? Tenho certeza que minha filha pensou em todas as consequências. Uma criança caindo praticamente de paraquedas na vida de outra pessoas trás responsabilidades enormes, não é como adotar um bichinho de estimação do dia para a noite. — fiquei calada. Ela estava certa. — Eu mais do que ninguém entendo o seu lado, a sua mágoa, sentimento de injustiça e raiva, mas a única coisa que peço é para tentar entender a Day. Não deixa o relacionamento de vocês ir por água abaixo mais uma vez, vocês se amam e acho que esse é o momento de recuperar o tempo perdido. Você perdeu cinco anos da vida dele. — apontou com a cabeça para o menino que brincava distraidamente com a mangueira do soro em meu braço. — Que tal começar exercer o seu papel como mãe agora? Tenho certeza que você vai se sair muito bem, porque é uma pessoa maravilhosa e mesmo que não tenha participado diretamente da vida dele, participou indiretamente. Você salvou a vida do meu neto duas vezes, existe ligação mais linda do que essa? Certamente não. — sorriu e apertou minha mão. Eu queria chorar. — Ele vai adorar tudo isso, porque está claro o quanto esse menino te ama. Faça o que é certo. — olhei para ela por alguns segundos, até ter coragem para perguntar.
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Um Bebê Entre Nós
RomanceO que você faria se de repente o passado batesse a sua porta? E o que você faria se esse passado viesse com uma criança? Dayane e Caroline se conheceram de uma maneira inusitada, o destino tratou de separa-las, mas a vida é uma caixinha de surpresa...