Anjo Protetor

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Point of view Caroline

Liguei para os meus pais e para Josh para informá-los que estava noiva. Meu melhor amigo surtou, meus pais insistiram em dar um jantar e nem adiantou a gente recusar, já que dona Selma se uniu a eles em um complô contra a gente e juntos começaram a tal organização para comemorarmos. Além de tudo, se encarregaram em começar a montar os convites do casamento, quanto a isso, Day e eu não reclamamos, já que seria um gasto a menos e um trabalho a menos para nós duas.

Estava na escola de música. Meus alunos estavam distraídos desenhando a clave de sol que havia acabado de ensinar. Não é por nada não, mas minha classe era muito avançada e apesar de ser a mais novinha em questão de idade, dava de dez na dos alunos mais velhos.

— Meus amores, parem um minutinho o que estão fazendo. — pedi. Eles me olharam com olhinhos curiosos. — Vocês já avisaram aos pais sobre a apresentação do coral no próximo domingo? — e logo me arrependi de ter perguntado, pois eles começaram a falar ao mesmo tempo, entrando em uma discussão que não consegui entender. Tampei o ouvido e fiz uma careta, antes de tentar colocá-los em ordem. — Pessoal, vamos fazer silêncio, por favor? — pedi, mas quando aqueles anjinhos abriam a boca era difícil. — Galerinha, estou falando!

— Mas eu não sei se quero cantar, porque não sou afinado. — ouvi Miguel reclamar com Tiago. Eu quis rir.

— Amores, prestem atenção aqui. — estalei os dedos, mas eles não paravam. Caminhei até a minha mesa e peguei a borracha. Era a técnica para fazê-los calar. — ESTOU COM A BORRACHA NA MÃO, QUEM VAI SER O PRIMEIRO QUE VOU APAGAR? — e de repente, todos se calaram. As crianças morriam de medo quando eu ameaçava apagá-los, porque segundo a minha mentirinha do bem, eles ficavam invisíveis e eu não os enxergava, o que consistia em ignora-los o dia todo. — Ah, se calaram? Que bom! — segurei o riso. A carinha de desespero deles me fazia querer apertar um por um. — Pelo que entendi ninguém falou nada com os pais. Por que? — Enzo levantou a mão. — Fala, Enzo.

— Porque eu esqueci.

— Eu também. — Valentina falou.

— Como assim? Eu colei o bilhete no caderninho de vocês. — suspirei. — Não esqueçam de mostrar hoje, ok?

— Tia, todos tem que participar? — Flávia perguntou.

— É o ideal.

— Mas eu não sei cantar, tia. — Miguel repetiu.

— É claro que sabe, filho. Estou ensinando para vocês e ninguém vai cantar sozinho. — e de novo eles começaram o falatório sem fim.

***

Antes de abrir a porta do apartamento de Day - sim, ela tinha me dado uma chave -, notei que vinha um som de violão de dentro, seguido pela doce voz. Pedi Miguel para que fizesse silêncio assim que destranquei a porta para continuar apreciando a bela mulher sentada no tapete, de olhos fechados. Fazia tanto tempo que ela não cantava para mim!

Eu e você, tem tudo a ver
É como o mar junto da areia
Eu e você, tem tudo a ver
É como a noite e a lua cheia

Ai, Ai! Ai, Ai
Falando em lua me lembrei do teu olhar
Ai, Ai! Ai, Ai
Mesmo acordado ver você me faz sonhar

Ô menina, olha o tanto que a gente combina
Eu acho que o cara lá de cima
Na hora em que criou você pensou em mim

Ô menina, olha o tanto que a gente combina
Eu acho que o cara lá de cima
Na hora em que criou você pensou em mim
Eu perguntei pro céu
Ele falou que sim

Se você quiser eu vou
Ser seu amor
Se você quiser eu vou
Ser teu anjo protetor

Ô menina, olha o tanto que a gente combina
Eu acho que o cara lá de cima
Na hora em que criou você pensou em mim

Ô menina, olha o tanto que a gente combina
Eu acho que o cara lá de cima
Na hora em que criou você pensou em mim
Eu perguntei pro céu
Ele falou que sim

Assim que ela finalizou, Miguel e eu invadimos o apartamento batendo palmas, ela se assustou e quase deixou o violão cair.

— Eu vou matar vocês dois antes de me matarem. — falou um pouco alto. Miguel correu até ela, se jogando em seu colo e agarrando seu pescoço.

— Mãezinha estava cantando. Quanto tempo!

— Oi, amor. — me aproximei. — Desculpa assustar você, mas estava tão lindo que não queria que parasse. — fui sincera. — Além do mais, essa música é linda e eu não conheço. De quem é?

— Uh... — pausou e ruborizou. — Essa composição é minha. — reduziu o tom de voz e olhou para o chão. — Acabei de fazer para você. — meu queixo quase despencou.

— Você... sério? — perguntei surpresa.

— Sim. — falou timidamente. — Mas não era para você ter escutado, não está produzida ainda.

— Amor, você é perfeita. Que caralho de sorte eu tenho! — falei e me juntei a ela e Miguel no tapete. O menor me olhou com os olhos arregalados. — Desculpa, campeão, mas não resisto a sua mãe. — olhei para ela e dei um selinho. — Eu te amo. E vou querer ouvir essa música novamente mais tarde, antes da gente fazer a-m-o-r. — soletrei com certa malícia.

— Mamãe, como é que faz amor? — Miguel perguntou, assustando nós duas. Nos entreolhamos e olhamos para ele que tinha um sorrisinho cínico.

— Filho, como você... — Day começou a perguntar. — Você está lendo? Como não me contou isso? — ele deu de ombros.

— Espera! — corri até a mesinha que tinha na sala e peguei o primeiro livro que achei, entregando para ele. — Lê esse título para a gente. Ele analisou e pensou por alguns minutos.

A Cabana. — leu pausadamente.

— NÃO ACREDITO! — Day e eu falamos ao mesmo tempo. Ele nos olhou como se fôssemos loucas.

— O Mimi está lendo, amor! — Day falou com uma felicidade descomunal.

— Sim, ele está! — falei animada e rindo. Chame a gente de loucas, mas era uma sensação inexplicável a de ver nosso filho dar mais um passo. Day e eu nos levantamos, dando as mãos e começamos a girar em uma espécie esquisita de comemoração. Nosso filho nos olhou com as bochechas vermelhas e com estranheza, talvez ele não tinha noção de que as mães fossem tão ridículas.

~••~

Oi, galerinha do bem, tudo bom com vocês?
O capítulo de hoje foi bem tranquilinho, mas achei tão fofinho que não consigo parar de rir.
A música do capítulo é do Gabriel Elias, mas como é fanfic finge que é da Day, rs.

Até o próximo!

Beijox.

Um Bebê Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora