Pablo.

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   Estava na cozinha ajudando a mamãe fazer o jantar, já estávamos quase terminando.

- Está mesmo gostando da escola?

- Na verdade não muito.

- Não fez amizades?

- Conheci algumas pessoas, mas apenas conversamos, não considero eles como amigos.

- E os professores?

- Uns são de boa e outros meio sérios. —Vejo a minha mãe desligar o fogo. — Ai! Finalmente terminamos, tô com fome.

- Por que não comeu algo quando chegou? Você nem almoçou.

- Ah...não quis não. Vou chamar o papai. —Saio correndo da cozinha e subo. Vou até o quarto dos meus pai e entro já que a porta estava aberta. — Pai, o jantar está pronto. —Vejo ele levantar.

- Que ótimo, filha.

- Muito ótimo! Eu tô morrendo de fome, parece que nunca comi.

- Nossa. —Ele fez careta e eu dei  risada— Que menina exagerada.

- Sou mesmo. —Pego na mão dele— Agora vamos, mocinho.

      O jantar foi ótimo, como sempre, meus pais pareciam está bem um com o outro, e eu gostei de vê-los assim novamente. Agora estou deitada na minha cama, já são onze e pouco e o sono não chegou.

     Por que estou pensando no Pablo? Credo! Sei que ele foi legal e simpático comigo mas, sei lá, o Christopher não quer que eu seja amiga do Pablo. Quer saber? O Christopher não manda em mim e eu sou amiga de quem quiser! O Christopher não irá colocar ordem em mim e nem fazer nada com o Pablo, eu não vou deixar fazer nada com ele.

   Pego meu celular e ligo para o Pablo, ele me passou seu número hoje. Ele atende no terceiro toque.

- Ai, desculpa te acordar.

- Dul? Dulce!? —Ele pareceu surpreso.

- Reconheceu minha voz? Onw! Sou eu mesmo.

- Que bom escutar sua voz.

    Ficamos conversando até tarde, nem sei como conseguimos ter tantos assuntos. Só sei que  desligamos  quando não aguentamos ficar mais acordados, digamos que estávamos bêbados de sono e começamos a falar coisa nada a ver. Foi bom conversar com o Pablo e nos conhecemos melhor.

    Escuto o despertador tocando e resmungo. Desligo ele e o deixo cair no chão sem querer.

- Sono demais.

    Falo baixo e com a voz sonolenta. Bocejo e sento na cama, fecho meus olhos e bocejo de novo.

- Quero férias urgentemente.

      Abro meus olhos e levanto. Peguei o despertador e coloco no lugar.

    Chego no colégio com o Christopher e vamos para sala, colocamos nossa bolsas no lugar, hoje irei sentar com ele se não o ciumento me "mata". Ele sai da sala comigo e vamos para quadra. Sento no banco com ele e o olho.

- Vai dizer nada não?

- Você está com a cara de sono.

- Dormi tarde, só isso.

- Ah tá.

      A Maite e a Any aproxima de nós e só a Any sorri. Elas sentam no banco também.

- Oi, Christopher.

- Oi, meninas.

- Ooii— Any abriu um belo sorriso.

- Eu não entendo vocês dois, brigam e no outro dia já estão juntos.

- Amizade é assim, Dul. E a Any é doida ne.

- Gente, o Alfonso é tão carinhoso. —Ela disse de repente.

- Ainda gosta dele!? —May diz.— Vocês se amam e não ficam juntos logo, só se agarrando e não assumem que se gostam.

- Ah, não é tão fácil assim.

- Se quiser eu falo com ele que tu está apaixonada por ele.

- Não, Christopher.

- Ele não para de falar sobre você, estou quase costurando a boca dele.

- Sério? Ele fala de mim?

- Sim. Quando estamos conversando ele só quer falar sobre você.

- Uau.

     Não sabia que a Any estava apaixonada. Será que é esse garoto que ela estava falado no dia que a conheci? Talvez seja.

      Vejo o Pablo conversando com uns amigos e levanto. Olho os dois doidos e a estressadinha.

- Já volto. —Vou correndo até o Pablo, ele me olha e sorri— Pablo!

Memórias perdidas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora