Capítulo 16

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     Olhei no fundo dos seus olhos e ele soltou meu braço.

 - Ricardo. —Murmurei.

 - Preciso da sua ajuda, Dulce.

 - Se meteu em que agora? Estou cansada de ficar te ajudando e você continuar errando.

 - Eu quase matei uma pessoa.

 - O que? Você é doido? O que deu em você?

 - Dulce, você tem que me ajudar.

 - Ajudar? —O encarei incrédula.

 - Eu tô precisando muito de você.

 - Eu não sei o que fazer.

 - Apenas me ajude.

           Agora o que devo fazer? Ajudar o meu amigo que virou quase um assassino e me ferrar também? As vezes cansa ser boa sempre.

 - Tá, mas me conte tudo e como soube que estou morando nessa cidade? —Começamos a andar. 

 - Ameacei o Gustavo a contar.

 - Você tem que parar de ameaçar as pessoas.

 - Mas ele não queria dizer!

 - Será que era porque pedir para ele não dizer a ninguém!?

 - Dulce, querida, nos conhecemos desde que éramos pirralhos e você não queria que soubesse aonde morava?

 - Não queria que ninguém soubesse! Aliás, o que tornou você assim? Aquele menininho fofo agora é um malandro?

 - Não sou malandro! Ei, você está super fofa ruiva, quase não te reconheci.

 - Não mude de assunto.

             Estava indo para casa com o Ricardo. Ele contou que quase matou um garoto por causa de uma briga. O Ricardo tem problema com drogas, é viciado e nesse dia estava drogado.

           Me viro rapidamente e o mesmo me olha confuso.

 - Está querendo se esconder?

 - Shiu. —Ai santo rei! Comecei a orar baixinho mas não adiantou nada.

 - Eai. —Ricardo diz. Ele olhava para atrás de mim, certamente o Christopher estava lá.

 - Eai, cara. —Escuto a doce voz dele e faço careta. O mesmo me vira para sua frente.— Está querendo se esconder?

 - Foi isso mesmo que perguntei para ela.

            Dei um sorriso sem graça.

 - Christopher, que surpresa você por aqui.

 - Você não sabe ser falsa, tá?

 - Tá! Christopher esse é o Ricardo, e Ricardo esse é o...

 - Namorado dela, então não se aproxime muito.

 - Namorado? Finalmente em, Dulce.

          Revirei meus olhos. O ucker rouba um selinho de mim e dá um sorriso.

- Então, conhece a minha Dulce muito tempo?

- Somos amigos de infância, nos conhecemos na escola.

 - Ah legal. Mora por aqui mesmo?

 - Não, moro pouco longe, vim por que preciso da ajuda da Dulce.

 - Ajuda em que? Algum problema?

 - Um problemão, mas é pessoal.

 - Entendi. Ficará muito tempo aqui?

 - Tempo necessário até tudo ficar bem.

           Eles conversava tranquilamente, como se fossem amigos há muito tempo. O Christopher falava de mim como se fosse mesmo a namorada dele, até que gostei...um pouco, lógico.

             Fomos para praça e nos sentamos na grama perto do lago que tinha na praça. Eu fiquei observando as flores quando os garotos conversava. Estava pensando como fazer para ajudar o Ricardo, não poderia o levar para minha casa.

 - Christopher, precisamos de você! —O olhei.

 - Precisamos? —Ricardo diz.

 - Como assim? —Vez do ucker perguntar.

 - Sim, eu não sei o que fazer! Christopher você pode ajudar? O Ricardo se meteu numa confusão e precisa de ajuda.

 - Que tipo de confusão?

        O Ricardo me olhou com cara de "Você não pode dizer".

 - Ele matou uma pessoa.

 - Dulce!

 - Nossa! Meu amigo você está ferrado.

 - Você irá ajudar? —Perguntei.

 - Talvez, e cara, você não pode sair por aí matando. Foi por causa de mulher pelo menos? Se for até posso entender.

     Nossa, isso é coisa de se falar?

 - Eu não matei!

 - Não?

    O Ricardo me olhou e ficou calado. Eu abracei o mesmo e ele retribuiu, gosto do abraço dele.

 - Desculpa, não posso te ajudar. —Sussurrei para ele.

Memórias perdidas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora