Eu te odeio

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     Sento numa cadeira na cozinha e fico observando a Any comendo um pedaço de bolo, ela sabe só comer.

- Vamos conversar logo, chega de enrolação.

- Calma! Estou comendo.

- Você está comendo desde que chegou aqui.

- Tenho que me alimentar.

   Ela diz com a boca cheia de bolo. Fiz careta e levantei.

- Vamos por meu quarto logo. —Digo calma.

   Saímos da cozinha e subimos para meu quarto. Vejo a Any sentar na minha cama. Sento ao seu lado.

- Agora fale a verdade.
- ‎O seu namoradinho é um babaca.
- ‎Ele não é mais meu namorado, terminamos hoje.
- ‎Oh my god! Que notícia maravilhosa, amiga.
- ‎Nossa.
- ‎A melhor coisa que escutei hoje, sabia?
- ‎Imagino! Mas agora fale.

Ela ficou pensativa e minutos depois disse;

- Pablo e a May teve um romance.
- ‎Ãn?
- ‎É! Mas ele apenas queria a levar para cama e assim que conseguiu ele terminou com ela. Alguns meses depois a May descobriu que estava grávida e contou para o Pablo mas ele nem se importou.
- ‎A Sófia é...?  —Eu fiquei sem palavras.
- ‎Sim, a pequena Sófia é filha daquele monstro.

      Fiquei sem reação. Deve ser por isso que a Maite não gosta de ficar perto dele e sequer o olha.

- Mas...por que você e o Christopher o odeia?

- Porque ele forçou a May ficar com ele sem ela querer. Ela  estava realmente apaixonada pelo Pablo então nem terminou.

          Eu escutava tudo calada.

- Um hipócrita, você não acha?

        Eu abrir minha boca para dizer algo mas fechei, não sabia o que falar.

- Nós o odiamos porque ele fez a May sofrer.

      Abaixo minha cabeça. Por que o Pablo fez isso com a May...

[...]

Na manhã seguinte me arrumei rápido, tomei café da manhã com meus pais e fui para escola com o Christopher. Ele está de feliz pelo o término do meu namoro, até queria comemorar, que bobinho.

- Que cara de safado é essa em, Uckermann?
- Tu é doida, eu não estou com cara de safado.
- ‎Está sim, e a Dulce também.
- ‎Eu? Eu nada, Anahí!
- ‎O que vocês aprontaram?
- ‎Não fizemos absurdamente nada.
—Digo e saio andando com os dois.

     A primeira aula foi divertida, segunda legal, terceira mais ou menos, quarta tediosa, e a última maravilhosa. Saio da sala com a Any, Alfonso, May e o Christopher.

-Gente, vamos para uma boate hoje?
-‎Boate? —A olhei séria.— Nada disso, ainda mais que hoje é quinta.
-‎A Dulce é a mãe aqui do grupo. —Poncho diz.
-‎ E o Christopher o pai, só que nenhum pouco responsável.

       Any disse e eles riram. Meus amigos podiam trabalhar num circo.

- Concordo com a Dulce, melhor irmos no final de semana.
- ‎Minha filha tem juízo, em. —Ucker diz e abraça a May de lado.
- ‎Ou podemos ir num parque.
- ‎Cala a boca, Dul.

     Revirei meus olhos e mandei ele calar a boca também.

- Briga de casal, ui.
- ‎Any adora briga. —Poncho diz e pega na mão da Any.
- ‎Ela adora é falar besteiras.
- ‎O vocabulário da Any só tem besteira.
- ‎May!

       Mais tarde, já em casa, recebo uma mensagem do Pablo dizendo para ir na casa dele pra nós começar logo o trabalho, eu mando só um Ok e guardo o celular. O Pablo não foi para escola hoje, talvez seja por causa de ontem, mas espero que ele esteja bem.

[...]

     Encontro o Christopher no meio do caminho e o mesmo se aproxima.

- Oi, lindinha.
- ‎Meu fofinho. —Beijei sua bochecha.— Preciso ir fazer um trabalho na casa de uma pessoa agora.
- ‎Primeiro quero te levar num lugar, vamos, será rápido.
- ‎Que lugar?
- ‎Um lugar que será apenas de nós dois, tipo o nosso lugar favorito.

[...]

    Estava na casa do Pablo fazendo o trabalho. Ele não disse nada a respeito de ontem então eu também disse nada. Quando deu umas quatro horas disse que era melhor eu ir, mas pelo jeito o Pablo não gostou. Levantei do sofá junto com ele.

- Fica mais, Dulce.
- ‎Eu tenho que ir agora, Pablo. A gente já terminamos o trabalh..

  Antes de terminar a frase o mesmo me joga no no sofá de repente  e fica por cima de mim.

- Finalmente você será minha.

      Ele sorriu cinicamente e  eu comecei a me debater ao perceber que ele iria me beijar.

- Pablo, não faça isso, por favor.

- Shiu, Dulce. —Eu tentava o empurrar.

- Pablo. —Minha voz falhou.

    Sinto seus lábios tocarem os meus e viro o rosto.

- Eu te odeio! — digo.

Memórias perdidas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora