Eu perdi ele

189 25 0
                                    

    Papai entra no meu quarto e abre as cortinas. Eu cobrir meu rosto com a coberta.

- Bom dia, anjo! Acorda, hoje têm aula.

         Ele tirou a coberta do meu rosto.

- Estava chorando?!
- Eu perdi ele.
- ‎Ele quem?
- ‎Papai, eu sou uma tola.

       Senti um nó se formar na minha garganta e me segurei para não chorar.

- Claro que não! Você é incrível, a melhor filha do mundo.

          Sentei na minha cama. Eu chorei tanto, passei a madrugada em claro. Não tinha imaginado que ele iria reagir tão mal.

- O Christopher me odeia.
- ‎O que houve?
- ‎Estou namorando com o Pablo, e eu contei para o Christopher...agora ele me odeia.

    Papai ficou uns segundos em silêncio. Deitei novamente na cama e fiquei o olhando.

- Ele não te odeia só está...magoado.
- ‎Eu juro que não queria perder ele.

     Suspirei e ficamos conversando mais um pouco.

[...]

      Uma semana se passou, eu apenas fui para a escola umas duas vezes nessa semana porque nos dias seguintes eu me sentir inútil. Caramba! Como ele pode ter um efeito tão grande sobre mim!? Eu mandei mais de 100 mensagens e nada dele ver ou responder, eu liguei várias vezes e nada dele atender.

       Tiro o fone dos meus ouvidos e deixo em cima da cama junto com o celular. Levanto e saio do meu quarto.

      Sinto falta do Christopher, de falar com ele, do abraço dele, até da risada. Espero que algum dia voltamos a ser amigos novamente, eu sei que ainda não o perdi completamente.

[...]

Mais uma semana se passou e foi uma merda. Eu tentei falar com o Christopher mas ele nem quis me escutar, eu o seguia pela escola e ele fingia que nem me via, então desistir.

       Estava no meu quarto com o Pablo fazendo um trabalho escolar.

- Cansei. —Me deito na cama.

- Que namorada preguiçosa em. —Ele faz cócegas no meu pé e eu dou risada.

- Para, bobão.

           Ele sorri e deita ao meu lado.

- Te amo.

        Eu apenas sorri e o beijei.

Eu não o amo e me sinto mal por isso, realmente não quero o magoar mas também não quero ficar com uma pessoa que não amo. Eu sei que estava com os sentimentos confusos entre o Christopher e o Pablo mas agora sei que eu gosto do Pablo como amigo, apenas isso.

[...]

     Duas semanas se passaram e ainda continua do mesmo jeito, ainda sem o meu Christopher.

       Já era seis hora e o tempo estava nublado, certamente iria chover. Desço e vejo a mamãe conversando ainda com a Alexandra.

- Oi. —Falo meio baixo e sento no outro sofá.
- Olá, querida. Que carinha triste é essa?
- ‎A Dulce ultimamente está assim, desde que parou de falar com o seu filho.
- ‎Ah! Ele está lá em casa agora, por que não vai lá e tenta conversar com ele?

            A olhei e por um momento tive esperança.

- Posso ir lá?
- ‎Claro.

     Sorri e levantei. Pedi licença e antes de sair correndo ela me entrega a chave da casa e diz que sem a chave eu não poderia entrar. Dei um sorriso e peguei. Agora sim sai correndo.

       Chamei três vezes pelo Christopher mas nada dele responder. Subi a escada e fui em direção ao seu quarto. A porta estava entreaberta e vi a pior cena que poderia ter visto. Meus olhos encheram de lágrimas rapidamente, eu sentir ódio, raiva e nojo.

          Christopher estava com uma garota.

A minha vontade era entrar naquele quarto e bater neles. Como ele pôde fazer isso?

  Que merda! Por que estou assim? Ele não é nada meu e pode ficar com quem quiser. Na verdade, não quero que ele fique com quem quiser, ele é meu sim!

           Suspirei e desci correndo.

- Eu não vou chorar, não vou chorar, não vou chorar.

   Christopher Uckermann, infelizmente, não é meu, ele tem quem quiser e sempre será assim.

Passei as mãos pelo meu rosto e enxuguei as lágrimas.

    Passou quase uma hora e eles não tinha descido, estava cansada de esperar então subi novamente.

Memórias perdidas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora