Memórias perdidas [Concluída]

Uma dica

      Christopher me trouxe pra casa meio tarde e sequer consegui dormir direito. Mas foi até legal, conversamos bastante com o Ricardo, ele e o Christopher viraram amigos. O Christopher disse a verdade que nós não era namorados e foi até engraçado a reação do Ricardo.

[...]

           Estava no quarto dos meus pais junto com eles deitada na cama.

- Sabe, estava com saudade de ficar assim com vocês.

- Agora a senhorita não para em casa, né!? —Papai diz.

- Ah, pai.

- Nossa princesinha cresceu. —Minha mãe dá um beijo em minha bochecha.— Agora quer viver do jeito dela.

       Não é bem isso mas preferi não dizer nada.

- Está apaixonada?

      Estou desconfiando que meu pai adora me deixar envergonhada.

- Não, pai. Eu não estou apaixonada.

- Parece.

- Amor, assim a menina vai ficar com vergonha.

        Já estou envergonhada.

- Sabe, eu acho que meus sentimentos estão confusos.

     Os dois me olhavam esperando prosseguir.

- O Christopher e o Pablo, eles... Er.

- Continue, filha.

- Eles me deixa indecisa, Ah...sei lá.

- Nem você sabe. —Papai diz sério.— Não acho que o Pablo é a pessoa certa para você.

- E o Christopher?

- Gosto dele. Ele parece gostar de você e te respeitar.

         Papai, o senhor se enganou.

- Ah! O Pablo também.

- Mas eu não gosto dele.

- Amor, ela que tem que gostar e não nós.

 [...]

     No dia seguinte minha rotina foi quase igual ontem, a diferencia foi que meu vizinho não quis nem olhar na minha cara e me ignorou o dia todo só pelo fato que me viu conversando com o Pablo.

      Estava no cinema com o Pablo. O filme que estávamos assistindo era de terror, eu estava abraçada com ele. Nem conseguia olhar para a tela direito.

- Está com medo, linda?

      Ele sussurrou no meu ouvido e eu concordei com a cabeça.

- Você não tem medo? —Voltei a comer o resto da pipoca.

- Não! Já ouviu falar que os priores monstros são os humanos? —O olhei e depois por filme.

- Isso foi uma comparação sem lógica.

         Após o filme acabar, dei glória a Deus, fomos para uma loja e compramos uns doces.

     Quando deu sete hora ele me levou para casa. Pedi para ele ficar um pouco comigo e ele ficou. Estávamos na sala sentados no chão jogando jogo da velha.

- Você é bom nisso em.
- ‎Você também. —Ele colocou o caderno no chão e a caneta cima do caderno. — Você é tão perfeita, faria de tudo para ser seu namorado.
- Pablo.
- ‎Dulce.—Ele colocou uma mecha do meu cabelo pra trás da minha orelha. — Apenas deixa acontecer.

       E foi assim que rolou nosso primeiro beijo.

  Depois de uns segundos escutei um barulho e eu parei o beijo rapidamente.

- Isso não podia ter acontecido.

- Mas aconteceu e foi bom, não foi?

- Sim, foi bom mas...

- Ei, Dulce. —O olhei e depois por chão. — Sem esse "mas", eu gostei de ter te beijado, sabe porque? Por que estou gostando de você.

- Também estou gostando de você. —Mordi meu lábio.

        Dulce María! Que merda você fez? Eu nem sei descrever meu sentimento e tu ainda diz isso.

    Ele sorriu e me beijou novamente. O beijo foi calmo e bom mas eu interrompi e ele me olhou confuso.

- Por que parou?

        Pensa, pensa, pensa. Pensei!

- Somos amigos.

- Se é por isso então, aceita namorar comigo?

          Minha vontade era sair correndo e me trancar no meu quarto.

- Eu aceito.

  Uma dica; Pense direito antes de falar.

        Era oito hora e a Dona Alexandra estava em casa conversando com minha mãe. Eu observava elas até que perguntei o que mais queria naquele momento.

- Er...cadê o Christopher?

- Ele saiu, querida. Mas logo estará em casa.

- Ah tá. —Levantei e elas voltaram a conversar.

      Sai de casa e fechei a porta. Aonde ele está essa hora? Será que na clínica? Pena que não sei onde fica.

   Bom, meus pais ainda não sabem que estou namorando, sei que eles não iram reclamar mas certeza que o papai não vai gostar, nem eu estou gostando então imagine ele. 

- Eu quero o Christopher.

     Bati de leve em minha cabeça e saí andando pela rua.

- Agora sim ele vai parar de falar comigo completamente.

        Ok, estou me importando demais pelo o que ele irá achar mas não quero perder meu melhor amigo.