Não aproxime

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Duas semanas se passaram desde que o Christian foi embora. Ele achou melhor eu ficar na casa de uma tia dele que mora por aqui mesmo, no começo eu tentei recusar mas não tive escolha, Christian disse que não é bom eu ficar sozinha ainda mais por causa do meu sonho. A tia dele é um amor, nome dela é Lúcia.

Hoje fomos ao mercado, ela me ensinou como fazer uma boa compra, se eu tivesse sozinha certamente iria ter me perdido. Eu até ajudei ela fazer o almoço, o Christian tinha me ensinado umas coisas então não tive tanta dificuldade.

Já era de tarde e como na semana passada nós passeamos juntas então eu já conheci uns lugares e tinha quase certeza que já estava preparada para sair sozinha. Disse para Luh que iria andar um pouco, percebi que a mesma ficou tensa mas logo falei que não iria andar tanto. Ela demorou para deixar mas logo deixou depois de tantos dramas meu.

Andava na rua, cada lugar que passava eu já amava, confesso que estava com pouco de medo já que é a primeira vez que saio sozinha.

     Depois de um tempo eu vim para um lugar que é lindo, porém nem sei como vir parar aqui, só estava andando e digamos que deixei o vento me trazer para cá. Olhei a única árvore que tinha e aproximei, ela é linda e já estava florindo, percebi que no seu tronco tinha iniciais de letras, D e C, talvez esse lugar já tem donos. Olhei para cima e depois ao redor, o lugar estava arrumadinho.

Escutei um barulho e me escondi atrás da árvore.

    Vejo um garoto. Ele é tão lindo mas seu olhar era tão triste, ele não parecia feliz, e não sei o porquê mas senti uma enorme tristeza.

Fico observando o garoto, ele tinha sentado no chão e estava lendo um livro.

Eu já estava ficando cansada de esperar ele ir embora. Será que é melhor eu sair correndo? Mas se ele me ver e ir atrás? Que merda.

Já tava começando ficar inquieta, esse garoto não vai logo embora. Me abaixo e pego uma pedrinha, levanto novamente e jogo a pedrinha nele e sequer ele se move. Revirei meus olhos e pego outra pedrinha. Vejo o garoto fechar o livro, jogo a pequena pedra nele e o mesmo vira para minha direção. Respirei fundo e saio de trás da árvore.

O garoto mudou sua reação de triste para supresso e confuso. Ele levantou e  ficou me encarando.

- Não aproxime! —Digo

Memórias perdidas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora