Jantar?

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     Depois de um tempo fomos liberados, como é o primeiro dia de aula nós fizemos nada. Bom, foi maneiro, gostei de alguns professores, só fiquei pouco envergonhada quando o professor de português me apresentou e pediu para falar sobre mim mas ocorreu tudo bem.

-  As meninas estão com inveja de você, amiga. —Any diz assim que saímos da sala.

- Ãn? Nada a ver.

- Tudo a ver!

- Dul. —Escuto a voz do Christopher e me viro.— Então, gostou daqui?

- Sim, eu... —Any me interrompe.

- Ela não pode falar agora.

     E de novo ela saiu me puxando. Suspirei e me soltei dela mas continuei andando junto a ela.

- Ele é meu amigo.

- E eu também sou sua amiga.

- Não pode me impedir de falar com ele.

- Infelizmente não.

- O que ele fez contigo? Fale, por favor.

- Nada, Dulce.

- Então por que está assim com ele?

- Você não irá entender.

- Diz, eu posso tentar entender.

- Ele é um idiota, por isso.

- Eu sei mas é o jeito dele.

- O Christopher está apenas fingindo de bom amigo para conseguir o que quer.

- E o que ele quer?

- Dulce, não seja tão ingênua assim. —Saímos do colégio.

       Cheguei em casa e entrei. Fechei a porta e subi por quarto, a mamãe e o papai não estavam. Guardei minha bolsa e me joguei na cama.

- Odeio ficar pensativa. —Fechei meus olhos e peguei no sono.

      Acordo ao escutar o papai e a mamãe discutindo de novo, faz é a terceira vez que estão brigando mas não entendi o motivo ainda. Me sentei na cama e levantei. Tranquei a porta do quarto e tirei a roupa que fui por colégio. Entrei no banheiro e me livrei  das peças íntimas. Assim que termino o banho vou me arrumar.

     Destranco a porta do quarto e deixo encostada, o papai e a mamãe já tinha parado com a discussão. Me sento na cama, pego meu diário que estava debaixo do travesseiro, alguns acham que diário é coisa infantil mas eu gosto de escrever o que acontece comigo e o que sinto.

     Abro na primeira página e dou um leve sorriso. Essa briga dos meus pais estão me deixando triste, está mexendo muito comigo e quando pergunto porque estão discutindo eles não falam nada. Fecho o diário e coloco aonde estava. Me levanto e saio do quarto. Desço e vou até a cozinha, pego uma banana e vou para sala.

- Mãe? Pai? —Falo meio alto mas não responderam, começo a comer a banana que eu já tinha descascado.— Tomara que eles resolvem isso, eles se amam tanto. —Vejo um retrato nosso— Ou..ai pai amado! Será que eles não se amam mais?

     Sai de casa e corri até a casa do meu vizinho. Bati na porta. Depois de alguns segundos o Christopher abre a porta.

- Dul? Oi. —Simplesmente o abracei, ele retribuiu— Você está bem?

- Tô com medo. —Continuei abraçada com ele.

- De? Relaxa, monstros só estão debaixo de cama.

- É sério! Estou com medo do papai e a mamãe não se amar mais. —Me afastei um pouco e ele deu espaço para eu entrar e foi isso que fiz.

- Como assim? —Fechou a porta e me olhou.— Lógico que eles se amam.

- Eles estão brigando demais, Christopher. Não quero que eles se separem.

- Isso não é o fim do mundo. —Ele sentou no sofá.— Se eles não se amam então o melhor é separar mesmo.

- Não é tão fácil assim. —Sentei ao seu lado— Eles não podem fazer isso, eu não quero que eles se separem.

- Dul, a vida não é um conto de fadas então acorde para realidade. —Abaixei minha cabeça e mordi meu lábio.— Difícil ver os pais brigarem, eu sei muito bem. Minha mãe e aquele cara viviam brigando.

- Deve ser sido horrível ver  seus pais brigando, ainda mais que você era apenas uma criança.

- Foi mesmo. A vida é uma merda, as vezes.

- Sinto muito. —Levantei a cabeça e o olhei.

- Me diga, por que estão brigando?

- Não sei! Eles não diz.

- Vish, mas fique triste não, casais também brigam, isso é normal numa relação.

       Fiquei mais algum tempo na casa do Christopher e quando deu 15:30 fui para casa. Papai estava na sala e perguntou aonde eu estava e disse que estava com o Christopher conversando. Sentei ao seu lado e deitei a minha cabeça no seu ombro, ele perguntou como foi o primeiro dia de aula e eu apenas falei que foi legal.

- Escutei o senhor e minha mãe discutindo de novo. Por que estão assim?

- Não é nada, filha.

- Se não fosse nada vocês não iram brigar! Vocês não se amam? —O olhei e ele ficou calado— Diz, pai. Você e a mamãe iram separar?

- Claro que não, anjo. É só alguns problemas, mas irei resolver.

- Resolve logo, por favor. —O abracei.

     Estava no meu quarto quando escuto batidas na porta. Levantei e abri. Vejo o Christopher entrando no meu quarto.

- Educação mandou lembrança.

- Quer jantar comigo hoje? Já falei com seus pais e eles deixaram.

- Jantar? Er... Você está tentando me conquistar?

-Claro que não, você aceita ou aceita?

- Não tem outra opção?

- Não quer aceitar?

- Eu aceito, senhor chatinho.

- Ótimo! Venho te buscar às 19:30.

- Te espero.

      Ele beijou o canto da minha boca e  saiu do quarto.

   Quando deu 19 hora eu já estava pronta. Peguei a jaqueta e vestir também. Saí do meu quarto e desci. Os meus pais me olharam e sorriram.

- Está tão linda, filha.

- Isso tudo é por causa do Christopher? —Papai perguntou sério porém com o tom brincalhão.

- Para ele? Claro que não. —Sentei no meio deles dois.— Me arrumei para mim mesma.

- Estou de olho em você, Dulce.

- Pai... —Fiquei com vergonha.— Ele irá vir sete e meia.

- Se arrumou cedo.

- Sim! E não vamos demorar, porque amanhã têm aula.

- Chegue antes das dez.

[...]

      O jantar foi magnífico! Christopher me levou num restaurante ótimo e tudo estava uma delícia. Foi tão divertido, ele é tão bobinho e fez algumas gracinhas, amei jantar com ele. Conversamos sobre vários assuntos legais, o Christopher foi tão fofo.

    Quando terminamos o nosso jantar o Christopher foi até a praia comigo. Ficamos andando por lá, a noite estava linda.

- A lua está bonita, ne?

- Está normal.

- Af, Uckermann.

- Você que está bonita!

- Bobinho, pare de dar em cima de mim.

- Mas é verdade. —Ele me abraçou por trás e a gente ficamos vendo o mar.

Memórias perdidas [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora