74. caótico

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NASH GRIER

Batatinhas queimadas e um molho verde foram o prato principal. Sunny pareceu tão enjoada quando eu.

O gosto era tão ruim quanto parecia. O pai de Spring pareceu se divertir me vendo comer aquelas batatas pretas.

Já Spring, comia a batata e bebia o molho como água.

— O que achou da comida? — ela sussurrou. Dei um sorriso amarelo.

— Está ótima.

— Então.. vocês já transaram? — Mr. River perguntou, cortando nossa conversa. Cuspi as batatas na mesa. — Que falta de educação, niño.

— Pablo! — Mrs. River deu-lhe um beliscão.

— Desculpe.. o que estava dizendo? — prossegui.

— Se vocês já transaram.

A mesa ficou em silêncio, e tudo que foi ouvido era Sunny rindo.

— Eu sou a própria Virgem Maria, Mr. River. — ri. Ele não mostrou nenhum resquício de risada, o que fez a minha cessar.

Spy não fazia nada além de comer. Era engraçado o jeito que ela ficava travada perto do pai.

— Bonita camisa. — ele elogiou. Fiquei surpreso por um instante.

— Obrigada, senhor.

— Eu estava sendo irônico.

Ele gargalhou, e por obrigação, ri junto.

O silêncio voltou a ser instalado.

— Nash, certo? — sua mãe perguntou. Assenti.

— Nome de cachorro. — e novamente, seu pai se pronunciou.

Pablo! Respeta al niño! — o espanhol foi usado, e trouxe junto minha confusão.

Cómo se supone que debo respetar al bastardo que se tira a mi pequeña? — o pai se levantou, bravo.

No sea dramático! ella tiene diecisiete!

— Paren con eso! Esta me enojando y esta enojando él! — Spring, pela primeira vez em minutos, levantou a voz.

Uma discussão em espanhol tomou conta da sala, ao som do choro de Sunny. Em fração de segundos, me levantei da mesa e sai até a porta.

Eu tinha estragado tudo.

Eu não sabia muito bem onde estava. Era um tipo de pista de skate que ficava atrás de um parque, ninguém realmente ia lá pra algo que não seja beber ou fumar.

Eu tinha arranjado um cigarro com um menino que remava num skate. Eu também não sabia muito bem como fumar, mas as pessoas diziam que te deixava calmo. E era verdade.

Vi uma sombra que se assemelhava a Spring se aproximando.

— Ai está você! Céus, eu te procurei por a noite inteira. — ela era mesma. Segurei a droga entre dois dedos, checando o relógio.

— São três horas da manhã, Spring. É perigoso ficar andando na rua essa hora. — alertei, meio zonzo.

— Pois eu não iria dormir sem saber se você estava bem.

Um sorriso cresceu nos meus lábios. Spring conseguia ser doce na pior das hipóteses.

— Sente aqui.

Ela se sentou de baixo da árvore em que estávamos e se aconchegou ao meu peito. Continuei fumando, sentindo o calor do seu corpo.

— Me desculpe por aquilo mais cedo. — ela disse, cabisbaixa.

— Não é culpa sua. Seus pais me odeiam.

Ela continuou quieta, observando a pista vazia a nossa frente. Uma brisa fria passou pelos meus cabelos, então lhe cedi meu casaco.

— Não sabia que você fumava. Não deveria fazer isso com você mesmo. — Spring tinha um ar surpreso. Mais do que nunca, ela estava linda naquela noite.

Sua franjinha estava bagunçada e sua calça preta colada.

— Eu te amo, Spring.

Ela me encarou. Seus olhos cor de mel penetraram no meus e eu me senti em casa.

— Eu também te amo. — ela sorriu. Se aproximou do meu ouvido, como se quisesse sussurrar algo. — Eu menti quando disse que sua camisa era bonita.

Farto, tratei de tirar logo aquela camisa vermelha e verde, jogando meu cigarro em cima dela. Tratei de arrumar um isqueiro e incendiar todo o tecido.

Provavelmente nós tínhamos ficado à noite inteira na presença um do outro vendo a maldita blusa queimar.

2/2

tradução:

*pablo! respeite o menino!
*como eu devo respeitar o bastardo que transou com a minha pequena?
*não seja dramático! ela já tem dezessete!
*parem com isso! está me irritando e está irritando ele!

xoxo, t.

SPRING ➶ n. grierOnde histórias criam vida. Descubra agora