78. tempestade de ilusões

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NASH GRIER

— Você tem sorvete de limão aqui? Eu amo sorvete de limão! — Spring deu um pulo, sentando na bancada. Balançou seus pés, como uma criança entretida.

— Não tem sorvete ainda, porta burra. — Winter passou ao seu lado, não deixando de dar lhe um tapa na testa.

— Posso te comprar sorvete de limão, se você quiser. — sorri, ficando entre suas pernas.

— Por que o Nash está tão atencioso com a Spring ultimamente? — Atum arqueou uma sobrancelha.

Meu sorriso nervoso evidenciou meu medo de Spring perceber a elevação no bolso do smoking, causado pela caixinha de alianças.

— Ah, é porque ele vai.. — Summer estava prestes a falar em uma altura audível.

— Comprar sorvete de limão. — cortei-a.

— Aqui! Achei sorvete! — Jack gritou, dentro de uma salinha no canto da sua nova sorveteria.

Para minha surpresa, aquilo não era uma salinha; era um freezer enorme. As estavam paredes cobertas de gelo e em um frigorífico menor, havia sorvetes congelados.

— Só não deixe a porta fe..

Fechei a porta atrás de mim, entrando no espaço. Aparentemente funcionava, pois o ar frio logo me fez encolher.

— Nash, sua mula! A porta está emperrada! Não pode fechar! — Winter gritou, fazendo força para que a porta abrisse. Nada.

Spring se aconchegou ao meu lado, com frio.

— Aqui é um bom lugar para se esconder. — ela comentou. A apertei contra meus braços.

— O baile começa em trinta minutos! Nash, o que você fez?!

Em fração de segundos, Shawn abriu a porta por fora.

Suspiramos aliviados.

— Só fui comprar sorvete de limão! — ele mostrou.

— Me dá um pouco!

Adentrei no baile logo após sairmos da sorveteria de Johnson. O tema era primavera, numa controversa da nossa real estação.

Spring estava linda rodopiando pelo salão com seu vestido amarelo. Summer disse que ela tinha passado horas escolhendo-o, mas realmente não importava, porque tudo que eu estava prestando atenção era na sua mão que tão pouco faltava para estar com um anel.

Entrelacei nossos dedos, caminhando entre a multidão de jovens bem vestidos. No palco, uma banda tocava.

— Você está distraído hoje. — ela sorriu, me oferecendo um ponche.

— Estou pensando na sua beleza, raio de sol.

Ela não hesitou em corar. Pela primeira vez, estava tudo em sua perfeita ordem.

Até agora.

Primeiro, dançamos uma música lenta. Suas mãos viajaram até as minhas e sua cabeça foi deitada no meu peito — que pulsava mais e mais a cada segundo.

Começamos um selinho, até Jack me cutucar.

— Está na hora! — ele sussurrou. Meu coração palpitou a mil.

— Certo. Eu já volto, Spaby. — sorri, seguindo-o até atrás do palco, onde o diretor começava um discurso.

— Terno?

— Certo. — Summer deslizou as mãos por ele, me cercando.

— Anel?

— Certo.

— Spring dizendo "sim"?

— Certíssimo.

Tudo pronto.

Subi no palco. A adrenalina pulsava mais e mais no meu sangue a cada minuto que eu esperava o primeiro a dar o discurso entrar no palco. Espiei pela canto, onde vi..

Aaron Carpenter.

Fazia meses que eu não o via. Há boatos que ele fora internado. E que matou seu próprio pai depois de pirar. E que estava planejando destruir Spring. Nada que quem realmente o conhecesse se preocuparia.

— Boa noite, meus caros. — ele começou. Sem sombra de dúvidas, sua voz estava mais sombria. — Finalmente venho lhes a dar o meu discurso de fim de ano. Garanto que serei breve.

Batia o pé freneticamente, nervoso. Do lado do palco, encarei Spring.

— Eu sei que muitos de vocês não gostam de mim. E eu também não gosto de vocês. E aturei todos durante esse difícil ano. — Aaron riu. Sua risada era forçada e amarga. — Brincadeiras a parte. Trago aqui, nesse telão, algumas fotos desse ano.

Ela passou uma primeira foto onde ele estava com a turma, outra com os professores e.. uma com a Spring. E outra com a Spring. E mais outra, outra a outra.

Todos estavam em silêncio, provavelmente pensando o mesmo que eu. Spy encarava o telão assustada.

E o pior de todos; ele passou um printscreen de uma das minhas conversas com Spring.

Um calafrio passou pela minha espinha.

— Esse, meus amigos, é Nash Grier. Conhecido como Jason por muitos. — ele começou. Meu coração iria sair pela boca a qualquer momento. — E ele mandava coisa obscenas para nossa amada Spring. E eu tenho prints! Tirados do celular do mesmo.

Droga, mas como ele tinha conseguido aquele chip? Eu havia o descartado a meses!

Subi no palco, depositando um murro na bochecha de Aaron. Ele caiu pra trás, e eu não hesitei em continuar distribuindo socos por todo seu corpo.

— Nash! A Spring! — ouvi alguém gritar.

E então eu pensei nela. Pensei em como ela deveria estar se sentindo destruída e pensei na merda que eu tinha acabado de fazer.

Procurei-a em todos os lugares da escola, mas só um vinha na minha cabeça.

Corri até a sorveteria de Jack, e por mais previsível que pareça, Spring entrava correndo.

agora a porra ficou louca

preparados pois eu não

xoxo, t

SPRING ➶ n. grierOnde histórias criam vida. Descubra agora