80. epílogo

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SPRING RIVER

O que mais me irritava nas pessoas era o jeito no qual elas minimizavam os problemas alheios; como elas faziam pouco caso de coisas tão grandes.

"Parir não dói nadinha, Spring" era o que eles me diziam.

As lágrimas de dor e sofrimento invadiam minha face, enquanto gritos de dor da minha parte eram ouvidos pelo quarto do hospital.

Nota mental: não engravidar novamente.

— Perdi alguma coisa? — Winter entrou no quarto, arrastando Snow pela mão. — Ah, ela está parindo!

Winter se dirigiu ao bolinho dos meus amigos que observavam chocados a cena no canto do quarto.

— Vocês vão ficar ai me olhando parir? — perguntei, entre uma contração e outra. Soltei outro grito agudo e dolorido quando senti o bebê descer mais ainda. — Meu Deus, eu vou morrer!

— Você não vai morrer. Aguenta firme. — Nash segurava minha mão firme, dizendo palavras de motivação.

A doutora que se localizava entre minhas pernas deu mais um comando para empurrar mais forte, e assim fiz. Soltei outro berro ao, finalmente, ver o bebê sair.

Caí cansada na cama, literalmente após parir um filho.

O choro foi ouvido, e todos se juntaram para ver o pequeno menino nos meus braços.

— Posso dar pipoca pra ele? — Johnson perguntou, chegando perto.

— O que? Não!

Olhei para Nash, com lágrimas nos olhos. Ele sorriu em reposta, tão emocionado como eu.

Aquele seria Forest. Forest River-Grier.

Dois anos depois, eu me encontrava na mesma posição. No mesmo quarto de hospital, sentindo a mesma dor e pensando a mesma coisa.

Nota mental: PARAR DEFINITIVAMENTE DE ENGRAVIDAR.

Forest já estava maior, conseguia andar e falar algumas palavras. Passava o dia todo brincando com Sunny, Beach, com Chris Miles, com Leaf e Snow; eles eram um grande grupo.

— Ok, perdi alguma coisa dessa vez? — Winter entrou no quarto, como sempre, arrastando a sua filha, na qual já tinha cinco anos. Estava tudo igual a última vez.

Gritei ao sentir o bebê saindo de mim e Nash apertou minhas mãos.

— Forest! Desça da porta! — Gritei, entre berros.

E dessa vez, era uma linda garotinha. Sky River-Grier.

Sete anos depois. Aquela, com certeza, foi minha pior gravidez.

Palm não parou de chutar por um segundo durante 9 meses. Forest já tinha seus nove anos, Sky seus sete e Sunny seus onze; os menores sempre brincavam juntos e bom, minha irmã, passava por problemas de puberdade.

Nota mental: AGORA É SÉRIO. NÃO VOU MAIS ENGRAVIDAR.

— Winter? — a chamei pelo telefone. — acho que tem alguma coisa errada. Eu estou molhada.

Isso se chama excitação, Spring, e..

— Não nesse sentido, idiota! A minha bolsa estourou!

Oh, céus.. você está indo para o hospital?

— Hm.. não.. — me escorei nas paredes, e tentei controlar a respiração.

— E onde você está?

No banheiro, tomando banho.

Gritei de dor quando uma contração atingiu o meu útero. Alisei a barriga enquanto meu peito subia e descia.

— Calma. Fique onde está.

Em cinco minutos, Winter apareceu na porta do banheiro da minha casa. Nunca soube como ela havia chegado tão rápido.

— Minha santa Luizinha.. — abri as pernas e sentei em qualquer lugar, sentindo-me já larga o suficiente para começar a empurrar.

— Não empurra! Vamos para o hospital! — minha amiga segurou minhas mãos.

— Wint.. — chamei. — esse bebê vai nascer agora.

Winter correu pela casa em busca de toalhas limpas enquanto eu já gritava de tanto empurrar. Em nenhum momento o nome de Nash foi citado, afinal, ele estava internado a trêsu meses.

— Você consegue! Vamos! — Winter encorajou. Despenquei com tudo de onde eu estava sentada e apaguei ao ouvir um choro.

Eu não tinha visto Palm nos seus primeiros dias de vida, e isso me partia o coração.

Cinco anos depois, Palm era uma praga. O que Forest tinha de calmo e controlado, Palm tinha de agitado e ansioso — se assemelhando a Sky.

Forest já tinha seus quatorze anos e Sunny, seus quinze. Os dois brigavam sem parar o dia todo, eles simplesmente não conseguiam mais ter uma convivência amigável.

Isso me deixava triste. Eu odiava cada briga deles e cada suspiro de deboche.

Suspirei fundo, assustada com aquela gravidez. A de Palm tinha me causado um belo trauma, e eu não tinha mais tanta confiança.

— Eu não estou pronta, não estou pronta, não estou.. — tentei manter a respiração em um ritmo razoável, empurrando o bebê.

— É claro que está. Eu estou aqui. — a voz de Nash me confortou.

Seus traços envelhecidos eram lindos de se observar e relembrar. Sua pele já formava uns riscos de idade e seus olhos possuíam agora um azul acizentado.

Não senti nada quando Green saiu de dentro de mim. Ele parecia exatamente com o Nash.

— Cheguei! Oh meu Deus, eu perdi! — Winter lamentou, seguida por Snow, na qual já tinha seus quinze anos.

Bom, foi aí que começou outra fase da minha vida. Uma das piores e melhores fases da minha vida.

primeiramente eu não tava planejando esse epílogo, mas eu tava revisando a fic e percebi que sou BURRA e pulei o cap 61. pra não acabar com 79 caps, fiz um epílogo meio bosta mas tá ai <3

xoxo, t

SPRING ➶ n. grierOnde histórias criam vida. Descubra agora