CAPÍTULO 5

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Alice


Depois da aula de Italiano e francês, tive aula de piano com meu novo professor, o senhor Adams, em seguida, fui revisar o assunto da aula de hoje e fazer a atividade de casa.
A minha vida se resume basicamente a isso: estudar.
Desde criança tenho aulas de etiqueta, dança, música, natação, idiomas, esgrima, tênis, esqui e hipismo, a qual é a minha paixão.
Meus pais não admitem notas baixas e para eles, qualquer resultado abaixo de ''ótimo'" na nossa educação, é inaceitável. Bom, não que eles sejam pais ruins ou severos, na verdade, meus pais são os melhores que existem, eles apenas investem absurdamente em nossa educação e exigem bons resultados. Para eles, proporcionar uma educação de qualidade para mim e para o Arthur, sempre foi algo prioritário e indispensável.
Por volta das 16h, eu já havia feito quase todas minhas atividades do colégio, restava terminar apenas a de biologia que estava super difícil.
Resolvi pedir ajuda ao Miguel. Ontem perguntei ao Arthur em quais áreas os meninos são formados, ele comentou que o Miguel quase decidiu cursar Biologia, pois sempre gostou muito da matéria, mas acabou entrando para a faculdade de Biomedicina, hoje é biomédico com pós graduação em microbiologia e hematologia clínica. Sei que não tenho intimidade com ele, mas não acho que seja nada demais pedir uma ajudinha para terminar essa tortura psicológica chamada atividade de biologia.
Deixei minha mochila no sofá, peguei apenas meu caderno, meu estojo, o livro de biologia e fui até ao apê que ele divide com o Ryan.
O Apê deles fica aqui ao lado do nosso, na verdade, os meninos moram tudo aqui no mesmo andar do Arthur, o andar da bagunça.
O Eric divide apartamento com o Bruno, Phil com o Kam, Ryan com o Miguel, e Arthur era o único que morava sozinho antes da gata chegar aqui.
Assim que me aproximei da porta do apartamento, a mesma foi inesperadamente aberta e o Ryan ia saindo.
Ele estava todo arrumado e cheiroso, vestia uma camiseta branca, bermuda tactel preta, tênis esportivo preto, seu cabelo estava preso em um coque alto, usava uma testeira preta da Nike, seus inseparáveis óculos de grau e carregava nas costas uma mochila preta.

— Alice?! — Disse, visivelmente surpreso ao dar de cara comigo.
— Oi... — Sorri. — O Miguel está em casa?
— Está sim. Entra. — Me deu passagem e eu entrei.
— Bom, infelizmente, nem vou poder fazer sala para você porque estou de saída para a academia, mas sinta-se em casa. — Disse, nitidamente apressado. — O Miguel está lá no quarto dele, é o primeiro do lado esquerdo.
— Tudo bem. Obrigada.
— De nada. Fique à vontade. — Depositou um beijo em minha testa e saiu fechando a porta consigo.
Fui até ao quarto do Miguel e bati na porta; logo escuto sua voz firme e carregada de sotaque europeu.
— Que porra é agora, Ryan?
— Sou eu, a Alice.
— Alice? — A surpresa em sua voz era notável.
Será que ele vai me achar muito sem noção por vir pedir ajuda a ele sem termos a menor intimidade? Bom, já estou aqui, agora já foi. A porta é aberta e eu paraliso com a imagem dele sem camisa projetado em minha frente. Com satisfação, meus olhos varrem seu corpo de pele alva marcada por algumas tatuagens, e param em sua barriga deliciosamente devida em gominhos.
Cara, esse é o ruivo mais gato e gostoso que já vi em toda a minha vida.
Noto a tatuagem em sua costela, é uma pequena frase em russo, tento lê, mas ele pigarreia, chamando a minha atenção, o que faz eu levantar o olhar dando de cara com seus olhos azuis acinzentados e inexpressivos.
— Oi. É... E-eu... — Me atrapalho com minhas próprias palavras. — Desculpa incomodar, mas será que você poderia me ajudar na minha atividade de biologia? — Disparo, um pouco nervosa.
— Não há incomodo nenhum. — Responde num tom de voz firme e gentil. — Qual é o assunto?
— Herança e a variação.
— É um assunto bem fácil de se entender se for explicado da maneira correta, espero conseguir fazer isso. — Seus lábios se abrem em um lindo sorriso. — Algum problema em fazermos isso aqui no meu quarto ou você prefere que seja na sala?
Acho melhor ele não saber o que eu prefiro.... mas chega de bancar a tarada, né? Já basta ele ter me pego olhando o peitoral dele daquela forma.
— Pode ser em seu quarto mesmo.
— Então, fique a vontade. — Cortês, me deu passagem para entrar.
Enquanto ele fechava a porta, entrei e parada no meio do quarto, observava minuciosamente o local, e logo meus olhos foram para a sua cama onde havia uma apostila aberta com um óculos de grau sobre a mesma e o notebook ligado.
— Ignora a bagunça, eu estava estudando. — Explica, andando até a cama e sentando-se.
— Você está no último ano do colégio? — Pergunta, levando seus óculos de leitura ao rosto.
— Sim.
— Já sabe o que vai cursar?
— Estou entre Administração e Economia.
— Igual ao Arthur?
— Sim. Igual ao meu pai também.
— Então, só sua mãe que não é do ramo empresarial? — Indaga novamente, fechando sua apostila e notebook.
— Tecnicamente sim, ela é formada em moda e tem sua própria grife.
— Você parece bastante com ela. — Diz, ocupado empilhando seus materiais na mesinha de canto ao lado da cama.
— Você a conhece? — Pergunto, curiosa pela forma que ele se refere a ela.
— A vi poucas vezes. — Responde seco. — Poderia me dar?
Olhei para ele sem entender, mas com a mente um tanto poluída por pensamentos impuros os quais eu facilmente colocaria em prática com ele.
— O livro. Preciso dar uma olhada no assunto. — Estende a mão.
— Ah... sim, claro. — Abri o livro na página 239, onde estava o assunto, fui até a ele e o entreguei.
— Não prefere sentar?

 Bruno Mars - Com amor, AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora