CAPÍTULO 7

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Alice

Tem pessoas que são difíceis de lidar, porém, lidar com o Bruno é uma verdadeira provação.
Como se já não bastasse eu ter que suportar uma convivência forçada com ele durante esses dias, ainda terei que seguir um monte de regras que esse idiota impôs.
Mas não vou questionar, ele está na casa dele. Optei por evitar qualquer contato com ele e não saí do quarto desde que cheguei.
Por falar no quarto em que estou, ele é bem aconchegante e possui uma decoração minimalista. O cômodo é iluminado pelo lustre pendente cilíndrico de luz amarela, o que proporciona ainda mais a sensação de aconchego; as claras paredes na cor champanhe encontram-se em perfeita harmonia com a persiana que cobre a janela e com o enorme guarda-roupa espelhado que segue a mesma paleta de cores neutras. Bom, a cama em que estou é deliciosamente macia, parece até que estou deitada numa volumosa camada de algodão com cheiro de rosas gálicas.
Pelo pouco que eu notei, o apê do Bruno possui uma decoração sofisticada e simples.
Pelo menos bom gosto essa criatura tem.
Cansei de ficar no quarto, também notei que não vinha nenhum barulho da sala, o Bruno deve estar no quarto dele, então resolvi assistir um pouco.
Deixei o meu celular carregando em cima da mesinha de cabeceira e saí do quarto.
Cheguei na sala e encontrei tudo em silêncio.
Gente, que apartamento estranho. Lá em casa é tv alta, Arthur assistindo no celular sem fone de ouvido, eu gritando com ele para abaixar o volume e ele mandando eu ir pra merda.
Aqui é mó paz...
Peguei o controle, liguei a televisão e coloquei na Telecine, onde estava passando: " Querido John".
Eu amo esse filme, na verdade, eu amo romance e comédia romântica, sério, fico me imaginando na história, mesmo sabendo que algo do tipo nunca aconteceria comigo. Sou zero sortuda no amor, não é à toa que namorei o Joe.
Eu estava entretida com o filme quando ouvi meu celular tocar, deve ser o Arthur. Levantei e fui quase correndo no quarto, mas quando cheguei lá, o celular parou de tocar. Desbloqueei a tela, desci a barra de notificações e vi que era realmente o Arthur. O idiota nem esperou chamar direito e desligou, mas havia deixando uma mensagem.

Maninho ♡:

"Cheguei em Vegas, ocorreu tudo ótimo na viagem. Te liguei e você não atendeu, já deve estar dormindo. Amanhã a gente se fala, pois agora vou tomar um banho e comer algo. Te amo!"

Respondi:

"Você malmente esperou o celular chamar, Arthur. Poxa! Mas, que bom que a ocorreu tudo bem na viagem... também te amo! Descansa e me liga quando der."

Terminei de responder a mensagem dele, deixei o celular continuar carregando e quando voltei para a sala, dei de cara com o Bruno deitado no sofá que eu estava antes de ir no quarto, ainda havia mudado de canal.

— Ei, eu estava assistindo. — Reclamo.
— Onde? Pois, a sala estava vazia. — Respondeu, com a cara mais cínica do mundo.
— Fui no quarto rapidinho atender o celular, mas já voltei.
— E daí? — Pergunta, com deboche.
— E daí que eu quero continuar assistindo o meu filme.
— Nossa, cosplay da Barbie , eu não sabia que você dirigia filmes.

Quem esse idiota pensa que é para ficar me colocando apelidos? Respiro fundo e mantenho a calma, mesmo desejando pular no pescoço dele.

— Dá para colocar onde estava?
— Não!
— Por que você é insuportável assim, Bruno?
— Olha quem fala... um poço de simpatia você, né?
— Ah, vai se ferrar! — Me irritei logo.
— Vai você, Polly pocket. — Rebate.
— Garoto imbecil.
— Garota fresca.
— Babaca.
— Infantil.
— Ridículo.
— Patricinha mimada.

Af! Não tem a menor possibilidade de eu viver debaixo do mesmo teto que esse ser humano INSUPORTÁVEL.
Decidi ir para o quarto mexer no celular, quando eu estava prestes a sair da sala, a campainha tocou e o imbecil do Bruno levantou para atender. Era a namorada dele.
Ele a recebeu com um beijo, em seguida, ela entrou de mãos dadas com ele, e assim que me viu, mudou de feição.

— Peter, o que significa isso? Eu achei que a gente havia conversado sobre você ficar de babá.
— Eu não consegui dizer não para o Arthur, Jeniffer. Ele também nunca diz não quando eu preciso, será que você não entende? — Responde, e ignorando totalmente a minha presença, falam de mim como se eu não estivesse presente.
— Não, eu não entendo. — Confronta, me encarando com aquela cara de quenga cornuda.
— Vamos para o quarto, Jenny, lá a gente conversa melhor.
Ela me deu uma última olhada e saiu junto com ele para o quarto.
Dois insuportáveis...se merecem.

 Bruno Mars - Com amor, AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora