Sorte no amor, azar na escolha

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Sentamos em um quiosque a beira da praia, eu estava um pouco nervosa, aquele "encontro" me lembrava do dia que eu estava a espera de Miguel na biblioteca do shopping, e tive de esperar por uma hora o desgraçado chegar, lembro dele subindo as escadas rolante de dois em dois degraus para no fim disso me agarrar e me abraçar fortemente, nesse dia ele nem disse um "oi", ele apenas me abraçou. E depois do dia maravilhoso com ele eu fui assaltada voltando para casa, preferia ter sido assaltada em qualquer dia, porém não naquele, ele ficou abalado por eu ter sido assaltada, então me prometeu um sorvete, - até hoje espero o sorvete.

- Você lembra do dia que saímos juntos?. - Ele lembrou.

- Do shopping, e de você subindo os degraus?, fico imaginando a possibilidade de uma queda sua naquele dia, seria engraçado, porém trágico.  - Sorri  e ele ficou  sério.

- Eu não estava falando desse dia!. - Eu queria colocar meu rosto dentro da areia daquela praia, por demostrar que lembrava dos nossos momentos, porém ele gargalhou ao ver minha vergonha e disse que estava brincando e estava falando desse dia mesmo. - Já que nunca te paguei o tal sorvete, hoje você paga o meu e eu pago o seu. 

- Pode ser. - Terei que escolher o sabor do seu sorvete também. - Ele encolheu os olhos e concordou.

Fomos feito crianças para a bancada de escolhas de sabores e comecei a colocar uma bola de chocolate, baunilha e morango, ele vendo minha escolha encolheu os olhos e começou a colocar creme com passas no meu e depois colocou uma bola de morango, eu já estava sem ideia então coloquei caldas de caramelo e paguei, ele fez o mesmo e trocamos o pote de sorvete.

- Como você pôde , Paola?. - Olhei para ele sem entender. - Tu deveria ter colocado bem mais calda de caramelo. - Gargalhei e fiquei feliz pelo gosto dele não ter mudado.

- Que pena que você não colocou mais uma bola de creme com passas. - Fiz beicinho e ele sorriu.

-Não queria acabar com todo meu dinheiro te alimentando. - Dei língua para ele e começamos a comer. 

- Eu achei que encontraria o sorvete de manga aqui nessa ilha.

- Só porque você leu aquela tirinha de turma da mônica do caso do sorvete de manga, não quer dizer que você tem de provar um sorvete de manga. - Encolhi os olhos e coloquei uma colherada na boca. 

- Me deixe. 

- Você que me deixou. - Eu olhei para ele sem entender e logo percebi oque ele estava falando. - Ou você também esqueceu da gente?

- Você que me deixou, me esqueceu, não vamos mas tocar nesse assunto, já se passaram quatro anos. - Suspirei.

- Mas eu não sei oque aconteceu!, você sumiu. -Olhei incrédula para ele e quando ia dar uma resposta o meu celular tocou, era Lorena querendo saber como estava a viagem e contei resumidamente que não tinha passado nem 24 horas para contar novidades, aproveitei e perguntei sobre salsicha, e ela disse que ele estava muito bem com o novo nome dele que era Rodrigo, perguntei o porque do nome e ela ressaltou dizendo que esse era o nome do antigo ex namorado dela , que no caso ela sentia muita saudade, sorri e mandei ela ir transar com o 16 namorado dela. 

- Você comprou um salsicha? - Séria , respondi que sim. - Eu também, só que o nome da minha cadela é Paola. - Ele sorriu e olhei irritada para ele, peguei minha bolsa e já estava indo embora quando ele segurou meu braço. - O que foi?

- Preciso ir, já são 22:00 horas. 

- Você viajou para dormi cedo? achei que era para se divertir. - Rolei os olhos.

- Você me lembra muito do passado, e eu não gosto disso, finge que não me conhece, não será difícil já que você fez isso por quatro anos. - Me soltei do teu braço e fui para a pousada.

Entrei no quarto, acabada, destruída, amargurada - Tá eu já estou exagerando. tomei um banho e me joguei na cama, liguei para Lorena e contei tudo oque tinha ocorrido. 

- Você nem tem vergonha na cara de me dizer que não aconteceu nada em 24horas!

- Eu estava com ele quando você ligou, você queria que eu berrasse dizendo que encontrei Miguel e que ele ainda mexe comigo?

- Claro, queria ver a cobra fumar, o circo pegar fogo. 

- Lorena! -  A repreendi. 

 - Desculpas. Vá procurar uma balada para ir, ninguém merece ficar nesse quarto sem fazer nada, beijos irei dar comida a Rodrigo.

- A essa hora?

- Você quer que eu o alimente só amanhã?. - Neguei imediatamente, ela riu e desligou a chamada.