5 anos depois.
Cinco anos que meus pais morreram.
Ainda sinto um aperto no coração quando lembro daquele dia, mas hoje estou voltando para o Brasil - O país em que eu nasci e fui criada - para realizar as vontades do meu pai.
Quando eles morreram, estavam no Brasil cuidando da empresa. O carro capotou em um acidente e os dois morreram na hora. Até hoje nunca soube à fundo sobre essa tragédia. Sinto que Peter, meu irmão, esconde-me algo sobre o assunto.
Peter, já formado em administração, só estava esperando mais alguns meses até eu completar meus dezoito anos e voltar para o Brasil para assumir a empresa da família, e eu, só depois que terminasse a faculdade de Direito - minha grande paixão - voltaria para o Brasil.
Mas depois que tudo aconteceu, Peter não pôde esperar mais nada para voltar para o Brasil e tentou me convencer a voltar logo com ele. Mas eu não queria, não podia parar a faculdade nos Estados Unidos.
Me recompôs e ele, relutante, voltou para o Brasil sem mim, um pouco mais cedo e eu fiquei em Washington tentando me recuperar da perda que sofri.
Precisava de um tempo sozinha. Precisava me acostumar com a dor.
Pouco tempo depois, consegui me formar em Direito, mas já estava decidida a realizar o sonho do meu pai. Decidi começar a faculdade de Administração para ajudar meu irmão na administração da empresa.
Hoje, formada em Administração e Direito, estou pronta para ajudar com a empresa e já tenho um lugar garantido como sócia e advogada em um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil.
Foi difícil no começo, mas quando descobriram onde eu tinha me formado e sobre o prestígio da minha família, foi fácil fazer negócios.
Finalmente vou começar uma vida nova no meu precioso Brasil fazendo o que eu gosto.
Pego minhas malas e respiro fundo.
Vejo um moreno de olhos verdes, forte, lindo, acenando para mim. Como senti falta do sorriso do meu irmão.
- Há quanto tempo, mana. - Ele se aproxima e me envolve em seus braços.
- Eu senti tanta saudades, Peter. – Sussurro abraçada a ele com os olhos enchendo de lágrimas. Sim, sou bem chorona mesmo. Durona para muitas coisas, mas uma manteiga derretida para outras.
Nos afastamos e ele me encara.
- Não chore. Olha como você cresceu. Cadê aquela loira inocente? Só vejo um mulherão na minha frente. - Sorrio.
- A garota inocente ficou nos Estados Unidos, meu irmão. Ou melhor, ela já nem existe mais. - Digo.
Olho para os lados e várias mulheres passam por ele e piscam.
- Mas pelo jeito, você não mudou nada mesmo, seu safado. - Bato no seu ombro.
Ele apenas sorri convencido, passa os braços pela minha cintura e nós saímos da área de desembarque.
Ele sempre foi assim. "O pegador". Nunca teve um relacionamento sério com ninguém. As suas namoradas não duravam uma semana. Ele sempre dizia que seu coração nunca se "agarrou" a ninguém. Algumas vezes ouvia histórias sobre uma garota em especial, mas ele nunca permitia que eu soubesse mais sobre ela.
Quem não nos conhece talvez pense que somos namorados. Eu não sou nada parecida com ele. Puxei a mamãe. Seus cabelos loiros e seus olhos azuis. Ele puxou a papai, cabelos pretos e olhos verdes.
- Preciso ir ao banheiro - Anuncio e ele assente, sentando-se em uma mesa de uma lanchonete do aeroporto.
Chego ao banheiro coberto de azulejos azuis e agradeço mentalmente por ele está vazio.
Olho para o grande espelho e observo meu reflexo. Gosto do que vejo. Não vejo mais aquela garota de dezoito anos, fraca, sem um brilho no olhar.
Hoje, vejo uma mulher, que está recomeçando sua vida fazendo o que gosta. Sorrio e volto para a lanchonete.
Sento-me na cadeira de frente para Peter e eu peço um Chocolate quente e um Croissant.
- Então, como anda com as garotas? Alguma namorada? Continua com a história da namorada que não dura nem uma semana? - Ergo uma sobrancelha.
- Tudo na mesma, maninha. Ainda não me prendi a ninguém...você sabe - Sorrio, mas sinto algo diferente no seu olhar, como se realmente algo tivesse mudado.
- Você não tem jeito mesmo, né? - Ele sorri.
- Talvez sim, talvez não...Mas agora quero saber de você! Deixou alguém em Washington? Algo me diz que não. Você parece diferente. Talvez um tempo só tenha lhe feito bem - Pergunta.
- Que nada, claro, alguns homens eu fiquei, mas foi nada duradouro. Estou virando uma versão feminina de você - Digo e seus olhos se arregalam.
- Não! Você não! Você é minha irmãzinha, não pode ficar com qualquer um! - Ele bate na mesa e eu rio.
- Eu sabia que você ia ficar assim - Digo entre risadas.
- Não me importa, eu não vou deixar nenhum filho da puta meter as mãos em você, se prepare - Rio mais ainda e nossa comida chega.
Depois de algum tempo conversando sobre o que aconteceu nos últimos cinco anos, nós resolvemos ir para a casa. Nossa casa. Depois de tanto tempo...
Já deve ser umas dez horas da manhã e mais tarde serei apresentada a todos os sócios da empresa.
- Vou pagar o estacionamento - Avisa.
- Enquanto isso, vou dar um passeio pelo aeroporto. Faz tempo que não venho aqui - Ele assente e eu saio na minha "expedição".
Compro um refrigerante e fico andando pelo aeroporto.
Saio dos meus pensamentos quando esbarro em alguém. Parece mais um muro do que alguém.
- Foi mal...eu sou muito dis...- Ele me interrompe.
- Qual o seu problema? - Grita.
Opa, opa, tá achando que é quem pra gritar comigo?
Levanto a cabeça e dou de cara com um arrogante - Porém, lindo - dos olhos verdes e cabelos pretos.
Que sexy.
Ele está vestindo uma camiseta branca gola V que marca seu incrível físico e um jeans azul que está molhado de refrigerante.
Ah, eu derrubei refrigerante no emburradinho! Sorrio internamente com o pensamento.
Vejo raiva nos seus lindos olhos verdes e nesse momento me recomponho e lembro que o arrogante gritou comigo.
- Quem você pensa que é para falar assim comigo? - Ele me analisa da cabeça aos pés e sinto um arrepio passar pelo meu corpo.
Levanto mais minha cabeça.
- Quem você pensa que é para falar assim comigo? - Diz me encarando.
- Quer saber? Pouco me importa quem é o senhor. Te desejo um bom dia porque você está precisando mudar essa sua cara azeda - E sexy, penso - Passar bem - Toma!
Abro o meu melhor sorriso, giro meus calcanhares e saio andando.
- Vá para o inferno! - Esbraveja.
Olho pra trás e vejo ele xingando e limpando a calça. Sorrio.
Apesar do cara ser lindo, precisava ser tão arrogante? Eu sei que sou uma desastrada, mas foi sem querer.
Mas aqueles olhos verdes...sinto que os conheço...Mas de onde? Pouco me importa essa brutalidade em pessoa, que vá ele para o inferno.
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Atração Inevitável
Roman d'amour( Não recomendado para menores de 18 anos ) PLÁGIO É CRIME! Depois de perder os pais em um misterioso acidente de carro, Alicia Jones quer recomeçar sua vida no Brasil com seu irmão, Peter, administrando a empresa da família e trabalhando em um dos...