Quatro

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- O quê? -  Passo as mãos pelos meus cabelos, nervosa.

Por Deus! Quem tentaria matar meus pais e por quê?

- Alicia, preciso que você me escute, preciso que você se acalme - Respiro fundo tentando deixar de lado as batidas aceleradas do meu coração - Quando eu cheguei aqui depois da morte dos nossos pais, acabei descobrindo que tem alguém, há muito tempo, que tenta acabar com a nossa família e a família dos Carter - O meu coração dispara.

Onde estão os Carter?

- Peter, - Suspiro - Onde estão o senhor e a senhora Carter? - Pergunto temerosa.

- Eles faleceram há 2 anos - Solto um ar pesado e uma lágrima solitária desce pelo meu rosto. Eles eram como meus segundos pais, e eu os perdi, também - Agora nós somos os próximos alvos deles. Por isso os seguranças... - Eu o interrompo.

- Deles quem, Peter? Quem quer acabar com a nossa família? Porque não me contou dos Carter? Eles também eram como família pra mim também! - Grito enquanto as lágrimas caem desesperadamente.

- Não sabemos, Licia. Pesquisamos tudo o que nossos pais e os Carter fizeram antes de falecerem e tudo era negócio limpo. Não deviam nada há ninguém. Mas, olha... - Ele se levanta da cadeira e me envolve em seus braços - Nós vamos conseguir acabar com eles, eu juro. Por isso nós temos seguranças e somos treinados para combate, estamos prontos para tudo, Licia. Papai e mamãe não andavam com seguranças, nem os Carter, mas faz mais de um ano que nós treinamos e andamos com seguranças e já sofremos com algumas emboscadas. - Arregalo os olhos – Não contei porque não queria atrapalhar seus planos nos Estados Unidos e não queria colocar você em perigo.

- Todos da empresa possuem seguranças? - Pergunto.

- Não. Apenas os nós dois e os filhos dos Carter - E quando ele diz isso, meus pensamentos voltam para Thomas. Balanço a cabeça rapidamente tentando afastar esses pensamentos e Peter me encara.

- Falando nisso, agora que você faz parte dos Agentes da Cia... - Diz divertido e em meio as lágrimas consigo soltar um sorriso - Você tem que treinar com a gente - Meus olhos brilham.

- Treinar com vocês? Tipo, artes maciais, tiro ao alvo, essas coisas? - Ele abre um sorriso de orelha a orelha.

- Você não mudou mesmo, em? Continua apaixonada por essas coisas de luta e tiro. Você ainda sabe atirar? - Sorrio.

- Claro que sei! - Respondo orgulhosa.

Ele levanta em um salto e diz sorridente:

- Tudo bem. Temos treino segunda e quarta às nove horas da noite no porão da casa dos Carter. Tudo vai se resolver, ok? Eu prometo - Nesse momento, escutamos uma batida na porta e escuto a voz rouca de Thomas do outro lado da porta.

- Peter, posso entrar?

- Entra, Tom - Responde Peter enquanto se senta na sua cadeira e eu enxugo as lágrimas que cessaram.

Ele abre a porta e nossos olhares se encontram.

Desvio o olhar e ainda enxugando as lágrimas vou em direção da porta sem olhar para a cara do Sr. Arrogante. Não quero que ele me veja assim...Fraca.

Me viro para Peter tentando não me prender nos olhos verdes de Thomas que pairam sobre mim e digo:

- Estou indo no escritório falar com o sócio. Depois vou para casa, tá? - Ele assente e eu saio da sua sala com o coração acelerado.

Vou até "meu carro" e sou recebida por Sullivan.

- Sullivan, me leve até o escritório de advocacia daqui – Ele apenas assente e o carro, seguido de outros, começa a se mover.

No caminho disco o número de Arthur.

- Alô? – Ele atende no segundo toque.

- Hey, Arthur. É a Licia. Cheguei hoje de manhã de viagem. Estou chegando aí.

- Porque não me avisou? Eu poderia ter ido te pegar no aeroporto!

- Não se preocupe! Peter foi me buscar. Me espere aí, estou chegando. Até já.

- Até já, Licia – Ele responde por fim e desliga.

Alguns minutos depois, meu carro estaciona em frente ao escritório e eu desço dele.

- Alicia, é um prazer conhecê-la! - Sou recebida por um abraço de Arthur, meu sócio gato, na entrada do escritório.

Arthur tem os olhos verdes, quase castanhos e o cabelo claro. É mais lindo ainda pessoalmente.

Quando estava em Washington, passávamos tantas horas conversando sobre negócios. Não me entenda mal. Apesar dele ser um lindo loiro, não somos mais que amigos. Bem, pelo menos por enquanto. Acabamos de nos conhecer, mas eu também não tô morta, né?

- O prazer é meu por finalmente conhecer você, Arthur. - Olho ao redor disfarçadamente e tenho a sensação de que estou sendo observada.

Talvez seja só paranoia da minha cabeça.

Arthur me apresenta o escritório e minha sala. É tudo perfeito. Do jeito que sempre quis.

Já posso começar a trabalhar segunda. Depois de horas conversando sobre o escritório, decidimos que eu passaria a manhã aqui e a tarde na empresa. Olho no relógio e vejo que já são quase oito horas da noite. O tempo passou voando.

Arthur me leva até a saída e se despede de mim com um beijo na bochecha e fico feliz em saber que tenho mais um amigo por aqui. No momento que Arthur se afasta de mim, eu giro os calcanhares para a saída e dou de cara com Thomas falando com alguém ao telefone. Ah, não...

Ele fica imóvel quando nossos olhares se encontram.

Ele fala alguma coisa ao telefone e em seguida desliga, vindo até mim.

- O que você faz aqui? - Pergunto direta.

- Vim falar com alguns conhecidos. O que você faz aqui? - O jeito como ele fala me lembra do nosso primeiro "encontro".

- Você tem essa mania de repetir o que os outros dizem, é? - Ele fica visivelmente irritado e tenta falar alguma coisa, mas eu não deixo - E respondendo a sua pergunta: Eu trabalho aqui - Ele não parece surpreso, o que me faz acreditar que ele estava mentindo sobre o que veio fazer aqui - Eu...preciso ir.

Quero ficar o mais longe possível dele. Saio andando, mas seu braço segura o meu pulso.

- Alicia, eu só te peço uma coisa - Meus olhos ficam presos aos seus. Droga! - Por favor, agora que você voltou, tome cuidado.

Atração InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora