Nove

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Meus olhos brilham e eu sorrio para Peter.

- Hey, Licia – Gustavo coloca uma mão em meu ombro.

- Você estava falando sério mesmo quando disse que ela gostava dessas coisas, em? – Diz secamente Thomas se aproximando de nós.

Ele está com uma roupa semelhante à de Peter. Seu humor parece diferente, parece estar mais frio.

Meu Deus! Quanta mudança de humor!

- Deve só gostar mesmo – Olho para Gustavo, confusa – Qual é, gente? Eu aposto que ela não sabe nem atirar – Cretino!

Vamos ver se eu não sei atirar, gatinho.

- Você quer apostar, Gus? – Digo e ele sorri.

- Gustavo, acho melhor você... – Faço um sinal para Peter para que ele fique calado.

Ele ri.

- Quero sim. Cem?

- Cem – Sorrio.

Hora do show!

Ando em direção à cabine de tiro, coloco os tampões de ouvido e óculos de proteção.

Pego a arma com a mão esquerda, porque sou canhota.

Posiciono os pés na largura dos ombros. Miro e aperto o gatilho. A bala crava exatamente no centro do alvo. Sorrio.

Aperto o gatilho mais duas vezes e nessas duas vezes acerto novamente o alvo. Tiro os óculos, os tampões, deixo o revólver a mesa e saio da cabine.

Gustavo olha para mim, boquiaberto, e as outras pessoas sorriem, inclusive Thomas e Peter.

- Como você aprendeu a atirar assim? – Jess aparece saltitante atrás de mim.

- Papai me ensinou nos Estados Unidos – Caminho até Gustavo.

Estendo a mão e ele me passa o dinheiro, ainda boquiaberto.

- Caralho, Alicia. – Meu sorriso fica mais amplo.

- Ela sempre foi boa com alvos – Comenta Peter.

- Bem feito. Foi duvidar da capacidade de uma mulher. – Thomas cantarola e pisca o olho para mim discretamente.

Mais uma mudança de humor!

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No dia seguinte, no escritório de advocacia, alguém bate na minha porta.

- Entre – Arthur aparece sorrindo.

Ele me lembra da história de Jess.

- Bom dia, Alicia. Resolveu aqueles processos? – Ele pergunta se sentando na cadeira de frente para mim.

- Sim, resolvi sim. Posso perguntar uma coisa?

- Claro – Responde, despreocupado.

- E a Jess? Como vocês estão? – Pergunto, como se não soubesse de nada.

- Nós? Ah, Licia. Naquele dia a gente se beijou algumas vezes, mas nada mais que isso. Um pouco depois que você foi embora ela disse que precisava ir também e desde desse dia a gente nunca mais se viu. Acho que ela não estava interessada – Ele sorri.

Então ela fugiu? Porque diabos ela fugiu? Jess nunca foi assim. Nunca. Isso é muito estranho.

Atração InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora