Seis (parte 1)

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Abro os olhos lentamente e olho para a janela do meu quarto. Pelo jeito, o sol já está se pondo.

Perto das onze horas do dia de hoje, acordei. Almocei no quarto mesmo e dormi de novo. Só acordo mesmo agora.

Não acredito que perdi meu sábado dormindo. Tudo por causa daquele maldito arrogante.

Porque, entre tantas pessoas no mundo, eu tive que gostar logo dele?

Sinto uma fome enorme. Preciso comer. Só almocei hoje.

Olho para o lado, e como de se esperar, tem uma bandeja em cima da mesa com um copo de suco de laranja e torradas com geleia.

Quando estou quase terminando de comer, meu celular toca.

Nem olho para ver quem está ligando. Rezo mentalmente para que não seja Thomas. Se bem que não tem lá muitos motivos para ele me ligar e, provavelmente, ele nem possui meu número.

- Alô?

- Finalmente acordou! - Berra Jess do outro lado da linha - Daqui a pouco chego ai. Hoje vamos sair - Digo animada.

- De novo? Jess...tô com dor de cabeça... - Minto.

- Eu sei que você está mentindo. Você não consegue mentir pra mim - Isso é verdade. Desde criança é assim - Você não vai ficar em casa em um sábado à noite e muito menos eu! - Respiro fundo novamente.

Ela desliga e vinte minutos depois aparece no meu quarto.

- Oi - Digo sem ânimo.

- Me conte o que aconteceu - Ela se senta na cama e cruza os braços.

- Não aconteceu nada demais... - Tento mentir, mas novamente não funciona.

- Você sabe que não me engana, vai, conta logo!

Conto tudo o que aconteceu ontem desde de quando dancei pra ele na boate até a hora que ele pediu para que eu esquecesse tudo o que quase aconteceu.

- Meu irmão...e...e...você? - Ela aponta pra mim chocada quando termino de contar a história.

- É, mas ontem ele deixou claro... - Ela me interrompe.

- Como eu fui burra - Ela coloca as mãos na testa e eu a olho confusa - Eu deveria ter imaginado. Isso explica como ele ficou puto quando eu atrapalhei vocês na primeira vez que vocês se viram. E isso também explica porquê ele queria tanto saber pra onde a gente ia e como ele ficou puto de raiva quando eu disse que a gente ia pra boate. Claro! Ele estava com ciúmes! E ele também estava com ciúmes de você e do moreno gato que estava ontem com você ontem na boate - Olho para ela incrédula. Ele como ciúmes de mim? Impossível! Se bem que quando estávamos juntos era tudo tão intenso...mas porque ele me rejeitou depois? Isso não faz sentido.

Levanto-me bruscamente e vou até o banheiro ajeitar meus cabelos.

- Isso não faz sentido, Jess - Digo, tentando acalmar meus cabelos bagunçados.

- Eu sei, eu sei, mas acho que tem algum motivo pra isso. Agora uma coisa é certa, ele gosta de ti. - Escuto sua voz um pouco longe. Ela provavelmente ainda deve estar na minha cama. Balanço a cabeça em negativa e volto para a cama. Deito-me nela e suspiro.

Tudo está tão confuso. Gostaria de não gostar daquele maldito e gostoso Sr. Arrogante.

- Vai, se anima, amiga! Hoje nós vamos sair! - Pego o travesseiro e o pressiono contra o meu rosto. Gemo, frustrada. Não quero sair - Nós vamos para um barzinho. Lá tem uma banda que faz covers de músicas de rock e eu sei o quanto você gosta de rock - Me animo um pouquinho só e tiro o travesseiro da cara.

Atração InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora