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Eu geralmente fico sozinho o tempo todo mas quanto te olho sinto vontade de colocar de joelhos à minha frente, de forma que não possa me olhar e que eu possa te controlar como uma vadia que quero que seja. Você não vai conseguir me pegar como realmente quer. Costumo ser um rei jovem do meu próprio eu e não abro mão disso nem por um desejo tão fodido quanto esse. Tanto quanto eu sou.


Carrie Collins, Los Angeles- Califórnia.

Porra!

Fodida porra!

Eu estou na sua sala tentando controlar espasmos no meu próprio corpo. Justin está tomando banho a alguns poucos metros de mim. Consigo sentir o calor do meu corpo sendo exalado dos poros nos centímetros mais próximos de minha pele.

O sofá de sua sala é em um enorme formato de L arredondado em um tom que se combina com todos as outras cores e texturas do apartamento. É macio, e largo.

Comprimo minhas coxas uma nas outras numa tentativa falha de conter minha tensão e excitação. O ar condicionado já não me incomoda mais, faz calor.

Decido levantar para permitir a circulação de sangue pelo meu corpo e caminho até o vidro incrivelmente limpo da janela do apartamento. A chuva ainda cai por entre as nuvens cinzentas, com menos força mas trazendo uma umidade bem vinda à cidade, circundo por entre os móveis me direcionando mais uma vez ao corredor que dava à biblioteca que Justin havia me apresentado mais cedo.

Talvez lá eu encontre uma Bíblia e leia para afastar tanta merda.

Empurro levemente a porta de correr e me deixo explorar mais do ambiente. Com certeza tem uma fortuna em livros aqui e todos em condições impecáveis, mesmo as edições mais antigas.

Verifico vários livros e encontro diversos clássicos e outros menos interessantes para mim como a previsão do colapso econômico dos principais bancos mundiais. Me sento mais calma numa poltrona preta de couro e desfruto de Romeo e Julieta e me pergunto porque diabos Justin teria um romance assim aqui. Ele realmente não faz o tipo que lê esse tipo de coisa.

Ma quale luce apre l'ombra da quel balcone? ecco l'oriente. E Jiulietta, é il sole, oh, é la mia donna, é il mio amore!

(Mas qual luz abre a sombra deste balcão? Eis o oriente é Julieta, e o sol! Oh, e a minha mulher e o meu amor!)

Oh, a versão italiana!

Me contemplo com o mesmo a língua tentando recordar grande parte do meu italiano de criança esquecido quando escuto passos firmes à porta.

- Aqui está você!

UAU! Justin parece quente como inferno. Camisa social azul marinho de botões num tecido brilhoso que aparenta cetim e calças jeans escuras e sapatos.

- Apreciando a vista? - murmura com graça me fazendo recobrar os sentidos e olhar de volta ao seu rosto. Que homem!

- Oh, é uma bela vista... - respondo apontando ao quadro de uma bela paisagem um tanto que encantada pregada a parede ao lado da porta tentando disfarçar e suprimir a vermelhidão em meu rosto.

- Sei, o que está lendo? Te deixei na sala e sumo por alguns minutos e você invade minha biblioteca.

- É tedioso ficar sozinha naquela sala. - ele ergue as sobrancelhas surpreso. - É Romeu e Julieta, sério que tem isso aqui? Sr. Romântico Incurável.

Lovely DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora