Wicca - Guia para o praticante de magia no Brasil

Introdução

"Aquele que não agradece pelas pequenas coisas, não agradece o bastante."

Provérbio Estoniano

            Talvez você tenha conhecido a magia hoje ao achar este livro, talvez não, talvez você seja adepto a magia a muitos anos mas, como eu, gosta sempre de renovar sua biblioteca. Em ambas as opções eu espero lhe ajudar muito com este livro e espero que ele possa ser seu livro de cabeceira, um grimório escrito por outra pessoa, e possa te fazer uma das melhores coisas que algo possa fazer: ser seu amigo e companheiro. A magia tem sido para mim uma ponte para encontrar as mais incríveis e divertidas pessoas ao redor do mundo. Quando pela primeira vez criei um blog (sim, sou Jurássico) chamado Blog Fair Folk, eu conheci grandes amigos a ponto de formarmos um coven juntos. Depois, com a chegada do Facebook eu pude fazer parte de páginas, encontrar meus autores favoritos e ter acesso a um mundo antes inexplorado. Conheci magias diferentes da minha – sou da Stregueria, magia Italiana de sangue – e passei a ver que a magia se completa e não se separa em nomes ou vertentes. Me encantando cada dia mais, a magia foi ocupando dentro de mim um espaço que cuido com muito carinho e afeto. Cuidar de algo que amamos é essencial.

            Mas uma coisa começou a me assustar: as pessoas estavam se separando. Sacerdotes de covens que eu conhecia começaram a esconder conhecimento de seus alunos. Vertentes empregaram regras e mais regras criando uma religião temida, quase um catolicismo de Hogwarts. Meu mundo magico começava a cair. Cresci ouvindo dos meus ancestrais que o universo e as divindades sempre nos ouvem, nos apoiam e nos aconchegam, que deveria buscar sempre saber mais e mais, pois isto era o que uma bruxa era.

             Então resolvi que era hora de mudar de ares. Eu precisava me conhecer melhor e conhecer melhor o que era a magia para que eu pudesse alcançar meu nirvana pessoal. Fui atrás de estudos, livros, palestras dos mais variados assuntos, encontro de covens abertos, passei pela magia branca, li sobre a negra a cinza, a vermelha e a azul. Fui adicionando em cada passo meu mais conhecimento na minha bagagem de bruxo e tive que comprar mais um novo grimório pois o meu primeiro havia acabado.

            Descobri que a magia não tinha cor, ela se dividia em milhares de cores misturadas, criando cores novas todos os dias. Tirar uma cor e fazer com que ela fique sozinha seria desnecessário. Não havia uma coisa só para viver. Eu teria que aprender sobre os elementos, sobre a cura, sobre a bênção ou a maldição. Tudo fazia parte do meu mundo, mesmo que eu não fosse utilizar. O bruxo de verdade corre atras da sabedoria. Assim, a limitação de muitos covens e sacerdotes me fizeram afastar deles e estudar minha própria magia.

           Nunca me arrependi desta escolha. Ela me fez ser quem sou hoje e agregar conhecimento que antes eu nem imaginava que existia. É graças a este conhecimento que eu consegui escrever este livro e criar feitiços que aqui nele descrevo. É graças a este conhecimento que eu consigo ajudar pessoas, curar animais e conversar com a Deusa em meus momentos difíceis. Tudo graças a uma escolha: de me libertar.

Quando finalmente encontramos algo que nos completa, fazemos de tudo para protege-la. 
Bem vindo ao meu mundo!