Wicca - Guia para o praticante de magia no Brasil

UMA INTRODUÇÃO À MAGIA

Eu invoco o Espirito do Fogo
Purificador, Iluminador.
Venha a mim com todo o ardor.
Bane o que faz mal, limpa o que não está normal.

E ilumina o meu caminho espiritual.

Encantamento de Limpeza do Fogo

              A palavra magia tem muitos significados. Para alguns é o simples ato de circo que faz com que crianças no mundo todo sorriam. Para outros é uma forma de contato com o Deus que tantos buscam e demoram a encontrar. Mas para o Bruxo, magia é um caminho. Algo que ele acende dentro de si e cuida. Este cuidado é como o de uma planta, a magia é uma sementinha que cresce até alcançar o tamanho de um grande carvalho. Cheio de folhas e galhos, cada um com sua história. Tem folha que fica seca e cai, mas a árvore sempre se lembra da filha que gerou. Assim é a magia. Você vai conhecer e saber de muita coisa que será como esta folhinha que fica seca e cai, mas nunca se esquecerá sobre aquilo. O que você tem que fazer é nutrir esta árvore. Ela tem que crescer e sempre dar mais e mais sementes para que cresçam mais árvores como a sua, seja dentro ou fora de você.            Cada pessoa escolhe sua árvore e a forma de cultiva-la. Devemos respeitar este cultivo e jamais dizer a ela que está cultivando errado. O livre arbítrio faz parte da magia e deve ser respeitado. Isto inclui pessoas de outras religiões ou crenças. Todos devem ser respeitados pelas suas escolhas. Quando uma árvore em crescimento lhe pedir ajuda para adubá-la, você deve fazer. Um bruxo ajuda o outro ou outra, é a lei da magia. Todos devemos ter acesso a palavra da Deusa e do Deus. Isto não separa as pessoas em raça, religião, sexo ou sexualidade, idade, idioma ou país de moradia. Todos somos frutos da grande geradora Mãe. 
           Estes caminhos diferentes criaram o que chamamos de vertentes. Apesar de cada uma conter seu dogma e rituais, elas basicamente se encontram em um mesmo ideal. O que me fez fugir delas foi o fato de que são limitadas para os estudantes de magia, e muito sacerdote – não generalizando, mas muitos são assim – não deixam que o neófilo saiba de determinado ritual ou pratique feitiços antes de iniciado ou em um período de tempo. Me sentia assinante de uma revista, cuja ansiedade para a chegada de um novo exemplar é constante e obrigatório. Ir atrás de mais ou saber mais não é proibido ou perigoso. Obviamente devemos saber onde e o que praticar, onde pisar e o que comer. Mas nada que seja um bicho de sete cabeças. A leitura ou o estudo de determinados assuntos é primordial para o crescimento e desenvolvimento da vida magica.

          Abaixo listarei algumas vertentes e eu espero que alguma possa te tocar. Se nenhuma tocar, busque o conhecimento sem um nome ou vertente. Seja seu próprio sacerdote.

 Wicca

           A Wicca é uma religião que se denomina a mais antiga do mundo, e se popularizou depois da retirada das leis anti-bruxaria no mundo. É a religião que da nome a este livro por ser a mais conhecida e praticada ao redor do globo. Criada por Gerard Gardner, ela possui influencia Celta e seus rituais foram adaptados para a era moderna. Seu criador começou o legado da Wicca com o livro Bruxaria Hoje (1954) e é até hoje uma das grandes referencias bibliográficas de bruxaria no mundo. Existem diversas tradições que tomaram como base a Wicca. As mais tradicionais dela são a Gardeniana e a Alexandrina, tento milhares de adeptos inclusive no Brasil.

           Vale dizer que a Wicca é uma vertente muito dogmática e a referência de outras religiões em seus rituais é praticamente nula. Assim, muitos Wiccanos não creem em Jesus, ou outros seres como Anjos, apesar dos Celtas terem adorações a algo parecido com os DEVAS, que basicamente são anjos. 

            Para se iniciar na Wicca é solicitado um prazo de um ano e um dia de estudos ao iniciado, e depois deste período ele é apresentado à Deusa através de um ritual no Coven ou solitário. A vantagem da Wicca é o vasto material que você encontra sobre a religião na internet ou em bibliotecas. Gardner fez um ótimo trabalho influenciando vários autores a escrever livros ou montar sites sobre o assunto.

Strega

         A Strega (Bruxa) ou Stregueria (Bruxaria) é a vertente na qual eu fui iniciado. Misturando dogmas da Wicca e também da feitiçaria popular Italiana, a Stregueria tomou força na Europa por se tratar do mais próximo da antiga religião, como geralmente é chamada na Itália (La Vecchia Religione). Os cultos a Lua (Diana) e ao Sol (Diano) também fazem parte desta vertente. Alguns autores chama a Stregueria de O Evangelho de Arádia (ou Culto de Arádia) por ser Arádia, uma Toscana, uma suposta encarnação da Deusa Mae na terra. Foi vista como muitos como a Deusa das Bruxas e reviveu o que estava esquecido a muito tempo na Itália, criando o Evangelho de Arádia, que pode ser achado facilmente em livrarias ou na internet. Assim, a religião se separou em duas tradições: a Aridiana – que você pode andar solitariamente nos caminhos de Arádia – e a Ariana – a mais dogmática e com rituais a serem feitos em grupo de Bruxas.
          Também possui oito festivais de suma importância, que na Stregueria são chamados de treguenda e a reverencia aos Lares, espíritos ancestrais que nos ajudam na caminhada.
           A Stregueria é chamada de Bruxaria Hereditária e, como o próprio nome diz, só podem ser iniciados os que possuem sangue italiano. Mas nada impede a outras pessoas de conhecerem seus rituais e histórias.

Magia Telúrica

           A magia telúrica consiste no estudo e na projeção da energia mais antiga já existente: do nosso planeta, o que eles chamam de geobiologia. Ignorando o uso de outros instrumentos que não seja a varinha mágica de cobre – ou bastão magico para eles –, o athame e um pêndulo, os praticantes buscam captar e alterar este energia, de forma bem prática através de condutores. Apesar de usar muito do que os Celtas usavam, alguns rituais foram adaptados e seguem a roda do ano que conhecemos na Wicca, praticando os grandes festivais normalmente. Por meio desta magia se conhece muito sobre transmutação, sobre a alma celta e seus conhecimentos e o controle de oráculos e alfabetos poderosos como de Ogham.