~Capítulo 7~

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Amizade. É uma coisa que simplesmente acontece, após uma série de coisas que você passa com essa pessoa ao seu lado.

Pode acontecer também de você achar que uma amizade irá durar para sempre, e na primeira dificuldade, ela se quebre.

Amigo é aquela pessoa em que você pode confiar, como se fosse um membro de sua família perdido, ou algo do tipo. Mas afinal, como você sabe que realmente tem isso? Talvez você esteja apenas gastando seu tempo curto com uma pessoa que se diz sua amiga, mas não sequer se importa com você.

Como saber se nós não estamos sozinhos no mundo?

Sinto dizer, mas esta resposta eu não tenho.

Mesmo assim, eu tento.

Abro o computador, e ainda com sono, vou checar meu e-mail. Nada, como de costume. Mas calma... Tem algo fora do lugar. Uma mensagem nova. Quando abro, demoro um tempo para processar. Na mensagem está escrito: Parabéns, você foi selecionada para uma entrevista exclusiva conosco!

EU CONSEGUI.

E assim, eu descobri que a primeira coisa que eu queria fazer sobre isso era contar para Lizzy e Mike. Como um instinto, percebi que queria que soubessem de uma notícia da minha vida.

Sim, Lizzy e Mike, os mesmo que moram comigo. E isso é estranho, pois eu conheço eles a tão pouco tempo, e foi tudo tão intenso. Mas ao mesmo tempo, eles mostram me conhecer mais do que muita gente que convivi a vida inteira, e eles sempre estão lá para me ajudar com os pesadelos malucos que eu tenho e... Isso é estranho.

Saí correndo para a sala, onde os dois estavam como sempre, às 8h15 da manhã, tomando café da manhã.

- Tá precisando de alguma coisa, coleguinha? - Esse é o jeito da Lizzy dizer que se importa.

- EU CONSEGUI. - Foi o que simplesmente saiu da minha boca. Eles não pareceram entender o que eu consegui. Tantos sonhos que eu tenho. - A ENTREVISTA. EU  C O N S E G U I.

E é nessa hora que os dois pulam da mesa ao mesmo tempo, e nós começamos a pular. Será que eu finalmente vou ter uma vida normal?

Ok, para falar a verdade, o emprego não é essas coisas todas - E é só uma entrevista -. Na verdade eu vou ser apenas uma estagiária em uma empresa de revista de fofocas, mas é um começo.

Por eu ter estudado a vida inteira em casa, é difícil encontrar empresas que me aceitem, mesmo eu sabendo muito mais coisas do que uma pessoa que estudou em uma escola qualquer.

Às 10h, eles vão para os seus respectivos trabalhos, e me deixam sozinha esperando o Max - o que é estranho, pois ele nunca se atrasa -, debruçada no sofá.

Max O'Brien é o tipo de pessoa que você gostaria de ter ao seu lado como profissional, pois ele além de ser um ótimo profissional, é leal, e vai fazer qualquer coisa para que você goste dele. Bom... Pelo menos esta foi a impressão que ele me passou, com aquele sorriso idiota e o olhar cauteloso.

♥️

Recebo uma mensagem da Lizzy em meu novíssimo, e primeiro celular: Tirei um dia de folga. Vamos fazer compras 🎉

Acho estranho, mas me empolgo, afinal eu nunca fiz compras de verdade na minha vida. Mas por outro lado, Lizzy não faz o tipo de ir comprar roupas com as amigas.

Ignoro esse pensamento, pois a empolgação fala mais alto, e digo sim. O único problema é que eu preciso avisar ao Max que vou sair, e ele ainda não chegou.

Decido, por fim, escrever um bilhete avisando que vou sair. Porque segundo as regras malucas que constituem essa investigação, eu não posso sair sozinha. Quer dizer... Eu posso, contanto que eu avise onde estou, caso ocorra alguma coisa, o que eu acho meio impossível, pois quem quer que estivessem tentando afetar com o incêndio, não sou eu. Não sou tão importante assim.

Saio de casa correndo, quando meu celular apita novamente. "Já estou aqui embaixo!!!", aparecia escrito na tela.

Apertei o botão do elevador e esperei. Nada aconteceu. Decidi ir de escada, o que depois pareceu uma péssima ideia, pois quando cheguei ao térreo, estava toda suada. Dei bom dia para todos e fui direto ao carro amarelo-gema que buzinava sem parar.

- Nossa que demora! - Fala, resmungando. - Só buzinando para você adiantar o passo mesmo.

- Chega de "mi mi mi" que de dramática nessa amizade já basta eu. - rebato.

Ela abre a porta do carro, e eu entro rapidamente, fechando-a. Ela ri, e depois continua, em tom debochado:

- Pelo menos você admite.

♥️

Não demora muito para nós chegarmos em uma enorme construção. Tipo... GIGANTESCA. Deduzo ser o tal "shopping", que eu tanto ouço falar.

Entro saltitando de alegria. São tantas cores, pessoas e coisas diferentes em um só lugar, que eu fico, por um momento, com medo de me perder e nunca mais ser encontrada.

Ela me levou para diversas lojas para testar roupas adequadas para se usar no trabalho. E me deixar escolher foi um de seus maiores erros, pois eu sou muito indecisa. Ficamos praticamente o dia inteiro rodando aquele lugar, para no fim, cada uma ter por volta de  cinco sacolas em cada mão. E foi assim que as economias da minha família acabaram de vez. Não sobrou nem um centavo para contar a história, mas pelo menos eu me diverti, e isso vale todo o dinheiro que eu posso gastar.

Ao final do dia, quando tudo termina, tudo que a gente mais quer é estar perto de alguém. Então nós escolhemos aqueles que queremos permanecer próximos e, uma vez que escolhemos tais pessoas, tendemos a manter contato. Não importa o quanto machuquemos elas, as pessoas que ainda estão contigo ao final do dia são aquelas que se vale a pena manter. E, claro, às vezes próximo pode ser próximo demais. Mas, às vezes, aquela invasão de espaço pessoal pode ser exatamente aquilo que você precisa.

 Mas, às vezes, aquela invasão de espaço pessoal pode ser exatamente aquilo que você precisa

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