Alexa Astley (Lexie) viveu no circo a vida inteira, destinada a ser uma artista lá. Mas isso não é - e nunca foi - o que ela quer.
No seu aniversário de 20 anos, Lexie resolve recomeçar a sua vida, sair do circo e finalmente se mudar do minúsculo t...
Um modo pelo qual a verdade se revela, é quando você nem mesmo pretendia... ou quando, sem nenhuma palavra, ela continua alta e clara. Mas a pior coisa que a verdade pode fazer, é que quando você finalmente a revela, ela não te liberta, mas fecha você para sempre.
Perder um amor é pior do que perder um órgão. Um vazio se instalou dentro do meu corpo e a partir do momento que ela me expulsou do apartamento, parece que metade de mim foi arrancada brutalmente.
Tentei chegar perto de álcool, para poder tentar suavizar a dor que se instalou no meu peito, mas não consegui. Eu não sou ele. Não sou como o meu pai. Eu não posso ser.
Tento não pensar muito nela durante o dia, mas é impossível.
Sei que provavelmente eu nunca mais irei vê-la, e isso machuca. Dói tanto que eu fico sem ar só de pensar. Sinceramente, eu não sei como continuar a vida sem ela. Sem aquele sorriso tímido, a sua preocupação genuína e seu olhar confuso e inocente toda vez que eu olho para ela a desejando. Eu sinto falta dela por completo.
Mas como dizem, amar é deixar ir. E eu a magoei. Eu fiz a pior coisa que poderia. Apesar de saber que, deixando-a ir embora, eu vou ter que suportar uma dor incansável pelo resto da minha vida, pior seria condenar ela a viver ao meu lado, se eu vou fazê-la sofrer.
Um dia ela vai ser feliz novamente. Um dia ela vai estar andando pelas ruas, irá encontrar um cara, e vai se apaixonar por ele tanto que o seu coração vai querer pular do peito toda vez que lhe olhar - exatamente como acontece comigo -, e ele vai fazê-la feliz, como eu não fui capaz. Eles vão casar e ela vai ter uma família enorme, para nunca mais se preocupar com o medo de ficar sozinha novamente. Eu vou garantir isso. Vou garantir que ela siga em frente sem mim.
Pela manhã, eu decido ligar para a delegacia.
- Alô? - Fala alguém do outro lado da linha. Stephanie, eu reconheço. - Quem é que está falando?
- Oi. - Respondo, sem ânimo nenhum para começar uma conversa. - É o Max.
- Ah, oi. Tá tudo bem...?
- Escuta, eu só liguei para dizer que... - Respiro fundo, criando coragem para falar. Não resta nenhuma dúvida em mim quanto ao que fazer. - Eu tô fora.
- Que? Como assim? Fora do que??? - Ela pergunta, posso sentir que está começando a ficar nervosa.
- Eu tô fora do caso.
Desligo o celular, sem dar nenhuma chance de ela falar algo para se manifestar e tentar que eu mude de ideia. Porque ela não iria conseguir. No momento, isso é a coisa que eu mais tenho certeza em minha vida.
♥️
Estou ao meu caminho para delegacia, afim de procurar alguma coisa nova para fazer, já que eu saí da investigação. Não sei se eles ainda vão ter algum espaço para mim, mas eu preciso o ocupar a mente com algo, imediatamente.
Entro e tento evitar a qualquer custo Stephanie ou qualquer outra pessoa que possa já estar sabendo que eu larguei o que estava fazendo. Provavelmente isso me trará bastante prejuízos futuramente, mas nada que eu não possa arrumar.
Muito diferente do que com ela.
Sento na minha cadeira, e começo a mecher em uma papelada antiga, como não tem nada, pego uma pilha de formulários e coisas acumuladas e começo a preenche-las.
♥️
- Max? - ouço alguém me chamar, mas não olho quem é. - Policial O'Brien?
- Humm? - falo, ainda focando nos papéis em cima da minha mesa.
- A quanto tempo você está aqui? - a voz pergunta, e eu finalmente paro para olhar a recepcionista da delegacia, April Scott.
A quanto tempo eu estou aqui?
Não me parece que se passaram muitas horas, já que a minha mente ainda está agitada. Por outro lado, meus olhos estão pesados e meus braços, doloridos de tanto eu escrever. Quando entrei era de manhã, e o sol estava brilhando lá fora e agora ele já não está mais aparecendo.
- Não importa. - Digo, me voltando novamente para o trabalho.
- Eu ouvir dizer que você saiu do caso. - A ruiva se aproxima da minha mesa, tentando puxar papo. Ela sempre foi assim e a Stephanie costuma dizer que ela tem uma quedinha por mim, ou coisa do tipo, mas eu nunca me importei muito e sempre tratei ela bem. - Aconteceu alguma coisa?
- Não. Nada. - Que eu gostaria de te falar, quero acrescentar.
Estou esperando que ela vá embora, mas April me encara por mais um tempo, com os olhos apertados, e depois se afasta.
Continuo a trabalhar até o sol aparecer novamente no céu, e as pessoas começarem a aparecer e só paro quando Stephanie aparece me ordenando ir embora.
♥️
Eu não consigo dormir. Só ao fechar meus olhos, a imagem da Lexie vem em minha cabeça, e eu me lembro da idiotice que eu fiz.
Começo a imaginar o que ela deve estar fazendo agora. Talvez ela esteja conversando com seus amigos Mike e...
Meu celular começa a tocar no volume máximo, abro para ver quem é - para saber se ignoro e deixo tocando - e atendo imediatamente.
- Lizzy? - pergunto, estranhando a situação.
Sempre achei que ela não gostava de mim e não me "aprovava", pelo modo que ela olhava para mim como se eu fosse um incômodo na sua casa.
- Max? A gente precisa conversar.
- Olha, não é uma boa ideia. Acho que a minha presença não seria bem-vinda aí e...
- É sobre a Alexa.
Não hesito por um segundo. Desligo o celular e vou o mais rápido possível em direção ao apartamento dela.
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