~ Capítulo 11 ~

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"A chuva que se deu início no ontem, se alastrou por toda parte. A cidade está alagada e as empresas estão começando a suspender os trabalhos, até que esta enorme e perigosa tempestade comece a se acalmar.
Lembramos a todos novamente, que evitem sair nas ruas, e que, em casos de necessidades extremas, tomem cuidados. As autoridades já estão procurando formas de evitar que maiores estragos sejam feitos."

A barulheira vindo de fora da janela do apartamento condiziam com o que estava dito nos jornais. Eu estou com medo. Com essa chuva toda, eu sou a única moradora da casa.

A Lizzy e o Mike me avisaram que iriam dormir na casa de uns amigos que moram perto de seus trabalhos. "Só não queime a casa!", falaram antes de desligar a ligação.

Ah, e também tem outro problema: Max, o policial que eu beijei, mesmo tudo mostrando que é errado, está preso aqui comigo, e só vai poder ir embora quando a tempestade cessar.

O que eu tinha na cabeça quando fui beijar ele?

Quer dizer... Tenho que admitir que foi bom. Melhor do que eu esperava. Mas isso não muda o fato de que é errado, e pode ser prejudicial para ambos os lados futuramente.

No momento estou trancada no meu quarto, tentando evitar ele a todo custo, e ele não parece muito disposto a me parar. Por algum motivo, fico desapontada. Mas era o que eu queria, certo?

Além do mais, se eu ficasse no mesmo cômodo que ele, acho que não iria suportar ficar sem grudar nossos lábios, uma vez que já provei eles.

O que é que está acontecendo comigo?!

♥️

Já estou no quarto a mais ou menos 5 horas, e não sei por quanto mais tempo eu vou conseguir aguentar. Estou começando a ficar com vontade de ir ao banheiro, e com sede.

Minha barriga ronca, lembrando que também estou com fome. Merda.

Ouço batidas na porta.

- Lexie, sai daí, vamos resolver tudo como adultos. - Ele dá ênfase na última palavra, tentando me mostrar o quanto a minha atitude era infantil e imatura.

Mas ele não entendia.

Me grudei na porta, e por mais que eu quisesse sair e abraça-lo, toca-lo e... você sabe, não abri. Me permiti sentar no chão rastejando, ainda encostada na porta.

- Por favor, eu não aguento mais você deixando essa barreira entre nós. Se você se arrependeu, tudo bem, eu posso fingir que nunca aconteceu. - Eu não quero isso. Eu não me arrependi. - Mas saiba que eu não. Pode ser apenas loucura da minha cabeça, mas esse beijo foi bom. Ótimo, na verdade. Então eu não me arrependo, mas eu estou disposto a esquecer tudo isso e seguir em frente se é isso que...

Eu o interrompo, abrindo a porta e me vendo a poucos centímetros de seu corpo. Não aguentei e corri para seus braços, deixando ele me abraçar forte.

Com ele tão perto, consegui analisar seu cheiro. Queria guardar cada parte sua e me lembrar mais tarde. Ele cheirava a frutas, se quer saber.

- Eu não quero esquecer. - Digo, me separando dele, com dor no coração.

Ele sorri para mim, e parece prestes a dizer alguma coisa, mas para, e me deixa passar.

Estou vermelha como um pimentão, quando olho para trás e vejo um sorriso convincente crescendo em seus lábios. Idiota.

♥️

Fico encarando a chuva pela janela, e nem percebo quando Max se junta a mim e trás com ele um agasalho. Realmente eu estava com frio, só que até agora, nem tinha notado isso. Mas ele notou.

Como pode me conhecer tão bem, com tão pouco tempo convivendo comigo? É como se nós estivéssemos conectados de alguma forma bizarra. Mas não, nós não somos um casal.

- Estão dizendo que podem demorar dias até que volte tudo ao normal. - Max corta o silêncio. - Eu posso dar um jeito de...

Já sei o que ele vai falar, e não quero deixá-lo fazer isso. Ele pode se machucar. Então o interrompo.

- É melhor você ficar aqui até as coisas estiverem "normais" novamente. - Max assente. Acho que para ele é difícil aceitar ajuda das pessoas. - Você dorme no sofá. Espera aqui que eu vou pegar as roupas de cama. E quanto às suas roupas, pode pegar no armário do Mike. Vão ficar um pouco folgadas, mas é melhor do que ficar sem nada, né?

Sem eu notar, um sorriso cresce em meus lábios de imaginar a cena. Mas ele vê, e começa a rir. Quando percebo, minhas bochechas estão queimando.

- E-e-e-eu vou indo...

Saio correndo para qualquer direção só para fugir da cena constrangedora. Max O'Brien, o que você está fazendo com a minha cabeça?

Eu não quero ter algum romance. Nenhum tipo de relacionamento romântico, na verdade. Não no momento.

Era para eu estar focando em seguir a minha vida, mas com tudo que está acontecendo, ela está seguindo outro rumo totalmente diferente do que eu planejava, sem o meu consentimento.

Merda.

Vejo que já está anoitecendo, então levo as coisas para ele.

- Você não me parece tão bem...  - Talvez seja porque nós nos beijamos?! - Só saiba que...  hum... Eu me importo com você.

- É seu trabalho, não é? - Sem notar sou grossa com ele. Mas também, quem mandou ele ficar falando comigo como se nada tivesse acontecido?

Ou talvez para ele não tenha sido nada de mais, só um beijinho. Talvez eu esteja imaginando e seja só coisa da minha cabeça essa química que nós temos.

Não dou a chance para ele responder. Saio em direção ao meu quarto batendo os pés.

♥️

É mais fácil ficar sozinho. Pelo menos uma vez na minha vida, preciso tentar seguir a razão ao  invés da emoção. Porque e se eu descobrir que preciso de amor, e depois não o tiver? E se eu gostar e depender dele? E se modelar minha vida toda em volta dele, para então ele acabar? Será que eu irei conseguir sobreviver a tamanha dor? Perder amor é como perder um órgão. É como morrer. A única diferença é que a morte acaba. Isto, pode durar para sempre…

 Isto, pode durar para sempre…

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