~ Capítulo 22 ~

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Alguns dizem que o amor é como um rio; dizem que o amor é uma música boba, outros dizem que o amor está ao nosso redor, nos eleva para onde pertencemos; dizem que o amor é ouvir risadas durante a chuva; tem até os que dizem que amor é como o vento. Mas todos nós sabemos, no fundo, que amar é sofrer.

Abraço minhas pernas na tentativa de diminuir meu sofrimento. Porque não importa o quanto algo te machuque, se livrar disso dói mais ainda. Eu continuo chorando diariamente. Depois do que aconteceu, não tem uma hora que se passe sem que lágrimas inundarem o meu rosto.

Choro tanto que parece que eu estou de volta a semana do incêndio, mas, por algum motivo, eu me sinto ainda mais sozinha do que na época. Uma parte de mim se apagou quando eu decidi deixar ele ir.

Ouço batidas, mas não me levanto para atendê-la.

- Hey... - devo ter esquecido de trancar a porta, porque Lizzy entra sem permissão e se senta ao meu lado.

Ela não perguntou até agora o que aconteceu, mas todos os dias se senta comigo, trás uma coberta quentinha e me embrulha nela, depois me abraça até a minha respiração ficar mais calma. Mike está transparentemente curioso, mas também ainda não perguntou nada, e sempre compra um pote de sorvete de menta com chocolate para mim e fica contando histórias para tentar fazer eu rir. Ele já conseguiu até arrancar um esboço de meio sorriso de mim.

Mas ainda sim, eu me sinto sozinha. É como se na maior parte do tempo eu não estivesse lá, mas em uma espécie de coma.

Olho pela janela e vejo que lá fora está chovendo e o clima está tempestuoso. Mas todos não estão?

♥️

Eu preciso sair. Mike e Lizzy saíram, e perceber o vazio da casa amplifica 100 vezes o que eu estou sentindo, e talvez, quem sabe, um pouco de ar livre faça bem. Afinal, uma hora eu vou precisar aprender a viver sem ele.

Rostos sem expressão preenchem as ruas cinzentas. Todas as pessoas parecem que estão em tons em preto e branco, em um pedido silencioso desesperado para serem despertadas. Não é difícil eu me misturar e me perder na multidão sem rumo.

Ando tanto, que só paro quando as minhas pernas não aguentam mais, e eu não faço a mínima ideia de onde eu estou, então me sento em algum lugar para procurar informações. Acabo pedindo um táxi.

Todos os lugares que eu olho fazem o meu coração murchar, porque tudo lembra ele. Ele está em tudo, e em todos os lugares, porque ele foi o que eu ganhei nessa cidade.

Uma luz aparece em minha cabeça, e pela primeira vez em muito tempo, eu sorrio.

♥️

- NÃO. - Lizzy diz, estressada. - O que você está pensando é um absurdo, não vai rolar.

Olho para Mike, procurando algum apoio, mas ele também está me olhando triste.

- Eu acho que você precisa de tempo para pensar, florzinha.

- Eu não preciso, gente. - Olho para eles, me irritando. - Sinceramente, eu posso fazer o que quiser e não preciso da aprovação de vocês.

- Então me diz, Alexa, para onde você vai se mudar e aonde você vai arranjar dinheiro para isso? - Lizzy fala em um tom debochado que só me atiça.

- Eu tenho economias. - balanço os ombros. - E quanto ao lugar, qualquer um bem longe daqui.

Nesse momento, Mike já está chorando dramáticamente, falando que eu vou abandonar eles. Nunca pensei que teria que assistir a essa cena novamente. Lembranças antigas me atingem com força, e eu fico instantâneamente desanimada.

- Quer saber, esqueçam. Foi idiotice minha achar que eu podia contar com vocês para isso. Foi uma péssima ideia.

Entro no meu quarto e estou sozinha novamente. Eles tem razão, é muito imprudente simplesmente sair, mas eu não vejo outra alternativa para seguir em frente. Acho que está na minha natureza fugir quando as coisas dão errado.

É claro que eu sentiria muita falta dos meus amigos, mas eu consegui deixar a minha vida no circo inteira para trás, então não seria um problema tão grande ir embora novamente.

O problema é que a dor não sossega em minuto algum. A ideia de sair não é assustadora porque eu tenho medo de mudanças, mas é aterrorizante porque pensar nisso é como deixar Max para trás de uma vez por todas, e o meu corpo ainda não está pronto para isso.

Pego o meu celular, ainda tremendo, e penso por um segundo apenas em desbloquear o contado de Max, mas não faço isso. Depois, vejo que tem algumas mensagens da Lizzy e o Mike perguntando se está tudo bem, e dezenas do número anônimo. Abro a conversa, e começo a lê-las para tentar me distrair.

???: Oi.

???: Está tudo bem por aí?

???: Por que você não me responde?

???: Aconteceu alguma coisa?

???: Se quiser conversar, me chama.

Eu estou exausta. Tento me levantar, mas o meu corpo não consegue achar sustento. Mesmo assim, uma parte de mim insiste em responder aquilo de um jeito que pode causar consequências. Nesse momento, eu não ligo.

Lexie: Vamos nos encontrar.

Lexie: Vamos nos encontrar

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ESTOU DE VOLTAA. 

Desculpem se o capítulo ficou meio confuso, mas espero que pelo menos tenha dado para vocês entenderem que ela está sofrendo.

~XOXO 

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