~ Capítulo 16 ~

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Max

Fazem exatamente 3 dias, 16 horas e 27 minutos que eu não falo com a Lexie. 3 dias sem sentir seu toque, sem que seus lábios toquem os meus.

Como eu deixei tudo chegar a isso? Como eu pude me permitir a me aproximar tanto dela a ponto de doer ficarmos separados?

Não era para ser assim.

Alexa Astley, aquela garota misteriosa com olhos verdes como a copa das árvores, aquele sorriso contagioso e aquela confiança genuína que ela passa para todos, sem mesmo se importar se algum dia isso possa machucá-la. Desde a primeira vez que eu a vi, sabia que nunca conseguiria retirar os olhos dela outra vez.

E eu estraguei tudo, com a minha vida complicada e meu trabalho rígido. Mas apesar de me doer, de todas as células do meu corpo falarem que não, eu continuo a vida sem me entregar para ela por completo. Eu não posso. Eu não vou.

Apesar de tudo, eu sei que fiz a coisa certa. Ela estava se envolvendo de verdade comigo, e eu tinha que evitar isso. Admito que talvez eu tenha feito do jeito errado, mas era só uma questão de tempo até que eu a magoasse, e eu não quero isso. Não quero que ela sofra - principalmente se for por minha causa -. Ela merece alguém melhor. Então eu tinha que acabar, por mais que me machucasse tanto.

Quando eu saí de lá depois da nossa briga, liguei para a minha parceira Stephanie, para pedir que ela trocasse um pouco comigo, e fosse "cuidar" da Alexa, enquanto eu fico na delegacia cuidando da sua papelada.

Temi por um momento, que ela não fosse aceitar a minha proposta. Afinal, ela é a minha chefe. Mas nossa relação é muito mais profunda, e eu conheço ela a muito tempo para saber que ela me trata de igual para igual e não iria se importar em fazer esse favor para mim.

Me sinto imediatamente culpado. A minha cabeça não consegue se concentrar totalmente no trabalho, e fica pensando na Lexie.

Diferente do que eu pensei, a dor latejando em meu peito não cessava, ou diminuía. Cada instante era mais doloroso.

Eu já amei alguém no passado, mas não foi nada parecido do que o que eu tenho com ela. A pessoa pela qual eu me apaixonei antigamente fez eu me arrepender de ter falado "eu te amo". Foi o que chamam de um relacionamento tóxico. E eu sei que esse tipo de relacionamento normalmente atinge mulheres - existem muitos homens babacas por aí -, mas aconteceu comigo.

Só que com a Alexa é diferente. Ela faz eu me sentir vivo. Faz eu sentir como se eu pudesse quebrar qualquer barreira, e se for por ela, eu faria sem pensar duas vezes.

Perto dela, eu fico sem palavras, e ao mesmo tempo, querendo falar tudo. Ela acende uma chama dentro de mim, até agora apagada, e temo que se aumentar mais o que eu estou sentindo - se é que isso é possível -, talvez eu comece um incêndio. Chega a ser irônico.

Não sei se isso é amor, mas com certeza é alguma coisa importante.

♥️

Pego meu celular pela centésima vez , para checar se Lexie mandou mensagem, mas me decepciono toda vez. Eu sei que eu tinha que mandar alguma mensagem, correr atrás. Mas não sei se é o que ela gostaria.

Quero dizer... Eu não me importo mais com manter o meu emprego, se ele estiver me impedindo de seguir o caminho da minha felicidade, mas se eu tiver que atropelar algumas pessoas para chegar até lá, eu não sei se consigo.

E eu prejudicaria quem eu mais quero proteger. Lexie sairia machucada. Ela teria que viver com um peso de culpa e responsabilidade nas costas que ela não merece. Bom... Ela e o rapaz que me mandou uma mensagem implorando para eu me afastar da Alexa, e que ela era dele.

No início, eu duvidei, até dei risada. Mas quando ele me mandou uma foto dela na cama dormindo, aparentemente do seu lado, percebi que talvez ela não fosse uma exclusividade minha.

Escolhi não acreditar nessa hipótese. Eu escolho acreditar no que ela me falou, escolho acreditar que ela sente por mim o mesmo que eu sinto por ela. Mas às vezes fica difícil.

Escrevo "Sinto sua falta", mas apago. Se eu for me desculpar, tem que ser de um jeito melhor. E que de preferência, nós continuemos amigos.

Paro de pensar nisso e me volto para a papelada em minha frente. O trabalho para mim é como uma anestesia da realidade, quando eu quero parar de pensar em algo, uso o trabalho para esquecer. Normalmente costuma funcionar, mas dessa vez, um resquício de mim ainda está pensando nela.

Começo a vasculhar os papéis, e vejo uma dúzia de testemunhas sobreviventes falando basicamente, nada. Não temos nada importante até agora. Nenhum progresso.

Nada.

Apoio as mãos na testa, tentando focar em possíveis suspeitos e... Bom, é melhor eu ficar afastado dessa lista por hoje.

♥️

Sinto meu celular vibrar em cima da mesa, logo quando eu estou começando a produzir algo. Nego na primeira vez, mas logo me arrependo, pois a pessoa está insistindo na ligação, e o aparelho não para de vibrar.

- Alô?

- Max?! Nossa, finalmente. Qual é o problema que você tem com o celular, hein? - É a Steph. Torço para não ser nenhum problema com a Alexa. - Nós achamos.

Suspiro, aliviado.

- Como assim? Do que você está falando?

- Um sobrevivente. Nós achamos!

 Nós achamos!

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