~ Capítulo 10 ~

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Na maior parte das vezes, aquilo que você mais quer é aquela coisa que você não pode ter. O desejo nos parte o coração, nos esgota. O desejo pode ferrar com tua vida. E por mais duro que seja querer muito uma coisa, as pessoas que sofrem mais são aquelas que sequer sabem o que querem.

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Eu não poderia estar mais confusa. Eu acordei focada em fazer um lindo jantar de agradecimento para meus colegas de apartamento, mas a única coisa em que eu consigo pensar é em Max.

Em como seus cabelos loiros com tom de mel são bem hidratados, e perfeitos até quanto estão bagunçados. Em seus olhos de tom tão azul que me faz querer mergulhar neles. Em sua boca sempre úmida, e em como ela deve ser macia e...

Chega. Foco, Lexie, foco.

Ontem eu perguntei para Lizzy e Mike  que tipo de comida eles gostam, e como resposta eu tive comida italiana e francesa, respectivamente. Então, eu decidi fazer pasta como prato principal e de sobremesa, macaroons e sorvete. Com certeza vai ser bastante trabalho, mas que ira

Iria por um jogo de mesa azul bordado de dourado e decorar a mesa com flores. Esse tem que ser o jantar perfeito. É a minha chance de mostrar que eles significam alguma coisa para mim.

♥️

Estou terminando de cozinhar o molho, quando olho pela janela e vejo que está chovendo. Chovendo muito.

Ignoro meus arrepios quando começa a trovoar e relâmpejar, e volto a fazer a minha receita. Para disfarçar o barulho estrondoso que está vindo do lado de fora, ligo um pouco de música e boto no máximo.

Começa a tocar Baby One More Time - Britney Spears, e eu rio, lembrando de o quanto essa música está ultrapassada. A primeira vez que eu ouvi ela, devia ter uns 9 anos. Eu sabia a letra inteira e ainda fazia uma performance.

Tentei me imitar, quase 11 anos depois. Era estranho ver que já se passaram 11 anos. Tanta coisa mudou. Coisas que eu não imaginava que mudariam.

- Oh Pretty baby, i shoudn't got let you gooo... - Me arriscava, já que estou completamente sozinha. - And I must confesse that my loneliness is killing me now... HIT ME BABY ONE MORE TIME.

Nessa hora, o som feio da campainha atrapalha a música, fazendo eu pausá-la. Vou em direção a porta, já sabendo quem eu vou encontrar atrás dela.

- Oi Max. - Falo, abrindo caminho para ele entrar. Suas narinas procuram de onde vem o cheiro da comida dramaticamente, fazendo-o percorrer a sala inteira. - NÃO TOQUE NISSO! - Quando grito, percebo que o assustei, pois ele recua dois passos da cozinha com um pulo.

- Humm... Desculpa, é que parece estar realmente delicioso. - Responde, com o rosto cheio de constrangimento.

- Não, tudo bem, pode provar um pouco... - Estou embaraçada demais para negar alguma coisa. Eu acho que isso é culpa.

Quando eu falo isso, seus olhos brilham e seu rosto se ilumina como o de uma criança pequena. Ele realmente sabia como me convencer.

Ele põe seu dedo no molho para provar um pouco, e agradece, falando que estava divino e que eu sou uma cozinheira nata.

Nesse momento alguma coisa bem pesada cai lá fora, podemos deduzir isso apenas pelo barulho. Uma árvore.

- Cacete. - Max fala, claramente nervoso. - Tenho que fazer algumas ligações, não saia daqui.

Como se eu tivesse algum lugar para ir.

Meu celular vibra no sofá e eu vou em sua direção ver o porquê. Era Lizzy.

Lizzy: Não sei se vou chegar a tempo hj.

Droga.

Começo a fazer grunhidos de reclamação, quando meu celular bipa novamente. Ah não.

Mike: Migaa, vou ter que te dar bolo, foi mal. Aproveita a comida com o gatão.

Quando leio a última parte, minhas bochechas assumem um tom avermelhado instantaneamente.

Quando me levanto, sinto um cheiro de queimado e vou checar o forno: os macaroons queimaram.

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Estou nitidamente estressada. Meu jantar foi por água abaixo, e tudo que Max faz é ficar me olhando.

- Dá para você parar de me olhar? - Pergunto irritada. Ele tem essa mania que faz eu me sentir fuzilada por um olhar.

- Hum... Não. - Max fala, com os olhos vidrados em mim.

- Pelo menos tenta, caramba! Eu estou me esforçando para não pensar em você, mas assim fica difícil.

O-oh.

- Q-que? - Ele pergunta, se engasgando.

Eu não acredito que eu disse isso em voz alta. Qual é o meu problema?

- É... Hum... Eu me sinto atraída por você toda vez que te olho. Ou penso em você. E eu estou pensando em você o tempo todo! - Seu olhar surpreso não me para. - Então parabéns, você me quebrou. Como é que eu vou me concentrar na minha vida, se agora, sem eu ter escolhido, ela gira em torno de você? E-e-e eu não consigo evitar, eu só...

Travo quando ele se aproxima. Ele fica tão próximo que posso ouvir sua respiração. E tudo acontece tão rápido que não consigo processar o que sinto.

Ele me beija, mas para, atordoado. Como se não quisesse, mas fosse obrigado.

- M-me desculpa... Eu... Puta que pariu. Eu não sei o que eu tava pensando, eu só...

Tampo a boca dele. Para quê estragar o momento? Eu tento reverter este comentário, e o beijo, dessa vez sem interrupções.

Minha boca encosta na dele, suas mãos encontram a minha cintura, me pressionando ainda mais contra seu tórax. Meus braços pousam em seu peitoral, e acariciam a malha da sua camisa. Nossos corpos se encaixam perfeitamente, como se fossem destinados a se completar.

Tudo é novo. Já beijei alguém antes, mas não senti nem metade do que estou sentindo. Eu gosto dele mais do que deveria, isto é evidente. Meu coração palpita mais forte a cada pausa que ele faz. Prendo minha respiração para não cansar do seu toque. Não quero parar. Nunca.

Sabe aquele momento quando nós seguimos nossos corações. Escolhemos não nos preocupar. É engraçado, não é? Uma faísca de esperança surge, e por um breve momento, nós encontramos um pouco de paz.

 É engraçado, não é? Uma faísca de esperança surge, e por um breve momento, nós encontramos um pouco de paz

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