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Já pensou como seria viver...sem ser você?

A luz do sol que entrava pela janela fez Maya abrir os olhos lentamente.

Como se...você usasse uma máscara,ninguém vê como você realmente é.

Jogando o lençol para o lado ela se sentou na cama,esfregando os olhos.

Deve ser no mínimo sufocante.

Encarou seus olhos sem vida no espelho enquanto escovava os dentes.

Você se olha no espelho,mas não se reconhece.

Abotoando sua camisa ela viu como suas roupas nas gavetas mudaram bastante durante a semana.

É bem fácil se perder nesse mundo.

Depois de fechar a calça bege,terminou de vestir o suéter cinza e suspirou arrumando as mangas.Era sua máscara.

Ainda mais a si mesmo.

Passou a mão pelos fios loiros até achar que estava realmente bom.

Mas como é que a gente se acha?

- Filha? - Maya olhou pelo o espelho sua mãe na soleira da porta - Tudo bem?

- Sim,mãe.

Maya continuava a arrumar a gola da camisa quando sua mãe se aproximou,botando as mãos em seus ombros.

- Tem certeza?,você anda tão tristinha esses dias.

Maya olhou para o reflexo dela e de sua mãe e deu um sorriso fraco - Impressão sua.

- Okay - A loira virou para encarar a mais velha que levantou a mão para fazer um carinho em sua bochecha - Eu conversei com seu pai.Estou quase conseguindo com que ele devolva seu violão.

- Tudo bem,não precisa fazer isso.

Sua mãe sorriu - Preciso sim.Você tem um talento incrível e deve mostrar para todos - Aproximou para beijar a testa da loira que fechou os olhos - Agora vai,não quero que se atrase.

Maya sempre teve uma boa relação com sua mãe.As melhores lembranças que ela tem,são com sua mãe.Lembra das manhãs que ela acordava ao som de Elvis Presley,de como cantavam pela cozinha como se estivessem em um show.

Ela sentia falta disso.

Ajeitou os fones de ouvido antes de subir em sua bicicleta,o dia estava bonito,tinha tudo para ser um belo dia.

Tinha mesmo.

Maya olhou as casas bonitas ao redor,imaginando como elas seriam por dentro.

Elas seriam bonitas por dentro também?

As famílias seriam felizes?

Por algum motivo,Maya desejou não saber como eram por dentro.

Talvez fosse melhor olhar de longe.

- O que aconteceu com seu carro ? - Farkle perguntou quando Maya se aproximou da entrada da escola,saindo de sua bicicleta.

- Meu pai não me deixa usar depois que soube aonde eu estava indo - Respondeu colocando sua bicicleta no pequeno bicicletário aonde outras pessoas também botavam.

Farkle olhou Maya dos pés a cabeça e sorriu - Finalmente seguiu meu conselho de ir na loja "Bebê bem vestido"?

Maya revirou os olhos botando as mãos nos bolsos,caminhando para o portão - Cala a boca.

Still Here »RilayaOnde histórias criam vida. Descubra agora