29º - a b r i l

7 7 3
                                    

Eles haviam me perguntado o que estava rolando entre mim e Miguel. Meu pai me fez um questionário para responder. Eu entendia o lado da mamãe e o papai.

Eu conversei com eles sobre a situação/relação com Miguel, avisei também que ele não estaria lá na época da minha estadia, senão meu plano ia por água abaixo.

Eles só estavam querendo me proteger, para que não acontecesse o que aconteceu antes, mas isso também me preocupava.

- Quem é aquele?

- É o Miguel pai. Você já conversou com ele...

Ele franziu a testa.

- Não me lembro. Você está paquerando ele?

- Sim, pai.

- Você gosta dele?

- Sim, pai.

- Ele é digno de seu amor?

- Sim, pai. - sussurrei, mas dessa vez insegura.

Ele é digno de meu amor?

- Eu quero ter uma conversinha com esse menino. Ver se eu aprovo. - meu pai brincou.

- O senhor não está irritado?

- Estou, porque você me escondeu todo esse tempo.

- Desculpa. - abracei os dois.

Depois de ficar conversando com eles minha mãe subiu para o quarto e fiquei conversando com o senhor Rodrigo.

- Eu vi nesses dias que seus ataques de ansiedades estão piorando, huh?

Ele deu de ombros.

- Sim. Britten está me deixando maluco. - Ele não estava me contando a verdade toda.

- Mas não é só isso é?

Ele olhou para as escadas antes de me contar.

- Eu vou pedir sua mãe em casamento. - ele sussurrou, mas eu não consegui escutar.

- Que? Eu não estou escutando.

- Casamento. Eu vou pedir sua mãe em casamento.

Dei um grito de surpresa e gritei novamente.

- Sério, pai?

- Sério. Quando voltarmos da Califórnia, vou leva-la para as Ilhas Maldivas.

- Ai, que lindo! - eu o abracei novamente.

- Aí eu vou pedir a sua mãe novamente lá.

- Então vai ser renovação de votos?

- Vai.

- E eu não vou estar lá. - falei triste.

- Mas vai ser por uma boa causa...

Conversamos mais um pouco e ele disse que teria que ir falar com minha mãe. Resolver sobre as passagens para ir pra Califórnia.

- Pai? - gritei antes dele ir embora.

- Sim.

- Vocês vão viajar que dia?

- Pra Maldivas? Quando acharmos seu irmão.

Assenti e ele foi embora. Voltei para meu quarto e terminei de fazer os deveres.

- Logan? - o chamei quando ele entrou pela porta.

- Oi! Vim dar tchau.

- Você já vai? - fiz uma careta triste.

- Já. - ele falou com uma voz enfadonha.

- Por que nós temos que ir para faculdade?

- Nós? - ele franziu a testa.

Eu ri.

- Tô brincando.

Ele se deitou ao meu lado e viu minhas atividades.

- Não sinto falta disso.

- Nem eu.

Conversamos um pouco até que começou a ficar tarde e ele se preocupou em ir embora.

- Já vou. Beijo. - ele se abaixou e beijou minha testa e saiu.

Quando entrei novamente no quarto dos meus pais, eles já estavam com as malas prontas, três malas pra ser exata.

Eles iam passar um mês lá?

- Vão embarcar que horas?

- 4 da manhã.

- E já vão agora?

- Vamos terminar de jantar e ir pra aeroporto.

- E vocês vão me deixar com Vitória?

- Quando terminarmos.

Suspirei e comecei a comer. Decidi não comer e sim engolir a comida. Eu precisava fazer minha mala.

Corri para o meu quarto peguei um nécessaire e botei perfume, creme de cabelo, escova de dente, pasta, tudo desse tipo.

Peguei uma mala pequena e abri. Joguei todas as minhas fardas dentro dela e peguei mais sete roupas normais e joguei nela também. Peguei milhares de roupas íntimas e só continuei jogando. Eu peguei um tênis branco com listra vermelha no solado e coloquei dentro de uma sacola e joguei dentro da mala. Coloquei umas meias, um boné e joguei.

Deu trabalho para fechar, acho que eu levei mais tempo para fechar do que para fazer a mala.

- Tô pronta. - falei descendo as escadas e vi meus pais mexendo em seus respectivos celulares.

- Vamos.

Minha mãe deu um pulo do sofá fazendo que meu pai batesse a cabeça no estofado, como aconteceu comigo vários dias antes.

- Poxa, meu bem. Isso doí. - Rodrigo falou e Roberta foi acudi-lo.

- Milena, não esqueça seu remédio que está no armário. - Minha mãe falou.

Peguei o remédio joguei dentro da minha bolsa. Entramos no carro e meu pai deu partida no carro.

- Pela estrada a fora eu vou bem sozinha. Levar a minha mala para outra casinha. A mamãe e o papai vã...

- O que é isso menina? - meu pai falou rindo.

- Tô cantando, ué.

Quinze minutos depois, chegamos lá e eu apertei a campainha, apertando friamente a alça da minha bolsa.

- Surpresa. - falei, secamente, quando Vitória abriu a porta com os cabelos amarrados em um coque despejado e bagunçado.

O Amor Que Nos SepareOnde histórias criam vida. Descubra agora