Capítulo XXIII: Noite das garotas e lágrimas

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"But I'm only human
And I bleed when I fall down
I'm only human
And I crash and I break down
Your words in my head, knives in my heart
You build me up and then I fall apart
'Cause I'm only human"
Human — Christina Perri

"But I'm only humanAnd I bleed when I fall downI'm only humanAnd I crash and I break downYour words in my head, knives in my heartYou build me up and then I fall apart'Cause I'm only human"Human — Christina Perri

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Estava sentada no sofá da sala esperando que as meninas aparecessem para a noite das garotas enquanto olhava para a tela preta da televisão desligada à minha frente

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Estava sentada no sofá da sala esperando que as meninas aparecessem para a noite das garotas enquanto olhava para a tela preta da televisão desligada à minha frente. Não era algo normal para se fazer em plena segunda-feira à noite, mas eu estava me sentindo sozinha e, bom, nada que um momento com as minhas garotas não resolva, certo?

As duas chegaram juntas e Ella explicou que seu irmão lhe deu uma carona. Por isso, eles haviam aproveitado e buscado Louisie em sua casa, onde estava com Evan. Quando as meninas entraram, Ella carregava algumas sacolas com o logo de um mercado e o que julguei serem todas as besteiras nas quais iriamos nos acabar hoje.

— Karyn, estamos falando com você! — Lou anunciou, balançando as mãos em frente ao meu rosto e meus olhos encontraram os seus. — O que está acontecendo?

— Estava só pensando — respondi. Ela, porém, ainda me analisou por alguns segundos antes de deixar a sala e ir até a cozinha, atrás de Ella.

Andei até lá e me sentei no balcão quando a ruiva mandou. As duas colocaram pipoca para fazer no micro-ondas, jogaram alguns doces em uma tigela e pegaram refrigerante na geladeira. Vendo tudo já estava devidamente arrumado, elas me arrastaram até a sala e pegaram alguns cobertores no meu quarto, no andar de cima.

— Por que vocês estão me tratando como uma criança? — perguntei no momento em que Ella estava colocando um filme na televisão.

— Como criança, não — explicou, me encarando. — Como a adolescente apaixonada precisando das amigas que você é.

— Apaixonada?! — questionei, um pouco exaltada, arregalando meus olhos em sua direção e as duas riram. — Quem disse que estou apaixonada?

— Está totalmente apaixonada — Louisie confirmou. — Nós só não sabemos por quem, mas, quando você quiser contar, nós estaremos aqui para ouvir.

E, dito isso, elas iniciaram o filme.

Estávamos no terceiro balde de pipoca e já tínhamos derramado todas as lágrimas possíveis com Querido John

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Estávamos no terceiro balde de pipoca e já tínhamos derramado todas as lágrimas possíveis com Querido John. Toda garota precisa de um filme que a faça chorar pelo menos uma vez na vida.

— Eu acho que gosto de alguém... — Ella declarou, abraçada a uma almofada, no momento em que Louisie pausou os créditos finais. A ruiva virou a cabeça em sua direção assim que ouviu a frase.

— Quem? — perguntei, curiosa.

Ella nos observou por alguns segundos antes de pronunciar o nome sem emitir som algum, nos obrigando a fazer leitura labial. Louisie soltou um som agudo que, no momento, não distingui se era de desespero, felicidade ou apenas de surpresa. Em seguida, ela jogou-se por cima da loira, repetindo diversas vezes que estava muito feliz com a notícia.

Vai entender!

Comecei a pensar se deveria criar coragem e contar para elas sobre o que estava sentindo. No entanto, tinha medo do julgamento que poderiam fazer, mesmo que fossem minhas melhores amigas. Era um risco que eu correria, de qualquer forma, uma hora ou outra, e sabia disso desde o início. O tempo inteiro não quis admitir nem para mim mesma e o peso daquele sentimento martelou no meu coração a semana inteira. Apesar disso, eu sabia que em algum momento precisaria colocar para fora.

— E você, Ka? — Lou perguntou, sorrindo.

Encarei as duas e desviei o olhar para as minhas mãos em cima da almofada. Sentia os olhares curiosos sobre mim, entretanto, não tinha coragem de falar uma única palavra.

— Vou fazer mais pipoca! — anunciei, pegando o pote vazio que estava no sofá e me levantando.

Ao chegar à cozinha, coloquei o pacote dentro do micro-ondas e o liguei com as mãos trêmulas, logo me sentando em um dos bancos da ilha e respirando fundo, em uma tentativa de me acalmar.

— Ka... — Ouvi um sussurro. Aquela era a voz de Ella, entrando pela porta da cozinha. Ela sentou no banco ao meu lado, com Louisie em pé a sua frente, porém, eu não conseguia olhar em seus olhos. — Sabe que nós estamos aqui por você, certo? Estamos aqui para o que você precisar. Somos amigas, afinal.

Quando a pipoca parou de estourar no micro-ondas, finalmente, olhei para ela. Assim que pensei em dar início a qualquer frase, as lágrimas começaram a se formar nos meus olhos e coloquei as duas mãos no rosto antes de falar:

— Também gosto de alguém — afirmei, a voz abafada pelas mãos. — Sei que não sou sempre sentimental desse jeito, mas estou realmente desesperada.

— É tão ruim assim? — Lou perguntou e apenas sacudi a cabeça, em confirmação. Após isso, senti os braços das duas ao meu redor, em um abraço em grupo.

— Quem é? Você quer nos contar? — perguntaram e eu neguei, ainda sem dizer uma só palavra.

Se apenas para dizer essa informação pequena, já quase morri, imagine para contar tudo?

Nunca fui uma pessoa muito aberta a sentimentos. Claro que já namorei algumas vezes e tudo mais, no entanto, nada mexeu comigo como isso mexia. Não era algo fácil de falar.

— Quando quiser desabafar, estaremos aqui. — As meninas repetiram, com um novo abraço nos unindo. Um abraço que acalma e traz paz.

 Um abraço que acalma e traz paz

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Oioi, pessoal!

Primeiramente: O HEXA VEM!

Segundo: esse capítulo marca um momento importante pra Karyn e pra toda a história. Eu quero ler teorias!!

Além disso, não sei se alguém percebeu uma coisa de diferente por aqui... Tenho uma surpresa no final do livro, espero vocês até lá.

Não tem muito o que falar hoje, nos vamos sexta que vem!

Sobre poemas anônimos, garotos e amor - Livro I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora