"You are the light that is blinding me
You're the anchor that I tied to my brain
'Cause when it feels like I'm lost at sea
You're the song I sing again and again
All the time, all the time
I think of you all the time"
The Anchor — BastilleEra, talvez, a terceira vez que eu varria a sala naquela tarde.
Muitas pessoas dizem que arrumar a casa funciona como relaxante quando você está estressada ou ansiosa. Tudo mentira.
Andei por alguns lugares na cidade pela manhã, enquanto deveria estar na escola, mas nenhum deles tinha vagas de emprego ou estavam aceitando por meio período. Afinal, também não poderia deixar as aulas de lado e focar em apenas trabalhar. Diante disso, era muito difícil encontrar um emprego que me proporcionasse ajudar financeiramente minha família e eu ficava nervosa ao pensar em toda aquela situação.
Evan havia me ligado algumas vezes, no entanto, não atendi suas ligações. Meu estado indicava que apenas falar sobre o assunto me faria entrar em lágrimas e, definitivamente, eu não queria isso. Não queria ter que demonstrar para ele, nem para ninguém, que estava desesperada por ajuda, apesar de estar.
É difícil se manter forte quando tudo o que você quer é apenas deitar e chorar.
Sentei no sofá para pensar nas minhas opções. Eu tinha que estudar, certo? Certo. Entretanto, também tinha que dar um jeito de conseguir um emprego. E tinha as líderes, que eu não poderia deixar na mão, principalmente essa semana que tem jogo e nós precisamos estar lá, firmes e fortes, embora aquela não fosse a minha vontade no momento. Além de tudo, também tem o Evan, que é meu namorado e preciso dar atenção a ele.
De repente, me assustei com a campainha tocando e notei que havia dormido no sofá. Estava cansada pelo dia e nem havia percebido. Levantei-me correndo no momento em que ouvi o que achei ser o terceiro toque, passei as mãos no cabelo para tentar colocá-lo no lugar e abri a porta, vendo um Evan cabisbaixo do outro lado.
— Oi — ele falou após me analisar de cima a baixo. — Posso entrar?
— Claro — respondi simplesmente. Burra, não sabia nem disfarçar.
Abri a porta por completo para que Evan pudesse entrar e ele deixou a mochila ao lado da estante, como era de costume. Dessa vez, porém, não me abraçou e beijou como em todas as outras vezes. Suas mãos foram para os bolsos da bermuda e seus ombros estavam caídos de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Nem sequer sentou antes de perguntar:
— O que está acontecendo, Lou? Procurei você hoje pela escola e ninguém sabia do seu paradeiro ou se tinha acontecido alguma coisa. Você me deixou extremamente preocupado, Louisie.
Respirei fundo e, antes de pensar em responder alguma coisa, peguei em sua mão, arrastando-o até o quarto que dividia com Izzie e Fall. Sem ligar se meus pais, que não estavam em casa, não gostavam de nos ver sozinhos em meu quarto, fechei e tranquei a porta.
Me sentei na cama e fiz um sinal para que ele sentasse a minha frente. Seus olhos percorriam todo o meu rosto, como se me analisasse em busca de algo, qualquer sinal do que estava acontecendo comigo.
Eu não queria contar a história porque isso implicaria em Evan querer ajudar, como ele sempre queria fazer, mas não conseguiria escondê-la dele por muito tempo. Por isso, respirei fundo mais algumas vezes, tentando organizar os meus pensamentos antes de falar.
— Minha mãe foi despedida. — Comecei a explicar e ele segurou em minha mão. — Não sei o que fazer, é tão desesperador. Nós já passamos por isso, sabemos como é. Preciso encontrar uma forma de ajudar, não posso apenas ser um peso aqui.
— Ah, Lou... Você não é apenas um peso. Na verdade, é muito mais forte do que imagina. Quantas vezes você foi o porto seguro da sua família? Ou o meu?
Quando me dei conta, já estava chorando novamente. Seus braços me rodearam e eu só pude abraçá-lo de volta, ouvindo-o dizer que estava ali e que tudo daria certo. Sua mão afagava meu cabelo durante todo o tempo em que estive chorando, o que julguei ser muito. Finalmente, quando as últimas lágrimas desceram pelas minhas bochechas, levantei o rosto e o encarei.
Evan era minha âncora e, nesse momento, naquela troca de olhares, tive total certeza disso. Ele sempre estaria comigo, me ajudando todas as vezes que eu precisasse dele, mesmo que eu não dissesse nada. Seu amor era simples e ele amava sem nem fazer esforço para isso. Era fácil olhar para o seu rosto e imaginá-lo, em alguns anos, me esperando em cima de um altar.
Parando para pensar, Evan e todos os outros eram minhas pequenas âncoras. Meus pais, minhas irmãs, Brian, Ella, Karyn... Todos eles me mantinham de pé, todos os dias, com a atenção que dedicavam, palavras que falavam ou, apenas, estando ali.
— Você sabe que sempre vou estar aqui, nãoimporta o que aconteça — Evan falou após um tempo. — Farei de tudo para vê-lafeliz e estarei sempre aqui. Eu amo você, Lou, e nada mudará isso.
Oioi, pessoal! Eu disse que não teríamos capítulo essa semana, mas...
O que vocês acharam do capítulo? Sobre o momento que a Lou está passando e a atitude do Evan para com ela? É importante para mim saber o que vocês acham de tudo.
Eu queria avisar aqui que esse é o capítulo 22 e a segunda parte da história vai até o 27, portanto, tempos mais 5 capítulos até o início da terceira parte e eu garanto que tem algumas coisas importantes para acontecer nesse tempo. Preparem-se.
Outro ponto importante aqui é: SPAGA ganhou seu primeiro concurso. Primeiro lugar na categoria Ficção Adolescente da segunda edição do Projeto Palavras de Ouro!
Por hoje é só. Muito obrigada por tudo.
Até semana que vem!
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Sobre poemas anônimos, garotos e amor - Livro I [COMPLETO]
Teen FictionA vida de Ella era a mais comum possível: não era a mais popular da escola, não era a nerd, não namorava o menino mais bonito e não fazia parte do grupo das líderes de torcida. Era apenas a garota comum que chegou recentemente na cidade. A caminho d...