ꜱᴇᴄʀᴇᴛ ꜰᴏʀ ᴛʜᴇ ᴍᴀᴅ • ʟᴀʀʀʏ

➸ 6/10

Harry retorna para o interior da festa e reconhece imediatamente a música como a mais tocada nas rádios das últimas duas semanas – afinal, ele ouvia Breakfast Show with Nick Grimshaw todas as manhãs e acabava por saber da maioria das novidades sobre música além de conseguir uma certa companhia para todas as manhãs solitárias. O ex-namorado costumava ter ciúmes do radialista e os dois até mesmo já tiveram uma discussão séria por conta disso, hoje o cacheado conseguia perceber que Parker não passava de um idiota abusivo.

As luzes brilhantes que pareciam acompanhar o ritmo da música deixam o cacheado um tanto desnorteado, mas ainda assim ele consegue localizar o laço de cabelo vermelho pertencente à Cather em meio as pessoas e segue em sua direção. A morena bebia longos goles de água mineral e já estava com o batom vermelho um tanto borrado, assim como os lábios de Dodie estavam avermelhados e se abriram em um sorriso ao avistar o amigo:

- Hazz, onde você estava?! A gente não te encontrou em lugar nenhum! – ela fala alto para ser compreendida por cima da música alta.

- Desculpe, eu precisava de um pouco de ar então fui para a rua por um tempinho – ele tenta se justificar vagamente, vendo a expressão da amiga se suavizar ao que a mão da outra toca as suas madeixas castanhas e começa a enrolar na ponta do dedo. Provavelmente ela também já havia bebido uma boa quantia de álcool enquanto dançava.

- Por que precisava de ar? Está tudo certo? – Dodie pergunta e desvia totalmente a sua atenção para o amigo, levando a mão até sua testa para sentir a temperatura e parecendo analisar cada uma de suas expressões em busca de qualquer sinal de desonestidade.

- Está tudo certo, de verdade! – o cacheado conta a pequena mentira e fica convencido de que a amiga já deveria ter bebido um pouco quando ela não percebe sua mentira óbvia enquanto Cather ainda não o conhecia o suficiente para apontar suas expressões falsas. – Eu vou buscar uma bebida na cozinha e já volto!

As duas concordam sem questionar a ação do garoto, então ele segue para a cozinha que ficou completamente vazia ao que começou mais uma música boa que levou a maioria para a pista de dança. O cacheado torce o nariz ao perceber que as bebidas refrigeradas que sobravam eram em sua grande maioria cerveja, buscando com os olhos por alguma outra bebida que realmente gostasse como o coquetel que estava bebendo anteriormente e acabando por pegar uma garrafa de vodca na falta deste, colocando o conteúdo num copo.

Ele tinha a plena consciência de que não era exatamente forte para bebidas alcóolicas –especialmente aquela-, mas naquele momento não se importou se iria acabar vomitando no banheiro daquela festa pois estava sentindo-se tão arrasado que se agarraria a qualquer chance de esquecer tudo o que estava acontecendo em sua mente. Todos os conflitos internos e até mesmo os externos, tudo aquilo esquecido momentaneamente com a bebida e a música alta que não o permitia pensar direito, esse era o plano da maioria ali de qualquer forma:

- Shake it off, porra! – ele pode jurar ouvir a voz da amiga gritando antes de beber um gole da bebida, que desce por sua garganta como se estivesse queimando seu interior.

A dor de cabeça que parecia estar se amenizando volta com uma pontada, mas então fica um pouco mais fraca do que antes. A bebida chega ao seu estômago de um modo que parece que ele tomou água fervendo, sua garganta arde e ele sente uma súbita tontura que o obriga a fechar os olhos por alguns instantes e se apoiar no balcão para manter-se de em pé. Ele solta um soluço baixinho e se culpa mentalmente por ser tão fraco, tratando de sair da cozinha um casal chega no cômodo aos beijos como se pudessem transar ali mesmo.

Harry é puxado pelas amigas quase que no mesmo instante em que chega de volta à sala e tenta não virar a bebida, as duas faziam o melhor para dançar aquela música animada de um modo que não parecesse tão idiota com os movimentos desengonçados na tentativa de imitar a coreografia ridícula do clipe e que arrancou uma risada fraca do cacheado. O álcool em seu sangue o deixava pouco mais solto, mas também com a irritante sensação de que poderia vomitar a qualquer instante com toda aquela agitação desnecessária, então ele definitivamente não gostava daquilo e nem ao menos sabia o porquê de ter o feito.