Capítulo Vinte

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Meus olhos piscam rapidamente para assimilar o que está acontecendo.

- Não vai dizer nada? - Ela ri - Eu posso voltar outra hora.
Eu tento falar alguma coisa, mas não sai nada. Não sei se é por felicidade de ver minha melhor amiga, ou raiva pelo idiota que acabou de sair da minha sala.
Eu a abraço forte e ela ri como uma criança que acabou de achar sua boneca perdida.
- Desculpa - Foi a única palavra que eu consegui formar.

É engraçado a maneira que a vida é, em um instante atrás, Danilo era um estranho no aeroporto, eu era apenas uma Jornalista Jr, e o meu casal favorito estava no Brasil pensando em se casar. E agora? Todos nós estamos juntos novamente, só que dessa vez em Nova York.
- O que aconteceu com você? - Ela diz enquanto me examina - Você não parece bem.

Eu percebo que minha mente está longe. Me recomponho. 

- Não vamos falar de mim.. - Respiro fundo - Preciso te dizer uma coisa.
Os olhos curiosos de uma repórter sedenta por informações aparece no rosto de Thania.
- O que? 
Eu tomo coragem, mas na hora em que decido falar, o universo me manda calar a boca. Chloe entra na sala.
- Com licença, srta. Cassandra? 

Qual seu problema garota?

- Sim?

Ela verifica uns papéis e volta a nos encarar, Thania está tão curiosa para saber o que tenho para contar que olha para a Chloe, como se estivesse imaginando mil maneiras em rasgar a pele dela.

- O sr Danilo pediu para você verificar essas papeladas, e disse para você entrar em contato com ele quando tiver mais informações da história que apresentou para o sr Jordan - Eu reviro os olhos. 

- Só isso? - Estou impaciente. Mas não quero descontar nela.

- E a moça que a senhorita pediu para ligar não atende as ligações. - Eu sorrio e olho para Thania, e volto o olhar novamente para Chloe. 

Ela entende o recado.
- Ah, claro .. com licença! - Ela sai e fecha a porta.

Thania volta o olhar para mim, faminta.
- Thata, o negócio é o seguinte.. o Lucas está aqui.

Não sei dizer o que ela está sentindo no momento, nunca vi essa expressão antes, é um misto de esperança, medo, raiva, amor, saudade e dor. Ela está pálida.

SETE ANOS ATRÁS 
MINAS GERAIS 

Sinto alguma coisa pesada sobre minha barriga. Meus olhos abrem lentamente para descobrir o que está acontecendo. A claridade que atravessam as janelas me cegam, esfrego os olhos com força para me manter acordada. Olho para baixo, e vejo os braços de Danilo me abraçando forte, mas ele ainda está dormindo. Meu melhor sorriso aparece, e eu suspiro de alívio por não ter sido um sonho. 
- Bom dia docinho - ele diz e me dá um beijo lento no pescoço. 

Minha pele inteira arde com o toque dele. 

- Bom dia pra você - eu me viro de frente para ele. 
Ele está com a bochecha esquerda vermelha por causa do travesseiro, mas os olhos estão brilhando. Enormes, como se estivesse ao lado de uma deusa ou algo assim. O cabelo está bagunçado, mas o charme natural ainda está lá. 

Ele sorri. Um sorriso enorme e contagiante. 

Ele me abraça e me beija suavemente. 

Droga, meus pais.
- Preciso do meu celular - ele fala, como se estivesse lendo meus pensamentos - Já volto. 

Ele sai da cama nu, e eu fico olhando e admirando a paisagem. 

Desvio meus pensamentos da noite passada, e procuro meu celular no meio dos lençóis, mas não acho nada. 

Levanto para procurar no meio das roupas espalhadas no chão. 

Prendo o cabelo e visto uma blusa dele. Achei.
Enquanto ele não volta, ligo para minha mãe e explico para ela o porque eu não voltei para casa e ela diz que tudo bem, só pra mim voltar a tempo do almoço hoje. 

ELA É DEMAIS!

Deito na cama novamente, e sinto dor nas pernas e virilha. 
- Amor? - Grito.

Ninguém responde. Vou até a porta do quarto e agacho perto das escadas para ver se ele está na sala de estar. Nada.

Escuto vozes vindo em minha direção e volto pro quarto. 
O que o Lucas está fazendo aqui? 

Com amor, CassOnde histórias criam vida. Descubra agora