cap 23

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Levo um susto quando meu despertador toca, demoro alguns segundos até lembrar que Mauro está do meu lado na cama. Então procuro o celular rapido pra desligar o maldito alarme.
-Quem em sã consciencia põe o celular pra despertar num domingo? - ele resmunga. E eu reviro os olhos vendo que minha pressa foi em vão. Desligo o celular e deito de costas para ele mesmo.
-Quem em sã consciência invade a casa de alguém de madrugada só porque a porta estava aberta? - ele bufa e entao se mexe na cama. Sinto seu braço na minha cintura e seus labios encostando no meu ombro, o arrepio percorreu lugares que nem posso citar.
-que horas são? - ele pergunta me ignorando e tenho certeza que venci a batalha matinal.
-isso importa? - resmungo de volta.
-Preciso ir pra casa. - ele fala se espreguiçando
-te aqueta e dorme ai quetinho - ele ri.
Sinto seus labios nas minhas costas, ele deixa alguns beijos ali antes de se levantar. Quero me levantar junto mas a gravidade não me deixa sair da cama. Mentira é só preguiça mesmo. Ele entra no banheiro do quarto então eu ouço o barulho do chuveiro. Não demora muito pra eu voltar a pegar no sono.
Quando me acordo definitivamente ele já não esta mais lá. Faço aquela higiene matinal e pego meu celular para ver se tem algo importante. Algumas mensagens da Sara e outras de Emma. Mas nada muito importante.
....
Aquela semana passa e eu não vejo nem sinal de vida vindo do Mauro. Hoje é quarta feira e eu acordei 100% motivada. Pego meu salto mais arrazani e uma sainha que valorize minhas curvas. Ta frio? Sim. Mas hoje eu vou segurar o look. Faço uma make simples pra não parecer dançarina de cabaré e vou pro trabalho.
Ouço um assobio quando saio do elevador e olho para o lado vendo tom escorado no batente da porta da minha sala. Eu sorrio para ele e recebo um sorriso meigo de volta.
-em que posso lhe ajudar? - digo fazendo minha cara mais sexy, só falta por o dedinho na boca.
-primeiramente: UAU, segundamente: hoje você e minha. - ele fala me provocando e eu não seguro a risada.- vamos fazer a sessão de fotos dos bastidores do filme que vai lançar- ele disse e meus olhos provavelmente brilharam de felicidade.
-qual? - pergunto me controlando para não bater palminha e saltitar.
-do segundo filme de it - minha cara de felicidade vai pelo ralo
- Ah me desculpa mas nem fudendo. - que droga.
-relaxa não precisa ter medo. - ele fala rindo.
-Não da não! Eu não consigo. Me substitui.
-Nem pensar. Vanessa disse que quer você mesma.
-vou la falar com ela então. - digo me virando de costas e andando ate o elevador para subir mais alguns andares
-ela foi bem clara - ele fala enquanto eu finjo não estar ouvindo. Reviro os olhos, o elevador abre bem na hora. Entro e saio no andar da sala de Vanessa. Não vejo Sara na recepção então vou direto para a porta.
-Bom dia, será que eu posso...- ela me corta.
-pode entrar sim Morena - ela diz fazendo um gesto. Eu entro e me sento na cadeira em sua frente.
-Tom me falou do trabalho de hoje.- ela logo se empolga.
-Sabia que iria amar.
-Então, o problema é que é um filme de terror e eu nao sei se seria a melhor pessoa. - eu digo e ela parece se desanimar.
-Eu não posso te subistituir de jeito nenhum. Confio em você pra isso. -ela diz e vejo que vai ser dificil a convencer. E tenho razão porque ela estava irredutivel hoje. Saio de lá pirada da cabeça. Vejo Sara chegando.
-Oi amiga. Que que ela fez pra ti hoje? - Sara debocha da minha cara.
-Vou fotografar um filme de terror. - digo e ela arregala os olhos.
-Vanessa ficou doida.
-tentei dizer isso pra ela.
-Tom te da uma mão.
-não temos opção. - digo revirando os olhos. Quando vou sair Sara me chama mais uma vez.
-Deixa eu te pergunta. Você tem falafo com o Mauro?
-Não. Faz quase duas semanas. - ela faz uma cara estranha entao tenta desfarçar. - aconteceu alguma coisa?
-Não, não. - obvio que ela ta mentindo.
-Ele ta bem?
-Eu não sei. Lucas disse que ele anda sumido. - ela fala e eu me preocupo.
-Vou tentar ligar pra ele.
-qualquer coisa me avisa. - ela diz e eu asinto saindo dali.
Estamos no carro indo em direção aos estudios. Pego meu celular e dígito o numero de Mauro. Caixa postal. De novo, caixa postal. Então mando uma mensagem.

Mo:Hey quando ver essa mensagem me liga!!

Tom estaciona na frente do studio e vamos em direção a entrada. É enormeeee. Logo somos recebidos e encaminhados pro set de filmagem. Eu tirei varias fotos e pegaria algumas cenas. Era uma casa abandonada. Estavam todos posicionados do lado ajeitando as coisas para começar a gravação. Eu perguntei se poderia entrar na casa e logo disseram que sim. Fui até lá com o diretor. Ele me falava sobre todo o lugar então subimos algumas escadas. Confesso que meu coração batia mais forte de medo. Me arrependi de ter entrado ali. Enquanto ele falava outra pessoa entrou no quarto.
-vamos começar agora. - disse atras de nós. Quando olho para tras vejo um palhaço. Eu não estava preparada para isso. Meu coração para. Dou alguns passos para trás e piso numa madeira falsa preparada para a cena. São os segundos mais rapidos da minha vida, caio em queda livre. Não é tão alto quanto parece mas o suficiente pra assustar a todos. Varias pessoas correm em minha direção. Eu to atirada no chão igual um saco de batata. Meus olhos fechados para não correr o risco de o ver de novo. Me encolho no chão sem coragem pra levantar. Meu corpo obviamente doi da queda mas sinto que não houve nada demais. No meio das vozes ouço Tom. Ele se aproxima assim como mais algumas pessoas.
-Morena você ta bem? - ele me pergunta e eu faço que não sem condições de abrir a boca em pânico.
-Meu deus ela ta machucada- uma mulher fala e eu n consigo dizer que estou bem.
-Só me deixem longe do palhaço! - digo e talvez eles ate tenham ficado meio ofendidos. Eu avisei!
-você ta bem? - ouço outra voz e abro os olhos. E o diretor. Tento me sentar ainda um pouco dolorida e Tom me ajuda.
-talvez você precise de um medico - a mulher fala de novo.
-estou bem. Desculpem. Preciso ir embora. - eles ainda estao meio em choque. Eu entendo vocês!!
-Ok - tom fala sendo compreensivel e eu o agradeço. -me desculpem. - ele diz e o diretor faz uma cara de quem entende. Acabamos indo embora o mais rapido possível.
Chego em casa e me atiro no sofa. Tom se oferece para me fazer companhia mas eu o obrigo a ir embora dizendo o quanto estou bem. Logo recebo uma ligação de Vanessa. Primeiro ela pergunta se eu to bem, depois ela diz o quanto quer me matar. E então ela me deseja melhoras. Vou até a cozinha e tomo um remedio para dor e deito na cama.
...
Acordo com alguém batendo na porta. Que bela droga. Isso são horas? Na verdade eu nem sei que horas são.
Levanto com um pouco de dificuldade e vou até a porta olho pelo olho magico e mesmo não vendo seu rosto já sei quem é.
- oque você tem contra vir me visitar em horarios que não sejam de madrugada? - eu digo abrindo a porta. Então ele me olha e eu levo um susto.- QUE PORRA É ESSA MAURO? - seu olho parece uma beterraba de tão roxo. Ele tem um corte na boca e outro na testa. Está sem óculos e eu imagino que o tenha quebrado ou nem saiba onde está.

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