- OQUE ACONTECEU CONTIGO?? - eu pergunto desesperada e ele ainda não fala nada.
-Será que eu posso entrar? - ele pergunta e eu dou espaço pra ele passar. Bato a porta e a tranco.
-Eu espero que tu teja um bela explicação. -eu digo. Ele senta no sofa e apoia o rosto nas mãos então olha pra elas sujas de sangue.
-Fui assaltado. - ele diz sem exitar.
-A corta essa Mauro. Eu fiquei sabendo que tu quase não aparece a dias ! Faz quase duas semanas que tu não da sinal de vida e aparece de madrugada sangrando! Obviamente isso não foi um assalto!!
-são 23:00 - ele diz e me deixa mais brava. ando até o banheiro para pegar algo pra limpar o sangue dele.- tu não parece muito bem, oque ouve?
- hoje o dia foi literalmente um filme de terror. - eu falo, sei que ele ta querendo arranjar uma desculpa pra não me falar oque ta acontecendo mas pelo menos assim eu fico menos nervosa. - cai do segundo andar do cenario de um filme de terror pq dei de cara com um palhaço. - digo voltando pra sala.
-que? Isso é serio? Te levaram no medico? - ele parece preocupado. Como consegue?
-eu to bem. - digo colocando a caixa de primeiros socorros encima da mesinha e sentando na mesma de frente para ele. Levanto seu rosto e começo a limpar a ferida da sua boca
-isso arde pra caralho! puta que pariu!- ele reclama e eu reviro os olhos
-ninguem mandou se meter em briga!
-eu posso limpar isso se você quiser.
-não. Eu vou fazer isso. E enquanto isso você pode começar a me explicar oque ta acontecendo e eu não vou engolir historinhas. Fala a verdade de uma vez!
-Foi uma galera que eu conheço. Isso não é problema teu.
-se não fosse tu teria batido na porta de outra pessoa! -eu digo pertando mais o machucado.
-CACETE! Tu pode ser mais delicada por favor?
-Só depois que tu começa fala. - Aperto de novo.
-CARALHOOOOO! Ta relaxa. - ele diz segurando meu pulso e me olhando nos olhos. Não sei desfarçar minha irritação misturada com preocupação meu coração acelera ainda mais. Meus olhos chegam a marejar. Seguro as lágrimas e prometo pra mim mesma não deixar ele sair de perto de mim. Mordo o labio me contendo. Ele fecha os olhos e bufa.
-Meu pai. - ele diz soltando meu pulso ainda com os olhos fechados apoia os cotovelos no joelho. Eu me ajeito pra ouvir ele falar. Ele contrai os musculos em negação. - ele é meu grande problema. Recebi algumas mensagens nos ultimos dias. - ele diz e eu nem consigo respirar direito. - não acho uma boa ideia você saber de qualquer coisa. Não quero te por em risco. Ele também não vai saber de ti.
-do que você ta falando? Que se foda eu! Eu preciso te ajudar.
-eu não preciso de ajuda.- ele me olha nos olhos.
-Serio? Não é oque ta parecendo. - sua mandibula fica mais tensa e ele fecha os olhos de novo com raiva.
-Meu pai ta preso a alguns anos. Na verdade tava... - ele fala aos poucos. - pelo que você pode ver hoje ele me fez uma visita?
-ele te deixou assim? Calma, porque? Me conta direito.
-Por causa da cicatriz que você viu- ele diz e então eu lembro da grande marca no seu corpo.
-ele fez aquilo? - eu estou chocada.
-quando eu tinha 12 anos ele tentou me matar, de faca. - ele diz e levanta do sofa então começa a andar pela sala. Ele soca a parede obviamente com muita raiva.
-ele tentou te matar?- quase não sai minha voz. -porque? - ele fecha os olhos. Conturbado. Odiando lembrar de qualquer que seja as cenas que passam pela sua cabeça.
-Ele queria dar minha irma para pagar dividas de drogas e eu não deixei então ele me deu uma facada.
-ai meu deus. Você tem uma irmã?
-Não, ele matou ela.
-eu sinto muito- não sei oque dizer.
-não, eu sinto. Por ser filho dele.
-Eliza sabe que ele ta solto?
-Não. Vou resolveu isso sozinho. Você não pode falar pra ela!
-Mauro você tem que falar pra ela. Ela precisa se cuidar.
-Teu pai vai cuidar dela. Ela não pode saber dele.
-Nem fudendo eu vou deixar você lidar com isso sozinho!
-Se ele não souber nada dela ela vai estar bem.
-Porque ele te bateu desse jeito?
-É carinho de pai. - ele disse dando um sorriso que chegou a me causar arrepios. Eu levantei e fui ate ele envolvendo em um abraço. Ele demorou alguns segundos pra retribuir. -Ele não pode saber nem que tu existe.- ele disse e um frio percorreu a minha espinha. -Fica fora disso!
-Pelo amor de Deus, não some! - eu disse me afastando pra o olhar. Ele solta o ar e encosta nossos labios. Minhas lagrimas se formam eu nem sei oque dizer passo a mão pelo seu rosto devagar. Ele fecha os olhos.
Eu o levo em direção ao meu quarto especificamente no banheiro e ligo o chuveiro. Ele não fala o tempo inteiro. Eu tiro sua blusa e sua calça e tiro minhas roupas também. Então entramos embaixo do chuveiro. A agua escorre em todo seu corpo e ele fica de olhos fechados.
Quando saimos do chuveiro ele coloca uma cueca que ficou aqui algum dos dias que ele dormiu e vamos para a cama. Eu deito em seu peito e ele me segura forte pela cintura.
-eu preciso mesmo de você bem.- ele diz e eu fico apoiada no cotovelo para olhar pra ele. - não quero que ninguem te machuque. - ele diz entao coloca meu cabelo para trás da orelha.
-não vou te deixar sair daqui. - eu digo e finalmente vejo um sorriso em seus labios.
-Eu não quero sair. - ele fecha os olhos e sua expressão muda - se ele vier atras de voce...- ele parece realmente perturbado.
-Ele não vai vim. - o conforto. Minha mão vai até seu rosto e faço um carinho leve. -ele se acalma aos poucos. Então deito de novo em seu peito nu e ele mexe no meu cabelo.
-Vai ficar tudo bem. - eu sussurro. Ele puxa meu rosto e me da um selinho. Olha nos meus olhos e baixinho eu escuto.
-Eu te amo!
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Nas tuas curvas
RomanceMorena Castle é uma fotografa independente e segura de si. Não é de se desanimar por qualquer coisa e não é apegada a nada. Deixou sua vida no Brasil para estudar no Canada. Enganada pelo destino, se ve irmã de uma de suas transas de uma noite...