LARA
despedidas sempre me deixa tensa como se fosse a última vez que veria a pessoa eu sei e estranho mais e como me sinto;
- Tem certeza que vai ficar bem?- pergunta Reyna- eu posso ficar com você se quiser- oferece ela.
- tudo bem, vai logo não arrume encrenca com sua tia- minhas mãos estão geladas, meu olhos ardem como se tivesse colocado o sol perto deles, depois de me despedi dela vou até o banheiro pego uma lâmina e faço um pequeno corte, reparo meu braço o sangue espalha por ele até pinga no chão, parece loucura sair me cortando mais tira a minha angústia quando sinto dor alivia a minha dor.
- Lara você está aí?- uma voz me chama- E o Mat.
- está tudo bem- respondo enrolo meu braço em uma toalha abro a porta ele me olha depois repara na toalha.
- O que você fez?- pergunta ele bravo- voltou a se cortar Lara?- ele parece estar aborrecido.
Mat e o filho do diretor do orfanato, desde que cheguei aqui ele me ajudou quando tinha dez a onze anos me cortava frequentemente ele me ajudava mais sempre me sentia pior ainda.
- foi um corte sem querer- minha voz sai baixa.
- Espera que eu acredite nisso?- ele pega meu braço e tira a toalha- isso não foi sem querer.
- Você não tem nada a ver com isso Mat, me deixa em paz- retiro meu braço de suas mãos.
- Eu sou seu amigo só quero te ajudar- fala- como quando éramos crianças, lembra?
- Não sou mais criança.
- por isso que precisa mais de ajuda- resmunga ele- como se sente?.
Respiro fundo, não gosto de contar a ninguém como me sinto sempre calada e sozinha guardando meus sentimentos e sensações, aquilo estava me levando a loucura parece que está se sufocando, minha lágrimas caem sem parar pelo rosto.
- Ah Lara não chora- Mat vem até a mim limpando meu rosto- estou aqui para te ajudar, eu só quero seu bem.
- foi você que falou pro seu pai? Sobre eu estar mal- pergunto soluçando.
- sim, porque estou preocupado e você não me deixa ajudar cada vez mais me afasta de você, me sinto inútil - abaixa a cabeça.
- Você quer mesmo saber?- digo- Me sinto incompleta tá legal, sinto uma escuridão nascer no meu coração cada dia que se passa, me devorando destruindo me consumindo, não tenho mais força para lutar contra essa sensação, por isso me corto a dor me alivia me consola eu posso contar com ela, me faz ver e acreditar na realidade- choro sem parar.
- Não precisa se sentir assim sozinha, pode dividir isso comigo Lara, eu juro que nunca vou te julgar eu prometo que sempre vou estar do seu lado como um irmão e amigo- diz ele carinhosamente me abraçando.
- obrigado- retribuiu deu abraço, passamos minutos lá, depis decemos para almoçar. A mesa já está posta.
Duas mesas posta um para os meninos e outra para as meninas, comemos lá fora no Jardim, no ar livre quando chegamos no andar de baixo os meninos estavam jogando videogame e as meninas fazendo tranças no cabelo, todos esperando as madres e o padre e o diretor.
- Bom meninas podem ir se sentar lá fora no Jardim- diz a madre Fernanda.
Todos vão para seus lugares vou até um espelho e me olho, meus cabelos castanhos preso no alto da cabeça em um rabo de cavalo meu rosto magro e olhos grandes, meu lábios estão ressecados e rosados, minha imagem parece estranha no espelho, ouço alguém respirando fundo atrás de mim.
- Santo deus- padre Flávio estava atrás de mim- que Deus te perdoe criança.
- o que eu fiz?- pergunto.
- Você não era para estar viva, você e um monstro- ele fala segurando a cruz- você não vê sua imagem verdadeira refletida no espelho, mais eu consigo ver- ele diz horrizado- você e um monstro....
Saio correndo pro meu quarto e me tranco, eu sou um monstro, o que eu fiz de errado, me ajuda por favor, eu estou morrendo, choro deitada em algo macio meu olhos doem, o que tem de errado comigo? Quem sou eu? Sou um monstro?
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Duas almas separadas
Paranormal(Lara Silva) uma menina especial deixada a um orfanato sem explicação, quando irá completar 16 anos coisas estranhas acontecem, segredos obscuros, traição, tragédia, amor, tudo isso ela sentirá, mais como conseguirá resistir a grande tristeza que te...