Duas almas separadas

Tormento

Naquela noite eu não estava com apetite para comer nada, todo o meu humor tinha acabado do dia para a noite.

Aquela pressão no fundo do meu estômago me fazia sentir grande tormento. A capacidade de ficar  inquieta era incrível mais ao mesmo tempo angustiante.

Como um milhões de pensamentos para por em ordem, eu tinha problemas mal resolvidos. E um deles não estava demorando.

A um mês eu não fazia nada e muito menos era reparada, mais agora. Não posso nem respirar que a consequência chega muito rápido.

Tudo se tornou tão... complicado.

Que tenho dúvidas se vou conseguir, apesar de todas as atenções era o mesmo sentimento de solidão.

Parece que aquilo estava grudado em mim, e não tinha como tirar. Como uma maldição.

A lua estava tão linda, seu brilho iluminava metade do Jardim. Sentada em um banco perto das roseiras meus pensamentos corriam soltos.

Ah.

Como me fazia falta ter uma mãe, não consigo imaginar uma pessoa odiar ter uma família, enquanto eu aqui implorando só por um momento.

No dia do Rio, foi tão intenso que eu podia ouvir meu coração bater tão forte.

Seu rosto tão gentil e seu sorriso largo, minha mãe era tão bonita.

Sua imagem jamais irá sair da minha cabeça. Por mais que eu tenho que me contentar somente com isso.

Era perdir demais ter uma companheira, aquela que você possa dividir seus segredos e ideias.

Que sempre possa contar para qualquer coisa. Que nunca irá te abandonar quando precisar.

- Não consegue dormir?- Pergunta Aaron atrás de mim.

- Estava aqui pensamento em uma pessoa- comento.

Ele sorri gentilmente;

- Pensei que era nova demais para ter um namorado - falou ele.

- Eu não tenho namorado- gargalhei.

Aaron sentou do meu lado no banco, o cheiro das rosas estava em todo o lugar trazendo aquele aroma gostoso no ar.

- Então posso saber o que se passa nessa sua cabeça?- Ele coloca o dedo na minha testa.

- Eu estava com minha mãe, no Rio Developer parecia ser tão real, não apenas uma lembrança dolorosa- Conto.

- Também sinto saudades de Amélia, éramos irmãos e ela cuidou de mim como uma mãe, apesar de ser contra as regras- Falava.

- Porque era um lobisomem- Digo.

- Exatamente, havia boatos que eu influenciava nas decisões da Rainha então aquilo ia acabar trazendo problemas para ela- Contou ele.

- Você foi embora?- pergunto.

- Não, eu conheci o amor da minha vida. O nome dela era Raquel, tão linda- Lembrava Aaron.

- Você era apaixonado por ela, o amor de vocês era verdadeiro, não igual a dos meus pais- Digo.

- Alana.. digo Lara, minha irmã amava tanto aquele homem que seria capaz  de morrer por ele-

- E foi exatamente o que aconteceu, ela morreu ou melhor. Aquele homem  a matou o mesmo que ela tanto amava- Exclamei.

- Alguns pessoas não são capazes de ter qualquer sentimento, como Valaquer que nunca sentiu nada pela minha irmã-

A tristeza em sua voz era tão amarga, mais a realidade era o que mais doía.