Vingança

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Depois de algumas horas na delegacia prestando depoimento sobre o incêndio na casa do Padre, foi provado que um pequeno descuido com fósforo provocou o incidente.

Dizeram que ele não conseguiu sair a tempo e morreu queimado. Mesmo eu ali sabendo a verdade, não contei nada apenas confirmei a história deles.

Afinal ninguém acreditaria no que estava realmente acontecendo.

Quando aconteceu o enterro eu decidi não ir, era bastante doloroso saber que por minha causa ele havia morrido.

Pensei a noite toda desde que li aquele bilhete deixado aqui no meu quarto.

Valaquer não só matou aquele homem por ser um inútil, ele devia saber mais do que demonstrava.

Quando o padre Flávio falou comigo ele parecia totalmente assustado.

Tinha a possibilidade dele saber de alguma coisa que não comentou com ninguém.

E para eliminar a prova Valaquer o matou e colocou fogo na sua casa para queimar qualquer coisa que falasse a respeito a mim.

Eu não podia admitir para mim mesma que ele morreu por nada.

Não.

Devia ter alguma coisa por baixo disso tudo, uma explicação.

Tinha que ter. Eu queria tanto me vingar.

- O que faz aqui sozinha?- perguntou Alguém no meu ouvido.

Me virei bruscamente encarando olhos intensos e brilhantes.

- Alec, você me assustou - resmunguei me afastando.

- Não foi minha intensão... pensando bem foi sim - Ele sorriu.

O garoto parecia estranhamente despreocupado, até parecia mais relaxado.

- Por que não foi no enterro?- perguntei.

- pelo mesmo motivo que você - Debochou.

Para falar a verdade eu estava tão pensativa que não queira ninguém por perto. Estava me sentindo patética.

O mundo estava preste a desabar bem em cima da minha cabeça, e eu simplesmente só podia ficar olhando.

- Sempre gostei de você Alana, apesar do seu jeito de sempre querer ajudar as pessoas inúteis - Disse Alec se aproximando.

- O que?- Perguntei.

Suas mãos pegaram minhas mãos com força.

- O que é isso Alec?- Perguntei sem entender.

Do bolço da sua calça ele tirou uma pequena corda, quando vi qual era sua intenção puxei meus braços mais foi em vão.

Ele prendeu os meus pulsos.

- O que você está fazendo?- Olhei incrédula para ele.

Alec abriu um sorriso.

- Você é tão boba que nem percebe o que acontece a sua volta, deixa qualquer um entrar na sua vida mesmo sem saber quem é realmente  essa pessoa - Zombou.

Meu estômago torceu, bateu uma tontura.

- Me solta - comecei a entrar em pânico.

- Não, continue sendo a boa menina - Ela apontava o dedo na minha cara e sorria.

- Eu vou gritar e todos vão saber que você é um.....-

- Um traidor? Exatamente. Mais vocês foram muitos ingênuos, como acham que cartas iam aparecer do nada.

Duas almas separadas Onde histórias criam vida. Descubra agora