Culpa na consciência

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Ao ser arrastada daquele local, Eu ainda chorava e gritava. Meu coração se apertou tanto que parecia que ia explodir.

Ele morreu nos meus braços, eu não consegui salva-lo. Não fiz nada.

Só fiquei olhando igual uma boba. Eu devia ter feito alguma coisa, mais foi tão desesperador que não consegui ter uma reação.

Nunca mais na minha vida eu quero ver alguém morrer e eu não puder fazer nada. Não quero essa culpa.

Eu gritava de desespero.

O padre morreu por minha causa. Ele me disse que eu era um monstro e tinha razão, aquela sombra estava ali por mim.

E junto levou a vida daquele homem, era tão injusto. Alguém morrer por uma coisa que não tinha culpa.

Primeiro foi minha própria mãe, agora mais um.

- Me desculpa- Eu berrava e chorava ao mesmo tempo.

Alguns minutos os braços fortes me agarraram me forçando a olhar para a pessoa.

Reyna estava com uma expressão seria, não Chorava, muito menos parecia triste. Quando dei por mim eu já estava sendo levada a força para as postas do orfanato.

Mais uma coisa eu não tirava da cabeça, o olhar de medo na primeira vez que aquele homem pois os olhos em mim.

As suas palavras ficaram gravadas na minha cabeça, falando cada vez mais auto.

" Você é um monstro"

" um monstro"

" A culpa é sua"

Quando ouvi o alvoroço que se formava lá dentro, eu não conseguia pensar em nada a não ser chorar e me culpar emocionalmente.

Eu conseguia sentir o cheiro de sangue nas minhas roupas, estava melada do sangue de um homem que não merecia morrer.

- O que aconteceu?- perguntava Aaron do outro lado.

Então um choro explodiu, Reyna agora chorava descontroladamente. Seus olhos brilhavam de tantas lágrimas. O que fez eu me sentir mais culpada.

- Por que esse barulho todo?- ouvi Mat perguntar do outro lado.

Estava de pijama e junto a ele estava Mike e Max. Seus olhos sonolentos tentavam entender o que havia acontecido.

Mais nenhuma palavra saia da nossa boca além de soluços. Eu estava cansada, meu corpo pesava uma tonelada.

Aaron veio até mim e me abraçou de uma maneira carinhosa e cautelosa.

Foi bom sentir um abraço depois de todos os anos ter chorado sozinha, apesar de sempre ter Reyna do meu lado Eu ainda me sentia invisel.

- Morreu... minha culpa... Eu não queria eu juro - Eu falava freneticamente.

- Se acalma, Vai ficar tudo bem- Insistia Aaron.

Mais no fundo eu sabia que nada ficaria bem, eu sentia no fundo da minha alma um vazio.

- Isso que dá sair escondido - Falou Max irritado.

Lancei um olhar maligno em sua direção.

- Você não tem nada haver com o que eu faço ou deixo de fazer, E apenas um imbecil que acha que sabe de tudo - Gritei.

Sai correndo de lá.

Meus olhos ardiam, E minha raiva só aumentava.

Ninguém pode sentir nada do que estou passando. Não é fácil, mais não entende.

Duas almas separadas Onde histórias criam vida. Descubra agora