Ao ser jogada em um chão duro e gelado, comecei a procurar qualquer coisa que me libertasse daquele lugar.Mais não havia nada, a cada tentativa um fracasso.
Estava começando a ficar cansada, quando ouvi um barulho de porta abrindo. Tentei me manter em pé.
- Toma - Alec jogou um coberto pesado em minha direção.
- Para que isso?- perguntei.
- Você não quer morrer de frio, quer? Vamos passar a noite aqui e amanhã de amanhã partiremos ao nosso destino - avisou ele.
- Sabe que isso não vai dar certo - Zombei.
- Por que não?- perguntou curioso.
- Por que assim que chegarmos até meu pai, eu juro lealdade para ele mais com uma condição - Falei.
- E qual séria?- perguntou com um sorriso nos lábios.
- A sua cabeça em um prato - Ameacei.
Senti Alec engoliu em seco.
O efeito tinha dado certo, eu nunca me ajuntaria com Valaquer. Nem se eu estivesse morrendo.
Eu só tinha de arrumar um jeito de sair dali antes de chegar em qualquer lugar que eles pretendia.
Mais eu não tinha nenhuma chance contra aquelas coisas escuras. Se pelo menos eu tivesse uma ajudinha.
- Você não teria coragem - Disse ele.
- Se eu fosse você não duvidava Alec - Coloquei firmeza na voz.
- Alana você é boa demais para machucar uma mosca - O garoto revirou os olhos.
- Por que fez isso? Eu ia ajudar você - perguntei.
- Arh, eu não tenho nada contra a você - Alec revelou.
- Então por que está fazendo isso?- perguntei.
- Nem todo mundo pode ficar num mundinho perfeito como o seu, eu tenho que fazer isso, senão eu posso me arrepender.
- Mais....
- Escuta, vai descansar você vai precisar de forças amanhã - Disse ele.
Saiu de lá sem deixar rastro para onde foi ou como saiu.
Me aconcheguei no chão duro e me cobri com aquele coberto, fiquei a noite observando aquele silêncio.
Sem nenhum barulho.
[...]
Alec estava certo na manhã seguinte Eu não conseguia nem levantar mais o pé. Começamos a caminhar as seis da manhã e agora já era meio dia.
O sol estava queimando a minha pele deixando a irritada. Meu cabelo grudado no rosto, e meus olhos ardiam e nem se fala dos meus pés.
Parecia que eu andava em cima de espinhos, pensei que depois daquela caminhada eu nunca mais conseguiria andar na vida.
- Cansada?- Perguntou Alec do meu lado.
- Estamos a muito tempo nesse mesmo ritmo, e normal que eu esteja cansada.
- Que bom - Ele abriu um sorriso.
- O que pretende? Me matar antes de chegar - Olhei com raiva em sua direção.
- Eu n-não quero você m-morta - Guaguejou ele
- Então me solta antes que seja tarde demais - Implorei.
- Eu não posso, tem coisa demais envolvida - Resmundou Alec.
- Pelo menos podemos descansar um pouco?- pergunto.
Ele pensou e depois deu assobio para aquelas coisas que flutuavam em cima de nós.
- Vamos parar um pouco para descansar - Pediu Alec.
- Não estamos cansados - Rugiu uma das sombras me dando arrepios por todo o meu corpo.
- Mais não somos como vocês, temos carne humana por mais que seja inútil elas se cansam - Esbravejou o garoto.
- O mestre está impaciente e começando a dúvida da sua lealdade jovem príncipe - Disse a outra.
- Eu não tenho nada que explicar a vocês, agora obedeçam e
vão procurar um lugar para ficar e fiquem em alerta - Mandou Alec.Assim que aquelas coisas saíram da nossas vistas eu agradeci.
Já era uma boa coisa. Eu teria um tempinho a mais.
Ali perto tinha um gramado, fui até e praticamente joguei meu corpo no chão. Foi um grande alívio para minhas pernas.
Senti todas as partes formigarem, peguei meu cabelo e tentei fazer um coque, não deu certo, eu não tinha nenhuma liga de cabelo ali comigo.
O suor escorria pelo meu pescoço e minha testa. Quando vinha uma rajada de vento eu respirava bem fundo, não fazia ideia de onde estava ou como ia me livrar daquela mais eu tinha ar e um minuto de descanso.
Era o suficiente por agora.
- Nossa você está horrível - Zombou Alec sentando do meu lado.
- Eu fui sequestrada, não sei o que vai acontecer quando eu chegar aonde for que vocês estejam me levando, e estou caminhando desde das seis horas da manhã sem nenhuma parada, como queria que eu estivesse?- Resmunguei.
- Você reclama demais sabia, eu devia amarrar suas mãos colocar um pano na sua boca, mais não você está aí livre - Falou cinicamente.
- Livre? Não sei aonde você está me vendo livre aqui - Revidei.
- Se não fosse por mim, você seria levada da maneira mais ordinária que se possa imaginar.
- Então eu deveria agradecer a você Alec?- pergunto.
- Sim - Ele sorriu.
- Vai pro inferno - Falei.
Virei as costas, E comecei imaginar se alguém já se deu conta que eu não estou em casa. Já faz vinte e quatro horas que eu desapareci concerteza estão preocupados.
Tem que estar.
Nunca desejei tanto que eles aparecessem como agora. Faltava gritar no ar se alguém fosse escutar.
Ridículo essa situação, eu poderia tentar me livrar mais aquelas coisas me asustavam. Havia algo nelas que me assombrava muito.
Talvez seja a maneira que elas mataram o padre Flávio, Eu nunca vou superar aqui.
Foi tão cruel, um ato bárbaro mais acho que essas coisas não tem consciências, por nem formato humano tem. Parecem mais demônios em forma gasosa.
Elas não estavam ali para brincar comigo, Mais sim me machucar profundamente se eu tentasse fugir.
Senti alguém cutuca meu ombro.
- Ei, Toma essa água - Ofereceu Alec.
- Não quero - Sussurrei.
Eu estava com tanta cede, que seria Minha garganta seca.
- Deixa disso, temos mais caminho pela frente vai precisar dessa água- Reclamou ele.
Peguei a garrafa de água da mão dele, E bebi em segundos.
Estava boa, E refrescante.
- Vai demorar muito para chegarmos?- perguntei.
- Só mais um dia - Disse ele olhando para a estrada.
Um dia? Seria tempo o suficiente para alguém me encontrar.
Ou pelo menos tentar, seria um bom começo. Mais algo que Alec me disse me deixou mal, disse que eles se machucariam se tentassem me resgatar, principalmente a Reyna.
Eu desejava de todo o coração que se fosse para eles vim, que não acontecesse nada com ninguém.
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Duas almas separadas
Paranormal(Lara Silva) uma menina especial deixada a um orfanato sem explicação, quando irá completar 16 anos coisas estranhas acontecem, segredos obscuros, traição, tragédia, amor, tudo isso ela sentirá, mais como conseguirá resistir a grande tristeza que te...