Sete.

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Lauren

Eu não estava brincando quando disse a Camila ontem à noite que teria bons sonhos após ter visto a pintura dela. Embora metade deles tenha se transformado em devaneios, em vez de sonhos, já que fiquei rolando na cama tentando dormir com visões de seu corpo sexy na minha cabeça a noite inteira. Uma noite sem dormir porque não consegui parar de pensar na Camila é muito melhor do que uma noite sem dormir por causa das merdas que têm me mantido acordada nos últimos seis meses.

Com muito custo, consegui sair da cama, mas minha mente continua tão presa à visão da pintura de Camila que nem percebo dois homens com câmeras do lado de fora da academia até que seja tarde demais.

— Lauren, como você se sente com o anúncio da candidatura do seu pai à reeleição no mesmo dia em que seu meio-irmão anuncia que será o anfitrião do MMA Open em Vegas este ano? É verdade que você cortou laços com sua família? Você está treinando aqui para entrar no octógono com seu irmão, Ian Stone? — Os dois tiram fotos e gritam perguntas para mim enquanto forço passagem para a academia. Eles tentam me seguir, mas são barrados na porta.

— Essa é uma empresa privada. Vocês não são bem-vindos aqui. — Camila aparece e bate a porta na cara deles, fechando as persianas para que ninguém possa ver do lado de dentro.

— Obrigado. — Tanto esforço por um pouco de anonimato... — Ninguém importante, hein? — Camila cita as minhas palavras de ontem à noite, mas está sorrindo quando as diz, provocando.

— Eu realmente não sou. Eles estão interessados na minha família, não em mim.

Connor aparece, vindo da parte de trás da academia. Esse cara nunca vai para casa?

— O que está acontecendo? — Ele direciona sua pergunta a Camila em um tom que me deixa tensa só de ouvir.

— Nada. Você está pronto para ser meu spare? — respondo, embora ele não tenha falado comigo.

Um sorriso torto ilumina o rosto de Connor.

— Pode apostar, bonitona. Você pode ser meu aquecimento.

— Fale para o tio Ray quando ele chegar que o nosso voo foi adiado para as duas horas. — Connor grita para Camila. A forma como ele fala com ela me irrita. E é mais do que apenas o tom que ele usa. Eu não consigo identificar, mas parece que ele está fazendo bullying com ela, tirando vantagem de alguma forma.

— Tá — ela responde baixinho.

Connor vira e retorna para a academia. Jogo diagonalmente a alça da minha bolsa de academia no peito e começo a segui-lo, mas, então, paro e me viro.

— Camila?

Ela ergue os olhos.

— Ele é a razão pela qual você criou sua nova regra? — Inclino a cabeça na direção de Connor Phillips.

Ela morde o lábio sem responder de imediato.

— É uma longa história.

Concordo com a cabeça e me encaminho para me trocar — mais ansiosa do que imaginei — para descontar minha frustração no meu parceiro de treino.

***

Algumas pessoas precisam de álcool ou drogas para se sentir doidões. Eu, bom, apenas me dê um bom dia de luta e tudo parece se tornar mais fácil. Ser um sparring teoricamente significa seguir os movimentos do boxeador, praticar as suas técnicas e melhorar os seus golpes, sem de fato dar nenhum golpe forte. Mas você não saberia disso assistindo meu treino com Connor essa manhã. Se não fosse por Ray Phillips nos separar algumas vezes, eu e Connor teríamos transformado o treino numa luta de verdade.

Fighter - IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora