Lauren
Não pensei em começar a manhã da maneira como foi, mas posso ter usado isso em proveito próprio. Sei que a Camila não vai ficar contente quando eu contar que a minha luta de ontem à noite com o Connor não terminou, foi apenas adiada. Nós planejamos ter nossas vinganças no ringue. Uma Camila satisfeita não argumentará tanto.
— Precisamos conversar sobre ontem à noite.
O rosto feliz de Camila, de quem acabou de gozar com dois dedos enfiados nela, murcha. Mais uma razão para acabar com a pele daquele babaca. Roubar o brilho do orgasmo dela... é melhor que essa seja a última vez que Connor entra neste quarto quando eu estou com ela!
— O que sobre ontem à noite? — Camila senta, seu comportamento relaxado instantaneamente ficando tenso.
— Nós combinamos umas coisas e eu preciso te falar a respeito.
— Combinaram umas coisas? Como assim? — Com o cenho franzido, seu rosto é um livro aberto para que eu o leia: confusão misturada com um monte de preocupação.
— Eu e Connor vamos resolver nossas diferenças no ringue. — Parece muito melhor na minha cabeça do que quando falo em voz alta.
Os olhos de Camila se arregalam.
— O quê? Espero que esteja brincando.
Eu a encaro com um olhar sério, mas não digo nada.
— Você não está brincando.
— Não. E estou ansiosa por isso também. Ele merece levar uma surra por ter colocado as mãos em você.
— Isso é loucura! — ela grita.
— Olhe para você, meu anjo. Seu pescoço está roxo. Deus sabe o que ele teria feito se eu não estivesse lá.
— Violência não é resposta para violência. — Para a filha de um lutador campeão e um dos donos de uma rede de academias, eu achava que ela teria outra postura. Embora violência não seja a resposta, ela impede bastante que se transforme numa guerra.
— Talvez não. Mas é o que vai acontecer. — Encolho os ombros. — Era isso ou resolver tudo ontem à noite, sem um juiz ou pessoas para nos impedirem de nos matarmos.
— Não quero ser o motivo pelo qual você vai se machucar.
— E o que a faz pensar que serei eu a me machucar? — provoco de volta, ofendida que ela pense que não posso dar conta daquele babaca. Ele provoca as mulheres por uma razão: não consegue ter uma luta justa com ninguém.
— Não foi o que eu quis dizer. Ele apenas é... apenas é... Ele não é correto. Nos últimos meses, vi um lado dele que me assusta. Não quero que você entre no ringue com ele. Nunca vou me perdoar se algo acontecer a você.
— Eu vou ficar bem. Já o vi lutar. Vou curtir dar uma surra nele. E ele vai merecer cada minuto.
— Mas...
— Não vou mudar de ideia, Camila — aviso-a, meu tom é um pouco mais indiferente do que ela já me ouviu falar. Ela olha nos meus olhos e vê que eu falo sério.
— Você está fazendo exatamente o que o Connor fez comigo: não ouve o que eu estou dizendo.
— Não me compare a ele. — Minha resposta é ríspida.
— Mas você não está me ouvindo.
— Estou te ouvindo, apenas não concordo com você. Vou ouvir cada motivo que você tiver. Me diga: por que não devo entrar no ringue com o Connor? Você cresceu cercada por lutas. É óbvio que você não é contra uma luta boa, limpa e justa.
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Fighter - Intersexual
FanfictionFilha do lendário lutador "The Saint", Camila Cabello sabe por experiência própria como lutadores podem ser. Dona de uma rede de academias de MMA, ela está acostumada com pessoas agressivas, dominantes e possessivas. É por isso que sempre manteve di...