Dezoito.

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Lauren

Não pensei em começar a manhã da maneira como foi, mas posso ter usado isso em proveito próprio. Sei que a Camila não vai ficar contente quando eu contar que a minha luta de ontem à noite com o Connor não terminou, foi apenas adiada. Nós planejamos ter nossas vinganças no ringue. Uma Camila satisfeita não argumentará tanto.

— Precisamos conversar sobre ontem à noite.

O rosto feliz de Camila, de quem acabou de gozar com dois dedos enfiados nela, murcha. Mais uma razão para acabar com a pele daquele babaca. Roubar o brilho do orgasmo dela... é melhor que essa seja a última vez que Connor entra neste quarto quando eu estou com ela!

— O que sobre ontem à noite? — Camila senta, seu comportamento relaxado instantaneamente ficando tenso.

— Nós combinamos umas coisas e eu preciso te falar a respeito.

— Combinaram umas coisas? Como assim? — Com o cenho franzido, seu rosto é um livro aberto para que eu o leia: confusão misturada com um monte de preocupação.

— Eu e Connor vamos resolver nossas diferenças no ringue. — Parece muito melhor na minha cabeça do que quando falo em voz alta.

Os olhos de Camila se arregalam.

— O quê? Espero que esteja brincando.

Eu a encaro com um olhar sério, mas não digo nada.

— Você não está brincando.

— Não. E estou ansiosa por isso também. Ele merece levar uma surra por ter colocado as mãos em você.

— Isso é loucura! — ela grita.

— Olhe para você, meu anjo. Seu pescoço está roxo. Deus sabe o que ele teria feito se eu não estivesse lá.

— Violência não é resposta para violência. — Para a filha de um lutador campeão e um dos donos de uma rede de academias, eu achava que ela teria outra postura. Embora violência não seja a resposta, ela impede bastante que se transforme numa guerra.

— Talvez não. Mas é o que vai acontecer. — Encolho os ombros. — Era isso ou resolver tudo ontem à noite, sem um juiz ou pessoas para nos impedirem de nos matarmos.

— Não quero ser o motivo pelo qual você vai se machucar.

— E o que a faz pensar que serei eu a me machucar? — provoco de volta, ofendida que ela pense que não posso dar conta daquele babaca. Ele provoca as mulheres por uma razão: não consegue ter uma luta justa com ninguém.

— Não foi o que eu quis dizer. Ele apenas é... apenas é... Ele não é correto. Nos últimos meses, vi um lado dele que me assusta. Não quero que você entre no ringue com ele. Nunca vou me perdoar se algo acontecer a você.

— Eu vou ficar bem. Já o vi lutar. Vou curtir dar uma surra nele. E ele vai merecer cada minuto.

— Mas...

— Não vou mudar de ideia, Camila — aviso-a, meu tom é um pouco mais indiferente do que ela já me ouviu falar. Ela olha nos meus olhos e vê que eu falo sério.

— Você está fazendo exatamente o que o Connor fez comigo: não ouve o que eu estou dizendo.

— Não me compare a ele. — Minha resposta é ríspida.

— Mas você não está me ouvindo.

— Estou te ouvindo, apenas não concordo com você. Vou ouvir cada motivo que você tiver. Me diga: por que não devo entrar no ringue com o Connor? Você cresceu cercada por lutas. É óbvio que você não é contra uma luta boa, limpa e justa.

Fighter - IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora