Devore minha alma_ parte 1

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Sabe o que eu gostaria de estar fazendo naquele momento? Lendo, lendo todas as minhas coleções do Kindle, enquanto aproveitava um delicioso cappuccino e não naquele lugar dos infernos, onde loucos sádicos pretendiam fazer sei lá o quê comigo e com minhas amigas.

Lembro-me de uma noite, em que estava na janela do meu kitnet, uma latinha de cerveja repousava no parapeito, enquanto uma fina chuva caía. Era uma noite tranquila, a última que eu teria, pois na noite seguinte toda minha tranquilidade se fora.

Quando aquele homem mal encarado apontou para mim, meu coração foi parar na goela, só Deus sabia o que estava sentindo naquele momento, medo, pânico, tremedeira nas pernas e vários outros sentimentos. Encarei minhas amigas que também tremiam de medo, mas eu tinha que ser forte por ser a mais velha delas.

Me ergui daquele chão gelado e segui o homem, vendo uma última vez as únicas pessoas que me importava. Não sabia o que seria feito de mim e fiz várias preces para que não fosse jogada em algum quarto imundo com um homem nojento.

O bandido me arrastou pelo braço naquele gigantesco corredor, onde dava para ouvir gemidos altos vindo das portas e sabendo que ali era um prostíbulo, provavelmente eram quartos para os clientes. Fiquei enojada com aquilo, não queria ter que chegar aquele nível, na verdade não me permitiria chegar aquele nível.

De repente ele parou em frente a uma porta, a mesma que fomos arrastadas horas antes, então o homem bateu nela, ouvindo-se um entre do lado de dentro. Respirei fundo, pois aquele era o início do meu inferno e a vontade era de correr dali, mas era provável que levasse um tiro.

A porta foi aberta e o sujeito me puxou para dentro, só que dessa vez o lugar estava vazio, vazio entre aspas, porque sentado em uma cadeira atrás de uma mesa, o mesmo cara de piercing que tentou atirar na Mila. Ele estava concentrado em uns papéis sobre a mesa e aquilo fazia parecer que era um homem de negócios, não um bandido.

Era injustiça do universo de permitir que alguém tão cruel fosse bonito daquela maneira, o jeito badboy, com o piercing, a roupa preta de couro e os olhos com delineador ajudavam em deixá-lo ainda mais sexy. Apesar de ser extremamente bonito, era o tipo de homem que eu corria longe, fazia questão de não andar na mesma calçada.

__ Aqui está ela, chefe! _o homem que me arrastou fez uma reverência, então o cara de piercing ergueu a cabeça.

__ Pode ir, Kas! _ele meneou com a mão, dispersando seu empregado, voltando sua atenção para os papéis.

__ Sim senhor! _o outro fez uma reverência e saiu, me deixando sozinha com aquele ser.

Olhei ao redor do escritório, era bem rústico, com prateleiras com diversos livros e se minha visão não falhasse, eram livros de direito e economia. Meus olhos se voltaram para o esquisito e fui pega de surpresa, pois ele me encarava curioso.

__ O... o que... o que foi? _quebrei o silêncio, dando um passo para trás.

__ Que desperdício... _murmurou, me fazendo franzir o cenho. __ Me diz, você e aquela atrevida estão de caso há quando tempo? _arregalei os olhos.

__ Como é? _calmamente o esquisito se levantou de sua cadeira, dando a volta na mesa e se encostou nela com os braços cruzados.

__ Espera, a atrevida não sabe que gosta dela? _olhei para aquele sujeitinho dos pés à cabeça.

O que esse cara está insinuando?

Oh céus!!!

__ Eu não sou lésbica!! _esbravejei, mas ele não pareceu ficar convencido. __ Oh... você... credo... eu... que nojo!! _fiz uma careta, fazendo com que ele desse um sorriso ladino. __ Me sequestrou para me acusar de ser lésbica?

You Can Call Me Monster (Livro 7)Onde histórias criam vida. Descubra agora