Uma dose de mel dentro do fel_ parte 7

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__ Isso é uma péssima ideia, doutora!! _um dos rapazes se pôs na minha frente.

__ Eu não ligo!! Temos que fazer análise daquela área e descobrir o quanto aqueles desgraçados fizeram com minha floresta! _respondi empurrando ele para o lado e colocando minha mochila nas costas. __ Chamem os outros pesquisadores! _ordenei para meu auxiliar, que correu para chamar o pessoal que me acompanharia até o desague no rio Amazonas.

Estavam havendo algumas denúncias recentes dos índios Àwa, que um grupo de gringos, que diziam ser de ONG, estavam matando animais em preservação e ameaçando os próprios indígenas.

Como filha de Guaná, jamais deixaria que os filhos da terra fossem prejudicados por causa da ganância dos caras pálidas. Quando larguei os consultórios chiques de veterinária e passei a trabalhar em zoológicos e em prol da preservação da Amazônia, minha vida pareceu ter mais sentido.

Não queria nem saber de onde aqueles safados vieram, mas no meu Brasil, eles não roubariam uma muda. Então subi no barco que nos levaria até a costa.

Alguns dos pesquisadores também eram estrangeiros, em busca de conhecimento e eu era a líder da expedição, já que minha madrinha e líder oficial estava de licença.

Nunca imaginei que eu, uma indiazinha pequena e sonhadora, vivendo no meio do mato, um dia seria uma grande veterinária e bióloga reconhecida pela comissão federal. Me sentia orgulhosa, pois aquela vitória se deu por grandes lutas e lágrimas.

Assim que o barco parou na costa, descemos na parte norte, lugar onde houve o maior número de desmatamentos e caças ilegais. Avisei aos outros para terem bastante cuidado e não se separarem do grupo, pois ali era uma floresta vasta, fácil de se perder.

Caminhamos por um bom tempo e alguns dos pesquisadores tiraram várias fotos da beleza do lugar, que era impossível de não registrar. No meu caso fiquei atenta a cada movimento da floresta, porque ela nos avisava quando algo estava errado.

Percebi que haviam algumas pegadas que não eram nossas, ou seja, eles estavam lá, aqueles cretinos. Ergui os olhos aos céus, que eram cobertos pelas gigantescas árvores.

__ DOUTORA, CUIDADO!!! _um dos auxiliares gritou e quando percebi, vários tiros foram disparados em nossa direção.

Arregalei os olhos, pois nunca pensei que ali seria meu túmulo. Até que de repente meu braço foi puxado e bati contra um corpo.

Mal deu tempo para processar direito, só vi uma automática surgindo bem diante dos meus olhos, iniciando um tiroteio no meio da floresta. O que devia ser o meu salvador, atirava contra os outros atiradores, que chegaram a matar alguns dos pesquisadores.

Logo meu corpo foi empurrado para ficar atrás do homem misterioso, que usava um boné, cobrindo cabeça e rosto.

Tampei os ouvidos, não suportando aquilo, porque só me trazia lembranças ruins, que me fez se encolher no canto, desejando que tudo aquilo tivesse logo um fim.

Depois de alguns minutos, o tiroteio cessou, talvez trazendo um pouco de alívio e em meio aquele caos, ergui os olhos na direção do homem misterioso. Meu coração acelerou quando lentamente ele se virava e logo lágrimas desceram pelo meu rosto.

__ Chen?! _ele sorriu ladino.

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You Can Call Me Monster (Livro 7)Onde histórias criam vida. Descubra agora