Capítulo VIII

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Ele está deitado sobre a mesa de mármore fria. O cheiro de mofo, álcool e sangue apodrecido maltratam seu alfato sensível fazendo suas narinas arderem. É nauseante, e ele sente a bílis subir até sua garganta, mas ele se força a engolir o líquido armago novamente. Seu corpo inteiro está pesado e dolorido, ele tem consciência de cada lesão aberta em sua carne, cada uma das perfurações em seu pescoço, todas elas ardem como o inferno o impossibilitando de se mover, pois a cada nova tentativa de mover um único músculo, uma nova onda de dor excruciante o atinge.

Seus olhos estão pesados e seu coração está batendo num ritmo violento dentro de sua caixa torácica, bombeando seu sangue que parece fogo líquido correndo em suas veias numa velocidade quase sobre-humana. Ele arfa sentindo falta de ar enquanto seu corpo esquenta cada vez mais, a sensação era como se ele estivesse prestes a entrar em combustão a qualquer momento, enquanto sufoca com seu próprio sangue.

— Por favor... — Ele tenta implorar mas sua voz está tão fraca que tudo o que saí de seus lábios é um mero sussurro.

— Por favor...

O silêncio a sua volta é perturbador, assim como a falta de luz, a úmidade e todos aqueles aromas desagradáveis. Ele quer se mover mas seu corpo maltratado parece pesar uma tonelada, ele quer gritar mas sua garganta está tão seca que ele mal pode engolir o bolo de sangue e saliva grossa que se forma sobre sua língua. Ele quer chorar mas é como se seus globos oculares estivessem em chamas. Então ele apenas tenta não sufocar em sua própria respiração enquanto espera pela próxima dose do veneno que o fará dormir, e esquecer toda a dor e agonia por mais algumas horas.

(...)

Dean olhava a movimentação no jardim pela janela de seu escritório. Várias pesssoas circulavam pela propriedade e ele reconhecia seus empregados trabalhando ali, mas também haviam vários estranhos transitando em meio ao gramado. Alguns carregando pedaços de tecidos branco, outros carregando vasos com arranjos de flores, outros segurando bandejas brilhantes repletas de taças e mais uma porção de outras coisas necessárias para terminar a decoração da festa. Assim como os músicos que Charlie contratou, os quais acabavam de chegar. Os toques finais estavam sendo dados e em breve tudo estaria pronto para o casamento. Seu casamento.

Quando Dean anunciou seu noivado algumas semanas atrás, burburinhos rapidamente se alastraram espalhando-se de cidade em cidade e em poucos dias toda a alta sociedade já estava sabendo que Dean Winchester finalmente iria se casar.

Foram publicadas várias colunas nos mais diversos jornais e até algumas revistas sobre o seu repentino casamento. Para muitos a notícia fora uma supresa, o Winchester mais velho era um dos poucos alfas bem sucedidos ainda solteiros naquela região e ele nunca deu a entender que pretendia se casar tão cedo, mesmo que isso fosse algo que ele precisasse. Como filho mais velho e herdeiro de toda a fortuna de seu falecido pai, Dean era o responsável por dar continuidade ao legado de sua família. Tanto os negócios, quando a linhagem pura dos Alfas Winchester.

Mas sua reputação e temperamento nada amistoso sempre deixou os pais dos ômegas que ele poderia desposar bastante receosos. Apesar de sua beleza, seu sobrenome, e de acumular uma incalculável fortuna, as pessoas com sã consciência preferiam evitar cruzar o caminho de Dean Winchester.

Enquanto isso outros chegaram a ver a notícia de seu casamento como um pequeno escândalo, pois boa parte dos nobres de seu círculo social acreditavam que eventualmente ele iria acabar se casando com a bela ômega Anna Milton, devido a aliança que o alfa tinha com o pai da jovem. Mas então um certo dia, para a completa surpresa de todos, Dean anunciou que estava de casamento marcado com o filho caçula do falecido Alfa Chuck Novak.

Please Stay • destiel [a/b/o] CANCELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora