Capítulo XVI

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Castiel despertou com um sobressalto. O quarto onde o perfume remanescente do amor que ele e Dean tinham feito antes ainda predominava, estava quase que completamente imerso em escuridão, exceto pela pálida e fraca claridade que se infiltrava através do vidro da porta que levava a sacada, deslizando timidamente através das cortinas finas.

O ômega estreitou os olhinhos ainda sonolentos esfregou-os com as costas de uma mão, tentando dissipar a nuvem de cansaço que pairava sobre suas pálpebras pesadas. Ele olhou em volta, suas mãos inconscientemente buscando o calor do corpo que deveria estar ao seu lado, mas encontrando apenas os lençóis frios que lhe diziam que Dean havia saído da cama há bastante tempo.

Castiel de repente sentou-se, ele não sabia porque havia acordado tão de repente no meio da noite. Ele não sabia que horas eram agora e também não se incomodou em acender as luzes para checar o relógio. Pelo canto de seu olho uma pequena fresta de luz amarelada vinda do corredor se infiltrou por debaixo da porta lhe chamando a atenção. Foi apenas um clarão e logo tão rapidamente quanto um raio cruzando o céu em uma noite de tempestade, apagou-se.

Castiel encarou a porta trancada por alguns instantes, ainda em um estado de torpor, mas as luzes não voltaram a piscar do lado de fora. Talvez as luminárias estivessem quebradas. Pensou ele.

Sem dar muita importância para isso, Cas preparou-se para voltar a dormir. O quarto estava especialmente frio esta noite e aquela não era a primeira vez que ele acordava sozinho no meio da madrugada. Apesar de seu peito sempre afundar um pouquinho devido ao peso da solidão de acordar naquela enorme cama fria, ele sabia que Dean tinha o hábito de dormir muito pouco. Ele provavelmente estaria agora em seu escritório trabalhando.

Mesmo sentindo falta do calor de seu marido, Castiel sabia que Dean precisava de seu espaço e por isso nunca o incomodava para voltar para a cama com ele, tampouco sairia para procurá-lo. Após tantas noites ele já havia se acostumado com isso.

Ele se escondeu na pilha de cobertores quentes como um gatinho, enrolando seu corpo para se manter aquecido. Era realmente uma noite fria. Cas fechou os olhos tentando voltar a cair no sono, mas poucos instantes depois seus olhos azuis se abriram quando o som de passos ecoaram no corredor silencioso.

Castiel ergueu a cabeça em meio aos cobertores para olhar para a porta, a esperança de que fosse Dean voltando para se deitar ao seu lado floresceu em seu peito. Mas nada aconteceu.

Apenas as luzes do corredor ascenderam e rapidamente apagaram-se novamente.

Cas franziu as sobrancelhas, e antes que ele pudesse pensar em qualquer coisa, alguém de passos suaves passou em frente a porta do quarto novamente.

– Dean? – Cas chamou incerto, suas mãos agarraram os cobertores e seu coração por alguma razão agitou-se dentro do peito. Ele ofegou de susto.

Ninguém respondeu do lado de fora.

Castiel ficou olhando para a porta e ouvindo atentamente. Nenhum outro som foi ouvido por um certo tempo, até que um estrondo fez o ômega saltar em cima da cama, seu coração disparando, agitado como um tambor batendo violentamente contra sua caixa torácica. Cas ofegou, tremendo levemente. Aquele barulho parecia ser o som de uma porta sendo aberta abruptamente.

Seu primeiro pensamento foi de que poderia ser alguém invadindo a mansão. Isso o fez entrar em um estado inconsciente de alerta, seus instintos rapidamente fazendo-o querer buscar por Dean. Castiel saiu da cama com urgência, mas estremeceu quando seus pés delicados entraram em contato com o chão frio, e olhou para baixo enquanto seu corpo inteiro se arrepiava e só então percebeu que ele não estava usando nada.

Quando faziam amor, fosse uma ou várias vezes na mesma noite, logo em seguida Castiel sempre caía no sono, e todas as vezes Dean cuidava de limpar sua bagunça de suor e fluídos corporais da melhor forma que poderia. Mas ele nunca o vestia, apenas certificava-se de envolver Castiel em um mar de mantas e cobertores quentes.

Please Stay • destiel [a/b/o] CANCELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora